Rafard

“O setor sucroalcooleiro ainda está se recuperando da crise de 2008”, afirma gerente industrial da unidade Rafard da Raízen

Após a notícia de que as exportações estão impulsionando o agronegócio e a cana-de-açúcar despontou como um dos principais fatores desse aumento, a reportagem d’O Semanário procurou a assessoria da Raízen – grupo proprietário das usinas em Rafard e Capivari – responsável por grande fatia desse mercado, para falar sobre o assunto.
A Raízen é uma empresa resultante do processo de integração dos negócios da Shell e Cosan e está entre as cinco maiores companhias do Brasil em faturamento. Com 24 usinas, tem capacidade de produção de 2,2 bilhões de litros de etanol por ano, 4,4 milhões de toneladas de açúcar e tem 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana.
As exportações do agronegócio atingiram cerca US$ 10,26 bilhões este ano. O maior valor registrado foi em 2011, cerca de US$ 9,84. E esse aumento não aconteceu de uma hora para outra, nos últimos meses o agronegócio cresceu 17,9% em caráter de exportação. O complexo sucroalcooleiro, bastante desenvolvido na região, teve uma contribuição notável dentro desse índice, pois teve uma elevação de US$ 1,8 bilhão em vendas. Isso se deve ao fato do Brasil ter uma forte tradição no cultivo de cana-de-açúcar e São Paulo ser o estado que representa cerca de 54% da produção nacional.
Com exclusividade, o gerente industrial da unidade Rafard Ricardo Ionta, porta-voz do grupo Raízen, falou sobre o atual cenário na região, as perspectivas e valorização do mercado, em entrevista que você confere abaixo.
O Semanário – Como esse aumento nas exportações refletiu para a empresa?
Ionta – A Raízen tem como prioridade atender o mercado interno, em especial com o etanol. Hoje grande parte do açúcar da companhia é exportado. No entanto, a empresa tem olhado oportunidades no mercado externo e se prepara para se tornar apta a atender a demanda externa no futuro, por meio de certificações aceitas nos Estados Unidos e Europa (EPA, Carb e Bonsucro, por exemplo).
O Semanário – A perspectiva é que as safras continuem valorizadas?
Ionta – Aos poucos, o setor está voltando a investir. Mas ainda é necessário tempo para que os resultados desses recursos comecem a se fazer sentir no mercado. O setor sucroalcooleiro ainda está se recuperando da crise de 2008, período de escassos investimentos e de grandes endividamentos. Como decorrência, os canaviais estão envelhecidos e sua produtividade se reduz ainda mais em função das questões climáticas. Com os novos investimentos e medidas do governo que incentivam, por exemplo, a renovação dos canaviais, a perspectiva é que a produção cresça.
O Semanário – Quais melhorias estão sendo feitas para o aumento da produção?
Ionta – A Raízen está investindo na renovação de seus canaviais, bem como em tecnologia e inovação com a finalidade de elevar a produtividade da cana e também para a produção de etanol de primeira e segunda gerações, mecanização e capacitação dos profissionais. As ações fazem parte da meta da empresa de elevar sua capacidade de moagem das atuais 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano para 80 milhões de toneladas até 2016/17.
O Semanário – Em comparação com esse mesmo período no último ano, o cenário melhorou?
Ionta – O setor passou a investir nos seus canaviais, em especial na renovação. Mesmo assim, ainda não é possível sentir os resultados destes investimentos. Ainda precisamos levar em conta o fator climático que deve contribuir para uma redução na safra brasileira.
O Semanário – Qual a atual situação da Usina Rafard com relação à geração de energia?
Ionta – A Usina Rafard investiu num projeto de cogeração em 2009 com o objetivo de utilizar o bagaço de cana disponível como combustível o que permite o abastecimento de energia elétrica utilizada na própria Unidade para atendimento ao processo industrial e também a geração de excedentes de energia elétrica que é comercializada no mercado brasileiro. Trata-se de energia elétrica proveniente de uma fonte renovável de energia e a Usina Rafard contribui para o abastecimento de energia da região de forma sustentável e também para o fortalecimento da biomassa como componente da matriz energética nacional. A instalação de cogeração da Unidade Rafard tem sido operada no período de safra da cana e utiliza equipamentos com modernos conceitos de eficiência energética. Sua capacidade de exportação de energia sofre variações dependendo da quantidade de biomassa disponível em cada ano-safra.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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