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“2021 foi um ano onde aramos a terra, em 2022 os frutos começaram aparecer”

Prefeito Vitão Riccomini falou com exclusividade para O Semanário, por ocasião dos 190 anos de Capivari; confira o bate papo

Filho de Capivari e com histórico familiar na política capivariana, o atual prefeito, Vitor Hugo Riccomini, o Vitão, concedeu entrevista exclusiva ao jornal O Semanário.

Aos 40 anos de idade, ele é o responsável por gerir o orçamento municipal de R$ 207 milhões da Terra de Poetas. Vitão aposta no planejamento e na ação para trazer o tão esperado desenvolvimento para Capivari, que neste domingo, 10 de julho, comemora 190 anos.

Ao lado do seu fiel escudeiro, o vice-prefeito, Bruno Barnabé, ele falou sobre as obras em andamentos, as principais conquistas e os desejos para os próximos anos. Confira!

Vitão e Bruno Barnabé participaram de entrevista (Foto: Túlio Darros)
Vitão e Bruno Barnabé participaram de entrevista (Foto: Túlio Darros)

O Semanário – Capivari comemora 190 anos no próximo dia 10 de julho. Como você se sente estando prefeito da cidade nesse momento?

Vitão – Primeiro eu agradeço o jornal O Semanário por cobrir uma edição especial de aniversário de Capivari. 190 anos de muita história, de coisas que a população, em termos de desenvolvimento, ainda aguarda acontecer na nossa cidade. E, junto com o Bruno, eu sinto uma alegria, um orgulho muito grande de poder estar vivendo os 190 anos, ocupando o cargo de prefeito, um cargo extremamente importante. Me sinto, nesse momento de 190 anos, com os objetivos que nós traçamos dentro da administração, realizado.

Realmente, Capivari está conseguindo atingir os objetivos que nós nos propusemos a oferecer à população lá na campanha eleitoral, e durante o nosso mandato.

2021 foi um ano onde nós aramos a terra, para em 2022 os frutos começarem a aparecer. Se bem que em 2021 a gente sai com um saldo muito positivo, de realmente ter quitado as dívidas do município, deixar o município realmente zerado em dívidas. Fizemos a abertura da UTI, com uma administração extremamente profissional dentro da Santa Casa. Falta muito para melhorar? Falta, mas avançou demais a administração da Santa Casa, e a abertura da UTI que estava fechada há dez anos foi um dos temas que a gente colocou como objetivo. Talvez até demorasse um pouco mais, mas graças a Deus, com o profissionalismo da nossa equipe de saúde e da parte administrativa da Santa Casa, nós conseguimos abrir a UTI.

A segurança pública deu um salto de qualidade – em atendimento à população, em prestação de serviço – gigantesco perto daquilo que ela prestava até então.

Em 2022, muitas coisas já estão ocorrendo, outras se iniciarão e já temos um cronograma traçado para 2023 e 2024. Com certeza, Capivari vai ter um salto de qualidade em termos de desenvolvimento muito grande.

Prefeito Vitão concede entrevista ao jornalista Túlio Darros (Foto: Rafaela Uvini)
Prefeito Vitão concede entrevista ao jornalista Túlio Darros (Foto: Rafaela Uvini)

O Semanário – Inclusive, esse é o tema da segunda pergunta, que nas últimas semanas, o seu governo tem anunciado diversas obras importantes de mobilidade urbana, principalmente. Obras inclusive que eram cobrança da população há muito tempo. Esse ritmo deve continuar nos próximos meses?

Vitão – Deve aumentar. Porque o meu governo e do Bruno não programou apenas obras de mobilidade urbana, nós teremos obras importantes na área de saúde, educação, cultura, esportiva, obras importantes como o Poupa Tempo, que está atrelado ao desenvolvimento econômico, novas obras de segurança pública e as obras de mobilidade urbana.

As obras de mobilidade urbana trazem consigo o desenvolvimento, além de dar mais segurança para os locais onde essa obra vai passar, ela também garante acessibilidade, garante melhor fluidez do trânsito do município.

Hoje nós temos mais de 40 mil veículos no trânsito de Capivari, e com ruas e trajetos que nunca foram planejados. A cidade não cresceu ao longo dos 190 anos de forma planejada, pensando em estruturar vias, em acessibilidade, iluminação, enfim, tudo aquilo que é acessório em termos de obra e garante segurança aos pedestres, ciclistas, cadeirantes, à pessoa idosa, que depende de ter acessibilidade, e também a quem conduz o seu veículo.

