Opinião

A verdade bíblica e as ciências 5

31/07/2015

A verdade bíblica e as ciências 5

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Deus é sábio e misericordioso, recebe o homem com todos os seus defeitos, mas quer que todos sejam transformados à imagem e semelhança do Seu caráter. Deus respeita e aceita os homens com seus vícios, costumes e com sua ruindade, mas ensina e educa a fim de serem transformados. Ele não interfere na historicidade, na sociedade, nem no escravagismo, pelo contrário, dá livre arbítrio para que tratem aos semelhantes como acharem por bem, mas cobrará deles segundo suas obras.

Em 1901, onde hoje é Irã, foi encontrado o Código de Hamurabi, que se pensa ser escrito em 1700 a. C.. São 282 leis, algumas, sobre os direitos dos “warduns” escravos, diz entre outras coisas:
Se alguém vendeu sua esposa, filho ou filha como escravo (a) em pagamento da dívida será resgatado no quarto ano. Se a escravizada gerou filhos do senhor, tais filhos serão livres. Se a filha do senhor se casar com o escravo e se este morrer, as posses que ela possuía antes serão dela, porém o que foi adquirido durante o matrimônio será metade dela e a outra metade do seu dono. Se o senhor do escravo ensinou-lhe um ofício o escravo não poderá mais ser resgatado, mas se não ensinar o servo poderá voltar para a casa paterna. Se um médico operou um escravo e este morreu, deverá dar outro escravo ao senhor.

Deus tirou os israelitas da escravidão de 430 anos do Egito, todos os povos vizinhos eram escravocratas. Como Jesus disse, Deus permitiu o divórcio “por causa da dureza do coração” dos homens, e  assim tolerou a escravidão (Ex 21:2-11).

Em (Lc 12:46-48) Jesus está contando uma parábola, aproveitando o costume da época, não defendendo a escravidão, muito menos a chibata. Em (Ef 6:5 como em 1Tim 6:1, Paulo não defende a escravidão, mas como Jesus, não interfere no social; procura orientar os servos a comportarem-se dignamente como cristãos. Os Dez Mandamentos eram atenuantes: “Lembra-te do dia do sábado… nele não farás nenhum trabalho… nem teu servo, nem tua serva… Lembra-te de que foste escravo… Não matarás…” (Dt 5:15 -17). O Torah (VT) proíbe a escravização dos seus semelhantes (Lv 25:46. Algumas pessoas escolhiam ser escravas para ter todas as suas necessidades providas pelo seu senhor. Neste caso, o escravo sairia forro ao chegar o ano do jubileu (7 em 7 anos). Neste ano (Yovel) seria o descanso da terra (não se trabalharia na agricultura), o senhor teria de devolver a terra ao proprietário empobrecido. O servo recebia também animais, alimentos e sementes para reiniciar sua vida (Dt 15:13-14). Era um meio de igualar economicamente as classes sociais.

“Depois de possuir um escravo por no máximo 6 anos, o escravo sentava-se à mesa de seu amo, comia, bebia, e relaxava por dez dias”.

Enfim, a escravidão difere muito daquela que conhecemos no Ocidente e no Brasil: 1º- não era uma escravidão racial ou pela cor da pele. 2º- era uma circunstância financeira e voluntariamente aceita – não havia sequestro de pessoas, nem forçadas. Alguns até desejavam continuar  escravos após ser jubilado. 3º- os escravos fugitivos eram mortos, tanto na lei de Hamurabi como na nossa civilização, mas em Israel eram protegidos (Dt. 23:15-16).

No Novo Testamento, algumas vezes médicos, advogados e até políticos eram escravos de alguém. Quando S. Paulo se refere aos servos, apela para que sejam trabalhadores, na presença e na ausência do amo, e aos senhores para que não ameacem aos servos, mas se lembrem de que Deus é o Senhor de todos, que “deem aos seus servos o que é de justiça e equidade” (Ef 6:5-9; Col 3:22-25, 4:1). O apóstolo escreve a Filemon, para que receba de volta o escravo fugitivo Onésimo como “filho” de Paulo, útil, amado irmão, como se fora o próprio Paulo e que caso houvesse algum prejuízo fosse debitado na conta do apóstolo (Carta a Filemon). Deus e Sua Palavra nunca endossaram a escravidão. Deus é amor (1 João 4:8).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?