Marcel Capretz

A formatação de um elenco vencedor

Um time vencedor passa por uma formatação criteriosa e minuciosa do elenco. Ter apenas os ‘onze titulares’ dentro de um padrão de qualidade não basta para grandes conquistas. As palavras projeto e planejamento já foram banalizadas há muito tempo no futebol brasileiro. Mas quem consegue de fato aplica-las tem muito resultado.

O que mais chama a atenção em um elenco vitorioso é a média de idade. O auge físico, técnico, tático e emocional de um jogador vai dos 26 aos 30 anos. Concentrar a média do elenco nesta faixa etária é condição básica para sedimentar um caminho vitorioso.

E aqui sempre vai valer a máxima de análise qualitativa e não apenas quantitativa. Sabe por que? Ao pegar a média de idade de um time devemos ir a fundo: de nada adianta ter muitos jovens e muitos veteranos para a média ser a ideal, mas com poucos jogadores com a própria idade que baliza o auge esportivo.

Entender ciclos também é algo fundamental. Nem todos serão como Messi, Rogério Ceni e Marcos e terão anos e anos no mesmo clube. Ligações afetivas e de gratidão pelo que foi feito no passado são alguns dos primeiros passos para o fracasso no futuro.

Não há nada de errado em não renovar o contrato de um jogador que já não esteja rendendo bem. Vejo que muitas vezes os clubes brasileiros ainda ficam presos em questões sentimentais e acabam dando tiros nos próprios pés.

Para finalizar, – sei que é batido e já foi muito discutido -, mas tenho que mencionar a falta de critério para contratar e também para demitir um treinador. Isso impacta demais no produto final.

Como formar um elenco vitorioso sem a convicção no comandante do processo e executor das ideias de jogo? Se não houver o alinhamento entre o técnico e o diretor / presidente dificilmente o sucesso será obtido.

E isso vai passar muito pelo tipo de jogo idealizado para que o grupo de jogadores seja formatado para atender as ideias pretendidas.

O sucesso – e também o fracasso – nunca vem apenas por um ou dois elementos. O futebol é algo complexo e sistêmico. O todo é sempre maior do que a soma das partes. Mas podemos planejar a vitória. E consequentemente ao não planejar de maneira automática o fracasso está sendo planejado.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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