Eu até comento, Túlio, eu me lembro que o primeiro baile que eu pude ir logo que completei a maioridade, foi o baile da Cultura. E pra nós chegarmos até Cultura é a mesma estrada de agora. Então veja só, de 1998 até 2022 é a mesma estrada. Quantos loteamentos saíram naquela região? Quantas pessoas acabaram perdendo a vida naquela região por falta de segurança?

Então, obras como a Josefina, a Brigadeiro Faria Lima, que interliga a cidade de Rafard. Mais de 300 veículos por hora passam naquela avenida. Nós mapeamos todas essas regiões. Por que qual é o desejo do Vitor? Que as coisas aconteçam, pra isso, junto com o Bruno e nossa equipe, nós traçamos esse planejamento, sabíamos que quando assumimos, se nós fossemos pleitear algum recurso junto à Caixa Federal no modelo financiamento, o máximo que nós conseguiríamos era R$ 8 milhões, porque nós estávamos no CAPAG – que é um índice de poder de pagamento – C, hoje nós estamos com um índice A.

Nós conseguiríamos emprestar, se quiséssemos, R$ 240 milhões. E nós estamos emprestando apenas R$ 20 milhões, que já é o suficiente para dar um norte nas principais vias que vão dar mobilidade urbana, e também não vamos fazer nenhum tipo de loucura, para que o município não fique no sufoco no pagamento desse financiamento. Então, esse valor de R$ 580 mil, decrescente, ele é possível o município pagar sem que altere a nossa rotina dos outros investimentos. Então foi uma coisa que eu agradeço a câmara de vereadores que aprovou o projeto, e agora nós vamos aproveitar esse momento de período eleitoral para sair da burocracia, licitação. Então, logo acabem as eleições de 2022, a gente starta esses projetos novos.

O Semanário – Aproveitando que a gente está falando de mobilidade urbana, dessas obras importantes, você falou de falta de planejamento, principalmente no desenvolvimento e construção de núcleos urbanos. Como é que o prefeito e sua equipe enxerga um caminho para resolver isso? Você muda o que já está feito ou encontra outras alternativas de mobilidade dentro daquilo que já está pronto?

Vitão – Olha, vou dar um exemplo aqui da Josefina que interliga o bairro São João até o Jardim Branyl, Bosque dos Pinheiros. Nós votamos na Câmara no primeiro trimestre de 2022, uma demarcação do uso e ocupação do solo. Ou seja, a gente já não vai permitir do lado direito, sentido quem está no Bosque dos Pinheiros, caminho do São João, construções que avancem mais a via pública. E, com isso, já vai ser possível um alargamento de 6 metros da via, construção de guia e calçada, construção de terminal rodoviário, porque essa região tem uma estimativa para os próximos cinco anos, de 6 mil novos moradores, pelo número de loteamentos aprovados naquela região, em número de lotes e perspectiva de construção.

Aí você pega a Brigadeiro Faria Lima que interliga dois importantes municípios, Capivari e Rafard, você não tem espaço para ampliação, por isso precisamos fazer adequações, para que ela se torne acessível, pensando no pedestre. Sinalização, toda a parte de infra e galerias pluviais pra que ela fique segura também para os condutores de veículos.

A rua Piracicaba, por exemplo, ela pode se tornar um mini anel viário. Nós vamos fazer ela, com autorização da câmara que obtivemos, ela liga a Ênio Piores até a Josefina, até a Luis Soderini Ferraciu, que dá acesso ao bairro Castellani, Nilton Pimenta Neves, avenida Itália e pega a Kanela Forti, ou seja, é um anel viário, mas é uma rua, terá apenas 9 metros, porque há construções dos dois lados. Daí, pra você desapropriar toda essa parte de residências, ficaria um dinheiro que, hoje, o município não tem condições de arcar. Então, nós vamos adequar as vias existentes, e pensar no futuro.

Nós estamos em vias de contratar um plano diretor, um trabalho em conjunto com fundações que tenham alto histórico, principalmente de seriedade no Brasil, para que nos auxilie a pensar em Capivari daqui 20 anos.

Então, em determinados lugares vão sair loteamentos, já que tem que ter uma avenida de x metros, não pode deixar construir casas, e mesmo que a avenida não aconteça naquele momento, mas em determinado ano ela vai acontecer, aí ela já vem com toda a metragem correta, pensando realmente em uma qualidade de vida e melhor. Grande parte das obras que nós vamos fazer é adequação, por já existirem construções no entorno.

