Rubinho de Souza

A casa do fundador de Raffard

A foto desta publicação trata-se da casa – que infelizmente foi demolida – pertencente ao fundador de nossa cidade, Júlio Henrique Raffard, nascido aos 26 de dezembro de 1851, na cidade do Rio de Janeiro, quando o seu pai, Eugênio Raffard, veio ao Brasil como Consul da Suíça.

Júlio Henrique Raffard, desde jovem, sempre nutriu curiosidade e interesse pelos fatos históricos do nosso país, e essas qualidades, mais o preparo intelectual, comercial e cultural fizeram dele um grande empreendedor, visto que mantinha contatos com grupos econômicos ingleses, com os quais possuía estreitos vínculos, por causa de suas atividades comerciais.

No fim do século XIX, o imperador Dom Pedro II, que havia incluído em seu plano de governo, a montagem de engenhos de açúcar em solo paulista, designou mediante Decreto, que fosse construído um Engenho Central no município de Capivari, atribuindo essa tarefa a Irineu Evangelista de Souza, personagem que gozava da confiança do Imperador, por ser seu grande colaborador, conhecido pelos brasileiros como Barão de Mauá.

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Foto enviada pelo colaborador

Irineu Evangelista de Souza, não demorou a encontrar o homem que seria uma das peças fundamentais para que o desejo do Imperador se tornasse realidade, André Patureau, um engenheiro francês das Ilhas Mauricio que ele conhecera em uma de suas viagens a Paris, onde costumava ir para comprar material para construção no Brasil de suas estradas de ferro.

O engenheiro Patureau, visitou, a convite do Barão, as terras de Porto Feliz, Capivari, e Piracicaba, que foram confirmadas como sendo as de melhor qualidade e mais adaptáveis à cultura da cana, por ser de clima quente e seco.

Porém, não bastava apenas um técnico de renome para levar avante os objetivos de D. Pedro II, pois faltava a figura do empreendedor, que se interessasse pela política de concessão de garantia de juros mantida pelo imperador, e topasse investir e trabalhar o projeto.

Aí é que surge a figura do nosso fundador na pessoa de Júlio Henrique Raffard, que além de homem de visão, extremamente empreendedor, culto e dedicado, com seu preparo intelectual, comercial e cultural colocou em prática o ambicioso projeto, fundando assim o Engenho Central de São João de Capivary, no ano de 1883.
Logo, imigrantes italianos, entre outros europeus que haviam chegado aos sítios e fazendas da região, formam um povoado ao redor do Engenho Central, atraídos por emprego e melhores ganhos, surgindo assim a “Villa do Henrique Raffard” que mais tarde passou a ser chamada de “Villa Raffard”, marcando o início da colonização de nossa cidade.

As grandes moendas do Engenho de Raffard são movidas graças aos braços fortes que alimentam às caldeiras colocando-lhes a lenha, enquanto outros lavram o campo, cultivavam as lavouras e fazem o transporte da cana de açúcar.

Aos poucos, as famílias vão crescendo, partilhando a alegria do progresso, enquanto surge em seus corações, um grande desejo de liberdade para conduzir o destino daquele povoado, na busca de construir a felicidade na terra acolhedora e hospitaleira.

Ganhando ares de liberdade a pequena Vila Raffard, que tinha a Usina, a estação ferroviária, e vários pontos turísticos começa a sonhar com a identidade política e administrativa, e isso acabou por chamar a atenção dos franceses que gerenciavam a Usina, que emprestam apoio para tornar o sonho dos moradores uma realidade.
Por meio, da emancipação e desintegração de Capivari, no ano de 1965, finalmente depois de muita luta, a Villa Raffard se torna município, e homenageando seu fundador adota o nome – Raffard.

(Texto com informações extraídas do livro: “Vida Social e Política de Rafard”, de Silveira Rocha).logo do fundo do baú raffard

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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