Arnaldo Divo Rodrigues de CamargoColunistas

A família e a prevenção

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Arnaldo, qual o principal objetivo de escrever para o Semanário?

Trazer aos leitores, de forma mais simples e prática, o que seja a dependência química (adicção), o uso e abuso de drogas, entre elas o álcool; abordar a questão familiar da codependência (doença do controle), que também leva ao adoecimento; e incentivar o envolvimento da sociedade na prevenção e tratamento.

Sabemos que, em nossa sociedade, muitas famílias acabam se desestruturando por causa do vício das drogas. De que forma a família pode ajudar um ente querido que está envolvido com as drogas?

Procurando ajuda terapêutica com especialistas da área e também com os grupos de apoio a familiares, como as salas de Nar-Anon, Amor Exigente, Al-Anon. A prevenção é tudo e a família deve discutir assuntos sobre o uso de substâncias lícitas e também ilícitas, haja vista que a porta de entrada para outras drogas muitas vezes é o álcool e o cigarro.

É possível detectar logo no início a doença da dependência?

Não, porque nem todos os usuários se tornam dependentes químicos (graças a Deus). Para se ter uma noção: para cada 10 usuários de álcool, um torna-se dependente; no caso da maconha, é um para cada 8; cocaína, um para cada 5; cigarro, um para cada 3 que experimentam se torna viciado; já para o crack, não há um limite: com poucos dias de uso, o usuário torna-se um adicto (escravo) da droga. Mudança de comportamento é um fator indicativo do uso de substâncias psicoativas.

Na esfera espiritual, quais os efeitos que a droga pode provocar?

Com a morte do corpo físico o espírito continua com suas vontades e fissuras pelo uso das substâncias, se não fez a recuperação. E como tem crises e transtornos no corpo físico, tem também na Vida no Além. A maioria dos que desencarnam sem se recuperarem vão continuar sua peregrinação de dor e sofrimento, obsidiando os encarnados. E isso vai ter reflexo com doenças graves no perispírito, sofrendo no Além, e em nova reencarnação, com enfermidades ou mutilações, e com a tendência para o uso de substâncias psicoativas.

Qual a melhor forma de se prevenir contra as drogas?

Ainda é a educação e a abstinência. Quem usa socialmente pode ser um adicto no futuro. São várias as causas que levam ao desenvolvimento da doença da adicção, que é primária, crônica, progressiva e pode ser fatal. Uma sugestão é não ser muito repressivo com os filhos, mas também não deixar que as coisas aconteçam sem se envolver: o diálogo é a melhor forma de prevenir. São fatores de prevenção ao uso e abuso das drogas: a família estruturada e com valores morais sólidos, a escola que tem regras claras, a religião que discute as questões sociais, os amigos “caretas”, a existência de um projeto de vida com metas realistas para os filhos, prática de esportes que promovam a saúde, a satisfação no trabalho e no lazer, e cultura com bom suporte social.

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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