O Semanário – A segurança pública é outra área que recebe bastante atenção no seu governo. Isso tem refletido num forte trabalho por parte da Guarda Civil contra o tráfico de drogas. Qual a importância desse planejamento de investimentos e capacitação em prol da segurança?

Vitão – Todas as áreas do meu governo e do Bruno vão receber investimentos. Se você pegar cultura, só o orçamento de 2022 reflete a soma de três orçamentos juntos do passado. Quase que nenhum governo investia em cultura. Então, em um ano, apenas nós já estamos programando a revitalização de Casarão, projeto do Museu, projeto de doação da linha da Fepasa para transformar em um memorial. Enfim, não é apenas a segurança, mas ela também recebeu um alto investimento.

Cidade segura representa desenvolvimento econômico. Cidade segura garante a vinda de novas empresas. O empresário quer vir com a família dele para onde ele realmente se sinta seguro. Lógico que tem a parte acessória de ‘onde eu terei lazer?’, ‘onde eu terei oportunidades de trabalho e moradia?’, é um conjunto, mas a segurança está inserida neste conjunto. E aí nós traçamos um planejamento com o nosso secretário Mauro Junior, e esse planejamento está em plena execução. Tudo aquilo que nós prometemos na campanha nós já cumprimos 100% na área de segurança, e vamos fazer muito mais.

Capivari agora está sendo monitorada, está em fase de testes, mas ela ainda não está divulgada como será esse monitoramento, pois estamos esperando passar essa fase de teste, mas dentro dos próximos dias isso será anunciado, um software do melhor que tem no mercado no Brasil. Nós temos convênio com o Ministério da Justiça, as nossas viaturas estão sendo equipadas com câmeras de monitoramento, tudo que for em termos de tecnologia para aprimorar o trabalho da segurança, nós investimos.

O nosso objetivo é que a Guarda Municipal de Capivari e a cidade seja a mais segura do Estado de São Paulo, e uma das mais do Brasil. Então, até o final do nosso mandato, os investimentos continuarão. Vamos abrir concurso público para que Capivari seja realmente uma cidade extremamente segura e para o cidadão de bem fazer uso dela sem ter preocupação.

O Semanário – O que o prefeito pode falar para a população nesse sentido da importância de ter esses radares e esse trabalho em prol da segurança no trânsito?

Vitão – Sou contra aqueles radares escondidos para pegar as pessoas de surpresa. O radar que está sendo colocado, são dois pontos a mais do que já existiam antes. Antes eram sete, agora serão nove, alguns serão realocados. Todos os locais serão devidamente sinalizados, emplacados. Nós faremos uma ampla divulgação, não só nas redes sociais da prefeitura, mas também via imprensa, para que as pessoas tomem conhecimento. Terá um período de aviso antes de o radar começar a punir o infrator. Basta que a pessoa ande na velocidade que a via permitir, que será divulgada.

Dizer que eu gostaria que isso acontecesse? Não, eu gostaria que todo mundo respeitasse o trânsito, mas não é o que acontece. Então, ora a pessoa reclama que a via está cheia de buracos, a prefeitura vai lá e deixa a via lisa e parece uma pista de corrida, aí vem morador e o próprio motorista falando ‘precisa colocar lombada’. Lombada é uma coisa que nós somos contra, primeiro porque ela atrapalha e muito o trabalho de resgate. Não obstante, a lombada também causa trinca na casa das pessoas. Então, todo mundo quer lombada, mas não na frente da sua casa, que seja em outro ponto.

A ideia é, nas vias onde tenham índices que demonstram possibilidades de ocorrências de acidentes, que sejam instalados os radares. E pra isso uma equipe técnica, capitaneada pelo setor de trânsito, fez um estudo e determinou onde serão colocados os radares.

Eu, particularmente, como prefeito, desde que o radar esteja devidamente emplacado, com sinalização, não sou contra. Entendo que ele vai ajudar a melhorar a qualidade do trânsito e prevenir acidentes, tornando a via mais segura.

O Semanário – Na última semana, a sua equipe anunciou um convênio de R$ 20 milhões para investimentos em mobilidade urbana. Quais são os benefícios que esse projeto trará para Capivari?

Vitão – Muito grande. Eu comentei nas primeiras perguntas que, por exemplo, da Ênio Pires você consegue acessar a Ponte da Piracicaba, rua Piracicaba, até sair lá na Kanela Forti, é um mini anel viário. “Ah, mas nem todas as avenidas terão proporção de uma avenida”, mas vai dar uma maior fluidez no trânsito, hoje as pessoas acabam não utilizando ela.

