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“Acredito que Rafard pode ser uma cidade melhor”, vislumbra vereador Wagner Antonio Bragalda

Bragalda têm consciência das falhas administrativas do Executivo, mas cobra uma participação maior da população (Foto: Wanderley Alves/Câmara de Rafard)

Após uma breve pausa para atender as agendas dos participantes, o jornal O Semanário retorna com o penúltimo entrevistado da série com os vereadores de Rafard.

No segundo mandato como vereador, aos 38 anos, Wagner Antonio Bragalda, vem de uma família que tem a política no sangue. Militante do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), é sobrinho do saudoso ex-prefeito, Antonio Sergio Bragalda, mais conhecido como Bolacha.

Wagner foi presidente da Câmara na legislatura anterior, e hoje, fora da mesa diretora, atua com uma postura de criticar, cobrar, mas também de auxiliar na busca por soluções. Quando perguntado se é situação ou oposição ao atual governo municipal, ele se diz neutro.

Envolvido com a comunidade católica, principalmente com a equipe do coral, adora música e é assíduo apoiador da cultura rafardense. Nesta entrevista exclusiva, Bragalda fala sobre sua atuação e avalia o que falta para Rafard realmente entrar nos trilhos. Confira:

O Semanário – De 2017 para cá, entre tudo o que fez como vereador, o que considera como principal?

Bragalda – O apoio nas ações em prol ao nosso município, principalmente, no setor de Cultura, – o qual faço parte como presidente do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) e nas relações entre a Organização Social e Cultural, a Abaçaí e a Diretoria de Educação.

O Semanário – Tem conseguido pôr em prática as propostas apresentadas à população nas eleições de 2016, quando ainda pleiteava um cargo no Legislativo?

Bragalda – Ideias e projetos tenho muitos, e inclusive em andamento. Algumas como um possível Plano Diretor para que a cidade cresça de maneira ordenada e planejada, é uma delas, porém acredito não ser possível devido à falta de planejamento do Executivo e/ou porque exigiria recursos do município, ou ainda falta preocupação por parte dos governantes para que isso aconteça.

O Semanário – De modo geral, que análise você faz sobre a atuação do Legislativo nesses 18 meses de gestão?

Bragalda – É obvio que existem lados, mas vejo que todos os vereadores estão imbuídos do mesmo propósito, lutar por uma Rafard melhor, nem que seja uma semente germinada por dia. O Legislativo cobra soluções imediatas do Executivo, para problemas simples, mas não vejo nada acontecer em alguns casos. Talvez, o Executivo não execute por questões políticas, o que acho uma grande perda para a população e município ou por ações financeiras.

O Semanário – Até agora, como avalia o trabalho do atual governo municipal?

Bragalda – Avalio como uma administração que gere/administra de acordo com o surgimento dos problemas. Não existe diálogo entre o Executivo, Diretorias e o Legislativo. Cada setor tenta fazer o seu trabalho sem um planejamento e envolvimento de toda equipe, tudo em um ritmo lento. Uma equipe coesa, unida e que não apenas apaguem incêndios, mas dialogassem e projetassem sobre os problemas do município a longo prazo, seria o ideal.

O Semanário – O senhor se considera situação ou oposição ao atual governo? Por que?

Bragalda – Nem um nem outro, pois tenho a convicção que devo me empenhar e ajudar o município em todas as situações que se fizerem necessárias, dialogando com diretores ou se necessário apontando os erros. Além do mais, tenho projetos de minha autoria em andamento e que dependem do Executivo para que se tornem realidade.

O Semanário – Alguns vereadores falaram em perseguição política do atual governo, o senhor sofreu algo nesse sentido? O que?

Bragalda – Não sofri nenhum tipo de perseguição, talvez porque possuo bom senso e discernimento para pesar os fatos, conversar e assim, manterei minha postura. Em primeiro lugar vem o bem-estar da coletividade e da minha cidade e depois episódios políticos.

O Semanário – Na sua visão, qual a maior dificuldade no relacionamento com o prefeito Uil Maia?

Bragalda – Com certeza a falta de diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Isso impede que muitos dos problemas pontuais e urgentes da cidade, apontados pelos vereadores, sejam solucionados.

O Semanário – Qual a maior dificuldade em conseguir recursos para o município?

