Opinião

A TV e a formação da família 2

28/11/2014

A TV e a formação da família 2

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

O mundo tecnológico invadiu as casas, ocupou o espaço do diálogo e das refeições entre família. Os pais não querem ser interrompidos pelos filhos, estão interessados na novela e no futebol. Os filhos não querem ouvir aos pais, estão mais interessados nos filmes de monstros, nos videogames, no computador e no celular. Há crianças e jovens que ficam mais de 6 horas diárias diante dessas telas, e alguns permanecem até às 4 horas da madrugada.

Na Suécia, um dos países mais modernos do mundo, surgiu a sociedade dos eletrossensíveis, cuja presidente é Birgitta Knape. São 2500 que se dizem doentes por causa das radiações de computadores, TVs, celulares, e outros aparelhos eletrônicos. “É uma doença da modernidade” explica Ulrica Lindhein, especialista em eletrossensibilidade. A moléstia se mostra com dor de cabeça, coceira, tontura, lacrimejamento, perda de memória… É sabido que nesse país gélido, usam muitos aparelhos e aquecedores o ano todo. Esses enfermos já conseguiram uma assistência da Prefeitura de Estocolmo. Há alérgicos desse tipo em muitos países tecnológicos, e especialistas preocupados na Inglaterra têm estudado o tema. Alguns especialistas dizem que não há comprovação científica de que esses transtornos sejam causados por tais aparelhos. Contudo, todos sabem que o uso indevido do computador, durante muitas horas diárias, faz mal a saúde. Problemas de coluna relacionados à má postura ao sentar são os casos mais comuns, e muitas vezes os danos causados ao nosso corpo por essa prática não têm mais correção. A moderna LER (Lesão pelo Esforço Repetitivo) não é doença, é uma dor nos músculos, nervos e até nos ossos, também causada pela má postura no esforço repetitivo, advinda principalmente do uso imoderado do computador, do uso da britadeira e outros.

Muitos especialistas, entre os quais, os dermatologistas Valcinir Bedin e João Paulo J. M. Afonso atestam que a luz dos computadores, notebooks e TVs provocam alterações nas células, principalmente, nos melanócitos (células da pigmentação) e nos fibroblastos (produtores de colágeno), aceleram o envelhecimento da pele e pode “… até a desencadear o aparecimento de câncer de pele do tipo sensível à luz”, alerta Valcinir Bedin, diretor do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento (CIPE).

Estudo realizado no Centro de Investigação em Pediatria pelo programa de pós-graduação em saúde da criança e do adolescente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp comprova que de 60% a 70% dos estudantes universitários dormem mal. A causa principal: uso de computador à noite, assistir TV e tabagismo. O estudo, realizado pela psicóloga Gema Galgani M. Duarte foi publicado pela revista Arquivos de Neuropsiquiatria. A falta de sono, ou sua má qualidade, segundo cientistas, estão relacionadas com a diminuição da motivação e da concentração, déficits de memória, sonolência diurna e mau humor. O sono de boa qualidade é fator-chave para o desempenho acadêmico. Normalmente uma pessoa entre 17 e 25 anos precisa de sete a oito horas e meia de sono por noite. A pesquisadora alerta que é importante dormir no período da noite, no escuro e em silêncio, pois a fisiologia do sono depende do relógio biológico que, por sua vez, está sincronizado com o dia e a noite, isto é, o claro e o escuro – determinados pela rotação da Terra. O hormônio do sono, a melatonina, é metabolizado durante a noite. Deus é sábio, criou o mundo em harmonia com o ser humano para sua saúde e felicidade.

Dr. Waldemar W. Setzer tem chamado a atenção daqueles que ficam diante de computadores, de TV, de jogadores de videogames para o “Síndrome da Visão da Telinha” (secura e ardência dos olhos, diminuição da visão, dor de cabeça, tontura, etc.). A obesidade, depressão, diabetes 2, falta de interesse escolar e outros problemas juntam-se a esses como consequências de excesso de tempo a assistir às telas. Que importância têm nossos filhos e quanto vale nossa saúde? Cuidemos antes de perdê-los.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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