A ligação do Jardim Elisa com o bairro Moreto, você minimiza uma situação de caos no trânsito na avenida José Annicchino, porque também é uma avenida construída no passado sem a devida largura de uma avenida. E ali você coloca o comércio em dificuldade, você coloca o pedrestre em risco, você deixa o ciclista sem segurança, você causa um desconforto ao motorista, porque, tudo fica muito demorado e perigoso pra ir. A ideia nossa, interligando o Jardim Eliza no Moreto, é mudar o fluxo de trânsito da avenida José Annicchino José de Lima e resolvemos um problema antigo para os moradores daquela região. Brigadeiro Faria Lima, acesso a Rafard, inúmeras pessoas utilizam ela, inclusive acessam ela pra poder cair na Demetrio Ghirardi, que interliga a Brigadeiro na rodovia SP-101.

Nós já fizemos um trabalho de recuperação dela, e com a pavimentação nova, guia, calçada, iluminação e sinalização da Brigadeiro Faria Lima, nós também vamos conseguir melhorar as condições do trânsito naquele lugar que, em virtude de ser uma via com um asfalto totalmente deteriorado, sem acostamento, é frequente você ver veículos desviando de pessoas que estão caminhando pelo asfalto, e desviando muitas vezes por causa de buracos.

Você falar da Ponte do Imperial, veja bem, o bairro Imperial em Pinhalzinho, foi aprovado há anos atrás. Dois bairros encravados, que têm acesso por uma área que nem pertence à prefeitura, não tem iluminação, não tem asfalto, não tem condições mínimas. São dois bairros que cresceram muito nos últimos tempos. As pessoas compraram terrenos nesses dois empreendimentos, e hoje elas cobram o poder público por uma infraestrutura melhor.

Então, nós estamos, também nesses R$ 20 milhões que solicitamos, projetando e iremos construir uma ponte interligando o bairro Castellani ou bairro Jardim Branyl. Nós temos já o projeto da ponte, ela consegue ser alocada nos dois lugares, inclusive nós estamos vendo qual intervenção será menor e melhor para o trânsito. É uma obra que vai dar um novo acesso legalizado e segurança aos moradores desses dois bairros.

Depois nós temos também a Josefina, desde 1990, é a mesma avenida, veja que são mais de 30 anos e avenida continua a mesma. E quantos novos loteamentos ocorreram ali? Então vamos fazer alargamentos, construção de ciclovias, iluminação, construção de calçadas, pavimento novo, já estamos trocando a Ponte do São João, que dá acesso ao São João com o Clube da Cultura. Vamos começar nos próximos dias a fase 1 da Josefina, que é refazer todo o asfalto ao sair da SP-101, pra entrar na Josefina, com ciclofaixa, calçada, iluminação etc. Isso também vai dar mais qualidade para o trânsito, conforto ao pedestre, preocupação com ciclistas, acessibilidade e também uma maior segurança ao motorista.

Santa Casa de Misericórdia de Capivari (Foto: Arquivo/O Semanário)
Santa Casa de Misericórdia de Capivari (Foto: Arquivo/O Semanário)

O Semanário – Vitão, antigamente, quando a gente falava em Santa Casa, remetia às dividas. Qual é a situação atual do hospital e quais são os projetos para o futuro?

Vitão – O hospital ainda tem grande dificuldade. Nós aumentamos bastante o repasse, o que era R$ 1,8 milhão de subvenção, hoje está na casa dos R$ 4 milhões, mais compra de serviço de Pronto Socorro, mais o repasse de média e alta complexidade, que é um convênio Capivari, Rafard, Mombuca e Elias Fausto.

Investir em saúde, tudo que se aplica em saúde, ainda assim não é o suficiente. Hoje, por volta de 26% no nosso orçamento é aplicado em saúde, parte dele vai pra Santa Casa, e mesmo assim não é suficiente, porque a demanda é bastante alta. A Santa Casa ainda tem suas dificuldades com o passado. Só de dívida trabalhista e com fornecedor passa dos R$ 20 milhões. Então, o que nós estamos fazendo é levar em dia o período que compreende a nossa gestão, desde janeiro de 2021, salário de funcionário, que antigamente era parcelado, hoje é pago em dia, isso é o mínimo que se pode fazer, e não estamos deixando de investir na Santa Casa. As dívidas que estamos conseguindo renegociar, estamos renegociando, seja com fornecedor, seja trabalhista, de encardo, tudo aquilo que seja possível renegociar em parcelas que não atrapalhem o mês, nós estamos renegociando.

