ArtigosLeondenis Vendramim

A admirável preservação da bíblia 2

Os judeus sefarditas foram expulsos da Espanha e depois, de Portugal, no final do século 15. Muitos fugiram, outros tornaram-se católicos (cristãos novos ou criptos judeus, praticavam o judaísmo ocultamente) a fim de não serem mortos. Houve enormes perdas econômicas e culturais a esses países. Eles preservaram as Escrituras Sagradas hebraicas. As edições de bíblias de 1476 a 1547 contém iluminuras e ainda são encontradas na Universidade de Oxford e na Biblioteca Nacional de Portugal.

Durante a revolução Francesa (1789-1799), nova perseguição às Escrituras e aos seus leitores. A casa de Voltaire, um dos mais acres críticos do Evangelho, tornou-se Sociedade Bíblica de Paris. A Palavra de Deus sobreviveu. “Toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Seca-se a erva, cai sua flor, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre.” (1 Pedro 1:25)

As afirmações filosóficas, bem como as das outras ciências são muito questionadas. O conhecimento humano é progressivo e suscetível a erros. A verdadeira e cabal ciência vem de Deus que conhece o passado, o presente e o futuro, o Deus que não mente (Tito 1:2), o Deus Criador do Universo e de todas as coisas, no céu e na Terra, a fonte de todo conhecimento.

Publicidade

O Concílio de Ades (1235) ordenou que os judeus usassem um remendo amarelo sobre o peito para identificá-los, o que serviu de zombaria e levou, ao massacre de judeus, em 1391, por sede dos seus bens, não por devoção.

O Papa Sisto 4 autorizou a Espanha nomear inquisidores para julgar judeus por meio dos autos de fé (processo inquisitorial), e em 1482 outros sete inquisidores foram nomeados, entre eles Tomás Torquemada, o pior! Ele mandou à fogueira mais de dois mil judeus e criptos judeus. Outro inquisidor, sanguinário, foi Alonso Ojeda. Ele exigiu dos reis católicos a instauração da inquisição e pregava a ‘limpieza’ de raça. (Do Imaginário à Santa Inquisição, p. 176 e 177). Em 31 de março de 1491, deram aos judeus, o prazo até 31 de julho, para os judeus saírem da Espanha. Tiveram de vender seus bens por preço ínfimo, ou trocar por burros e roupas. (Ibidem)

Contudo, a eles devemos a conservação da Bíblia, conforme original hebraico, pelo menos de 1299 até 1540.

Por volta de 1184, os valdenses, ensinados por Pedro Valdo, tornaram-se o povo da Bíblia, não aceitavam imposição da igreja opostos aos ditos bíblicos. Foram considerados hereges porque não aceitaram a subordinação à autoridade papal.

Padre Dr. John Wycliffe (1328-1384), professor na Universidade de Oxford, traduziu a Bíblia do latim para o inglês, a fim de popularizá-la. O Papa Gregório 11, condenou-o à fogueira, porém, o Papa morreu. Wycliffe se safou, enfrentou vários tribunais eclesiásticos e morreu, de acidente vascular, em 31/12/1384.

William Tyndale (1484-1536) reformador cultíssimo, influenciado pelas leituras das traduções bíblicas de Erasmo de Rotterdam para o holandês e das obras de Lutero. Apesar dos riscos, decidiu traduzir a Sagrada Escritura para o inglês. Tyndale publicou sua tradução do N.T. em 1525 na Alemanha e contrabandeada para a Inglaterra, às ocultas. Foi preso e queimado vivo pela inquisição, em 1536, deixando inacabada a tradução do V.T. Sua publicação em 1525, foi a mais aprimorada, entre os reformadores, e corrigiu a versão Vulgata Latina. Martinho Lutero, embora, tenha enfrentado os concílios e estabelecido as 99 teses desafiando o clero, foi escondido no castelo de Wartburgo para traduzir a Bíblia. Nesta empreitada, iniciada em 1522, teve ajuda de Melanchthon, seu conselheiro, A Urogallus, Cruciger e Justus. A tradução para o alemão, só terminou em 1534. Na primeira edição publicaram 3.000 exemplares. Embora, seu preço elevadíssimo, quando a imprensa de Gutenberg, inventada em 1445, engatinhava, os exemplares esgotaram-se em três meses. Então, foi providenciada nova e maior edição.

Martinho Lutero morreu na cidade de Eisleben, Alemanha, em 18 de fevereiro de 1546, de apoplexia (a.v.c., a mesma causa de que morreu Wycliffe) no Castelo de Wittenberg Jacques Lefèvre d’Etaples publicou em 1530, a tradução bíblica para o povo francês. O Sínodo de Dort promoveu a versão para o holandês. E o rei James da Inglaterra reuniu 50 sábios que traduziram a Sagrada Escritura para o inglês, conhecida como King James.

O Pastor Dr. João Ferreira de Almeida traduziu para a língua portuguesa, em 1861. Esta é uma das mais fiéis traduções que temos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Jornal O Semanário Regional
Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.