Estamos fazendo isso, e não estamos deixando de investir. Primeiro foi a UTI reaberta, investimento pesado em novos e modernos mobiliários e equipamentos para UTI. Agora, no segundo semestre, nós vamos reformar o centro cirúrgico, que hoje são dois, e que até então tinha mesa cirúrgica à base de manivela, nós estamos modernizando o centro cirúrgico, com mesas cirúrgicas super modernas, que poucos hospitais da região têm, já estamos comprando carrinhos de instrumentação cirúrgica, já chegou um. Novos equipamentos pra gente poder ter médicos com condições de exercer suas funções. E vamos reformar o centro cirúrgico. De dois, passará para 5 centros cirúrgicos, isso vai permitir à Santa Casa fazer mutirões, fazer convênios com entidades privadas do setor de saúde, para que eles possam utilizar a Santa Casa. Com isso, a Santa Casa começa a gerar uma nova receita e deixa de ser dependente do poder público e passa a ter uma vida própria.

O objetivo final do prefeito Vitor é que outros prefeitos deem sequência ao nosso planejamento com relação à Santa Casa, e deixem de fazer a intervenção no hospital, e a Santa Casa volte a ser administrada por uma sociedade, assim como é o Lar dos Velhinhos, APAE, Santa Rita, para não ter política no meio.

Hoje, tem muita gente que critica a Santa Casa em rede social, mas é por causa da política. A Santa Casa atende mais de 8 mil pessoas por mês, e você pega o mínimo de reclamação em rede social e percebe que muitas vezes é um funcionário que foi demitido, alguém que tem uma rincha política, e a crítica acaba vindo nessa situação.

O Semanário – O que impede a Santa Casa de Capivari, pela estrutura que tem, de se tornar também um hospital universitário, fazendo algum tipo de convênio ou parceria com alguma faculdade de medicina?

Vitão – Dizer que isso vai acontecer no nosso governo seria arriscado, porque não depende apenas da nossa vontade tem que existir também a vontade da escola de medicina. Mas nós estamos estudando como fazer isso por meio da nossa equipe administrativa, sendo que o primeiro item para conseguir fazer isso é o hospital ter estrutura, ter UTI bem equipada, um centro de imagem moderno, centro cirúrgico que dê retaguarda para o hospital, uma estrutura física com melhores adequações. Por isso, o nosso planejamento financeiro do hospital tem um primeiro ponto que é o de honrar as contas, o que também significa investir mais. O segundo ponto é investir em UTI e centros cirúrgicos, depois nós vamos avançar para o centro de imagens, na estrutura, para só depois, em um determinado momento, que isso seja possível, propor um convênio com uma faculdade de medicina privada.

O Semanário – Referente ao centro de imagem, como está a situação daquele recurso do Ministério Público? Capivari vai receber?

Vitão – Nós já firmamos o convênio com o Ministério Público do Trabalho. Capivari já recebeu R$ 7,6 milhões, sendo R$ 1 milhão para a adequação do espaço e o restante para a compra de equipamentos para atender o hospital.

No final do mês de julho nós teremos em mãos o projeto de reforma. Em agosto, ou no máximo em setembro, inicia-se a adequação do prédio, e aí deve levar mais ou menos 90 dias. Neste período, a prefeitura fará a compra dos equipamentos pré-definidos pelo Ministério Público do Trabalho, e assim que fique pronta a reforma, a nossa ideia é colocar os equipamentos para utilização da Santa Casa.

Quando eu falo de investimento em saúde, a Santa Casa deve receber, somado a esses R$ 7,6 milhões, um montante que chega perto dos R$ 10 milhões de reais. É um investimento histórico, porque o Bruno e eu consideramos que, saúde, todo ano você tem que investir pesado, porque surgem novas tecnologias, e é preciso estar atento a isso para salvar vidas.

O Semanário – Vitão, você e o Bruno assumiram em uma fase complicada do Coronavírus. Qual o atual cenário hoje em Capivari com relação à doença?

Vitão – A gente sempre mede o coronavírus pelo uso da UTI. Graças a Deus, a maioria absoluta da população se vacinou. A doença preocupa porque muitas pessoas morreram, então é uma doença pela qual deve-se ter um respeito e se garantir. Hoje, o contágio tem voltado com força, porém a ocupação de leitos de UTI diminuiu, e isso é reflexo da vacinação. Então, o que a gente pede é que as pessoas ainda continuem atentas as questões sanitárias para diminuir o contágio. Eu acredito que tão logo passe essa fase de baixa temperatura, os casos voltem a diminuir.

Nas escolas e no transporte de alunos, nós estamos recomendando o uso de máscaras.

O cidadão precisa fazer a parte dele. Mas graças a Deus, o momento de 2021 que nós vivemos, que foi um filme de terror, não queremos mais vivenciar.

Estádio Municipal Carlos Colnaghi (Arena Capivari) está interditado há mais de 2 anos (Foto: Arquivo/O Semanário)
Estádio Municipal Carlos Colnaghi (Arena Capivari) está interditado há mais de 2 anos (Foto: Arquivo/O Semanário)

O Semanário – Estádio Municipal Carlos Colnaghi. O prefeito anunciou algum tempo atrás que estava tentando contratar uma empresa, como está essa situação?

Vitão – Nós nos reunimos em 2021 com os engenheiros do CAECS, onde foram feitos apontamentos de irregularidades na forma de construção de alguns módulos dentro do campo municipal. Pois bem, nós, junto com a equipe de engenharia, adequamos o que foi apontado pelo CAECS, e recebemos deles que poderíamos avançar na reforma do módulo, desde que siga os padrões indicados por eles. Com isso, nós decidimos reformar as cabines de imprensa, e liberar o campo parcialmente.

Nas duas arquibancadas, nós resolvemos deixa-las interditadas porque teríamos que desmontar e montar novamente das normas do CAECS. O grupo de engenharia contratado pela prefeitura aponta que, se ninguém utilizar, o campo não cai. Então, não é nosso objetivo investir em estádio de futebol, porém é um equipamento público que deve ser devolvido à população, e com reforma das cabines a gente já consegue reabrir o campo, capacidade para 9 mil pessoas sentadas, já é o suficiente para atender eventos esportivos, culturais e de atletismo. A ideia nossa é estar com o campo liberado parcialmente até o fim do ano.

O Semanário – Você pode adiantar quais serão as principais obras entregues nesse ano de aniversário de Capivari?

Vitão – O prefeito tem até frio na barriga de dar data para a entrega de obra! Mas, se tudo ocorrer bem, nós vamos entregar agora no mês de julho a Ponte do São João Batista, que está em atraso.; a creche da Vila Fátima; a creche do Santa Tereza D’Ávila; a segunda fase da Marlene Rossi, avenida da cooperativa, com guia e calçada e acostamento em parte delas, e ciclovia em 100% dela; a ponte do Castelani interligando o bairro na Soderini Ferraciu.

De entrega é isso, depois nós vamos startar ainda esse ano as obras que eu já mencionei de mobilidade urbana, o Casarão do Lembo, a reforma do novo prédio da delegacia, que vai para o prédio do bairro São Pedro.

E vamos entregar também o centro de imagem da Santa Casa e a reforma do centro cirúrgico até o final do ano. Essa é a programação para os 190 anos, sem contar o pavimento asfáltico que também faz parte dos nossos investimentos para o segundo semestre.

O Semanário – Quais são os principais desafios para os próximos anos?

Vitão – É concluir todas as obras que estão no nosso planejamento. Acho que esse é o principal desafio. Porque você tem que vencer burocracia, tem a tramitação do poder público que é muito lenta. Você quer fazer as coisas e acaba travando em prazos. Por isso, nosso principal desafio é finalizar todas as obras até o final do nosso mandato, e no ritmo que vai, se analisarmos tudo aquilo que planejamos dentro de cada secretaria, se Deus quiser, antes do final de 2024, 100% do que planejamos estará construído.

O Semanário – Desenvolvimento industrial, geração de empregos, capacitação da mão de obra. Como Capivari tem tratado essas questões?

Vitão – Investimento em curso de qualificação. Sempre que uma empresa vai se instalar em Capivari, a primeira pesquisa que ela faz no mercado é a qualificação de mão de obra. Então pra isso, o Bruno e eu, junto com o Murilo, nosso secretário, fizemos agora um chamamento público, onde o ASAS receberá um valor para reformar suas dependências. A ideia é fortalecer as ETEC’s, como o Centro Paula Souza, que ocupará um espaço na escola Augusto Castanho, com o IFSP e outras faculdades que estão em Capivari, como a Univesp, a ideia é fortalecer a mão de obra pra que possamos aumentar a geração de emprego.

Em termos de desenvolvimento industrial, os nossos distritos estão 100% ocupados hoje, então nós estamos incentivando a construção de distritos pela iniciativa privada. Já tem três distritos sendo analisados pelo grupo de análises e aprovação de projetos, e eu espero que agora no segundo semestre, parte deles já inicie suas obras aqui em Capivari.

Rodovia do Açúcar, em Salto. Foto: Divulgação

O Semanário – A duplicação da Rodovia do Açúcar vai parar no pedágio, depois só falta chegar aqui. Você acredita que isso já despertou um pouco o olhar das empresas aqui para nossa região?

Vitão – Também! Porque Capivari está muito bem situada. Você pega aí 200km do Porto de Santos, nos estamos a 50km do maior porto seco do Brasil, em Sumaré, nós estamos a 50km do Aeroporto de Viracopos, nós estamos a 120km da capital do Estado, que é São Paulo.

Capivari é hoje uma cidade segura, que está se programando para ter lazer, que tem água para oferecer para as indústrias, então é um município que atrai o olhar das indústrias.

O que falta hoje é a rodovia. Nós temos feito cobranças frequentes para a Concessionária Rodovias do Tietê. Estivemos na Artesp, e existem promessas de que até o final de 2024, pelo menos a SP 308 esteja totalmente duplicada. Nós vamos ficar em cima para que essa promessa seja cumprida, mas é evidente que não depende apenas do município de Capivari.

O Semanário – A gente viu recentemente que teve um ‘boom’ aí nos loteamentos e de repente tudo parou. Qual a atual situação desses empreendimentos na cidade?

Vitão – Na nossa visão, era preciso parar. Em conversa com gestores de outros municípios, Porto Feliz, por exemplo, o que a gente observava era a falta de exigência de contrapartida para com o município.

Por exemplo, a Josefina Rossi que vai até o bairro São João, os novos loteamentos surgiram naquela região, e você não vê uma nova avenida com qualidade, você não viu novas escolas, postos de saúde, creches sendo construídos com o dinheiro do loteador e dado para o município fazer a gerência. Tudo isso vai ter um custo, a Josefina deve custar aos cofres públicos algo em torno de R$ 4,5 milhões. É um investimento que se somada a fase 1 e 2 e mais a ponte, vai passar de R$ 8 milhões. Com esse valor, quantas outras necessidades nós construiríamos e atenderíamos na nossa cidade.

Então, nós entendemos que o município de Capivari deve e assim será no nosso mandata, exigir contrapartida dos loteamentos, desde que ele não inviabilize o loteamento, ou seja, não deixe de ter aquele investimento, mas que o loteamento também seja obrigado a dar a sua contrapartida ao município.

O Semanário – O déficit habitacional em Capivari ainda é grande?

Vitão – Nós vamos fazer um estudo para saber. O último estudo foi em 2010, então não dá pra saber com precisão como está isso hoje. Mas em 2022 vamos começar uma pesquisa pra saber como está o déficit habitacional.

O Semanário – A estimativa populacional, vocês seguem o senso do IBGE ou têm uma pesquisa?

Vitão – Nós seguimos o Censo do IBGE, mas por conversas informais deve chegar a 62 mil habitantes após o novo Censo.

O Semanário – Estamos em ano de eleição. Você acredita que isso vai impactar positiva ou negativamente os municípios?

Vitão – Negativamente. Eleição no Brasil deveria, os deputados federais deveriam começar a discutir isso, deveria ser todas em um ano. Eu defendo 6 anos de mandato para um gestor, que é o suficiente para planejar e colocar o planejamento em prática. A reeleição vai ficar a critério de quem pensar, mas a eleição apenas em um ano, porque veja só, no ano de eleição, se ganha um governo diferente do que está no mandato, paralisa-se tudo para implantar um novo ritmo de gestão, ou seja, inúmeros projetos que já estavam com a sementinha germinando correm o risco de parar, e aí você perde aquele planejamento do município contando com benefício do governo federal ou estado. Os repasses não podem ser feitos no período de política. Eu considero ano de eleição prejudicial para todos.

Casarão da Família Lembro (Foto: Divulgação/Prefeitura de Capivari)
Casarão da Família Lembro (Foto: Divulgação/Prefeitura de Capivari)

O Semanário – O que está sendo feito para resgatar o patrimônio cultural e histórico de Capivari?

Vitão – Muito! No começo desse ano nós conversamos com a Família Lembo, eles aceitaram fazer a doação do Casarão da Família Lembo pra Capivari. Ali nós já contratamos um projeto de restauração que está em fase final de conclusão de uma parte do casarão, e vamos começar em agosto o estaqueamento do casarão para evitar que ele fique em ruínas, e depois o restauro dele.

Nós conseguimos finalizar um processo de 1992, da doação da linha da Fepasa para Capivari, diante disso podemos planejar e pensar na construção de um módulo cultural onde hoje está a Secretaria de Cultura.

Também finalizamos o projeto de restauro e reforma do Museu, que pertence ao Estado e está há mais de dez anos fechado. Tão logo a gente leve a delegacia para outro lugar, nós temos a confiança de que o governo vai passar o patrimônio pra Capivari, para que nós possamos cuidar e reabrir o museu histórico, e que muitas pessoas frequentaram e muitas novas não tiveram a oportunidade de entrar lá.

Fora isso, estamos investindo em Cultura nos bairros, todos os domingos tem apresentações culturais, batuque de umbigada, seresteiros. Nossa banda tem feito um trabalho maravilhoso, resgatamos o Domingo de Lazer, com atividades de lazer e esporte sempre no último domingo de cada mês, dentro das escolas. Vamos ter diversos festivais, como o Festival de Inverno, que foi um sucesso.

Estamos implantando na Educação, uma cartilha de musicalização, que vai ser feita em parceria com a nossa Secretária de Cultura, pra gente incentivar os alunos na questão de musicalização. Então, a cultura tem passado por um processo de valorização importante, e de resgate de tradições, como no dia 3 de julho, quando fizemos a volta do Desfile Cívico, com diversas bandas, escolas fazendo suas exposições. Isso é valorizar a Cultura!

O Semanário – Qual é o legado que o governo de vocês deseja deixar pra Capivari?

Vitão – De uma cidade desenvolvida, onde as pessoas tenham qualidade de vida pra morar, com seriedade, planejamento e muito trabalho, nós conseguimos realizar. É o legado de um governo que está pensando nas futuras gerações. Nós estamos desenvolvendo no dia a dia do nosso trabalho junto com a nossa equipe, obras aguardadas e reestruturações dentro do setor de Saúde, Segurança e Cultura aguardadas há décadas.

Então, o nosso legado é deixar uma cidade mais desenvolvida e com mais qualidade de vida pra todos, pra quem precisa de educação, saúde, trabalho e segurança, com espaço cultural e esportivo para aproveitar a vida.

O Semanário – Como você enxerga Capivari nos próximos 10 anos?

Vitão – Com planejamento! É importante ter um bom plano diretor, planejamento. Bruno e eu falamos em todas as entrevistas que as obras não são nossas, são da cidade. Vou dar um exemplo, o projeto que nós criamos voltado para mamografia e saúde da mulher, a empresa Branyl, através da dona Patrícia Lebl nos confiou a sessão de um mamógrafo de última geração. Capivari é a terceira cidade do Brasil, na área SUS, a oferecer esse tipo de serviço, que tem um aparelho desse porte. O programa é do Vitão e do Bruno? Não, o programa é da cidade. Nós vamos deixar um projeto pronto para que o próximo prefeito dê sequência.

O que nós esperamos de Capivari para os próximos dez anos é que seja dado sequência nos projetos que vamos deixar, e que a cidade se desenvolva, seja segura e com qualidade de vida.

O Semanário – Qual a mensagem você deixa para toda população capivariana na comemoração deste 190 anos?

Vitão – A mensagem que eu deixo é que o nosso governo não faz nada sozinho. Nós temos uma equipe de profissionais dedicada, e temos uma câmara de vereadores que tem nos dado suporte. Tem também a oposição, que quando vem imbuída de que você acerte, ela é boa para que o prefeito também se movimente, nós não somos donos da verdade, também vamos errar. Mas a Câmara, com Poder Legislativo, vem aprovando os projetos que enviamos, e tem sido essencial para que possamos realmente entregar uma cidade mais desenvolvida e com qualidade.

Então, fica aqui minha gratidão ao Poder Legislativo de Capivari, e que unidos por um mesmo ideal, possamos entregar os melhores resultados para a população.

Deixo aqui o meu compromisso de trabalho, trabalho e resultados!

Túlio Darros

Jornalista (MTB: 63932/SP), diretor proprietário do Jornal O Semanário Regional, e publicitário, sócio proprietário da Syna Publicidade

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