Bragalda – Os deputados do meu partido são de outras regiões, mas inúmeros deles se não quase todos, possuem ofícios meu com pedidos em suas mãos. Conseguir verbas por meio de deputados é sempre uma novela, pois muitas vezes se chegam, veem de maneira direcionada para compras específicas, o que vai contra as necessidades do município, por isso, resolvi apostar nas Diretorias Municipais na busca da liberação desses recursos, diretamente do Governo do Estado. Na administração passada consegui uma verba de R$ 150 mil para a Saúde, que foi utilizada para construção de salas, a época era outra.

O Semanário – O senhor é a favor ou contra a reabertura da Unidade Básica de Saúde 24h em Rafard?

Bragalda – Com certeza seria favorável, se a DRS-10 de Piracicaba, nossa Regional em Saúde autorizasse esta abertura e também o Tribunal de Contas (TCE-SP). O TCE deixa claro em suas orientações e não é de hoje, que de acordo com o orçamento do município, a Saúde ultrapassa os gastos. Não que eu seja contra o limite, mas cabe ao gestor administrar o recurso de maneira inteligente e que não seja soberano a lei. Possuir um Plano B e criar medidas alternativas na busca de uma solução para suprir esta falta de abertura, seria viável.

O Semanário – Na sua opinião, já que Rafard não conta com especialidades, não seria mais viável financeiramente fazer o repasse para a Santa Casa, que é o hospital referência para os casos mais graves?

Bragalda – Claro que sim. Quero estar aqui como vereador e contribuir com o diálogo entre as partes envolvidas, pois mediante análise rigorosa da demanda do município, uma ajuda de custo seria a decisão mais óbvia.

O Semanário – Quais os seus principais projetos apresentados como vereador?

Bragalda – Projeto nº 88/2013 “Semana do Idoso” (Wagner/Daniela Parra); Projeto nº29/2014 “Obrigatoriedade de Monitor nos Ônibus Escolares” (Wagner/Alexandre Fontolan/Alexandre Juliani/Daniela Parra/Marcelo Frederico); Projeto nº34/2015 “Regulamentação de Feiras Itinerantes” – (Todos os vereadores – Gestão 2013/2016); Projeto de Resolução nº01/2016 – Fixação dos subsídios do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores de 01/2017 a 31/12/2020 (Wagner/Alexandre Fontolan/Marcelo Frederico); Instauração da Comissão Intermunicipal de Preservação da Fazenda Itapeva; Reorganização, planejamento e alocação dos moradores da Fazenda São Bernardo – projeto conjunto com o Diretor de Habitação e Organização Abaçaí.

O Semanário – Quais as suas expectativas quanto ao futuro de Rafard quando se fala em:

Água – Tenho plena ciência que irá faltar. Temos que fazer algo pelo Tanque São José e outras nascentes no município com urgência.

Emprego e renda – Temos que atrair indústrias para a cidade, haja vista, que possuímos a Rede Senai de Ensino Profissionalizante – a qual é um atrativo para jovens da cidade e região.

Usina – 60% da arrecadação do município vem dela, porém poluí com o “bagacinho” de cana e deixa a entrada da cidade suja.

Comércio – Necessita de uma associação para ampliar o diálogo entre os comerciantes. Também se faz necessário realizar promoções, incentivar a população a gastar seu dinheiro no município, pois esse é revertido para os cofres públicos e pode ser aplicado em melhorias no próprio munícipio, falta conscientizar a população.

Indústria – Planejamento e investimentos no distrito industrial, saneamento básico, energia elétrica, comunicação, para dar condições para mais empresas se instalarem no município.

Cultura – O município oferece o básico e no momento estamos sem os projetos por falta de planejamento (concurso) que deveria ter sido realizado pelos gestores anteriores. Vejo a falta de interesse da população em prestigiar os eventos culturais oferecidos pela Raízen e Abaçaí, sem contar no Museu que permanece fechado, precisando de investimentos e melhorias para a reabertura.

Turismo – Há mais de um ano estamos tentando desenvolver ações com o COMTUR, porém depende de investimentos do município, de empresas e do envolvimento de pessoas que realmente desejem que isso aconteça.

Esporte – Existem tantas modalidades de esportes, porém o município só foca o futebol.

Saúde – Problemas existem, alguns pontuais, no demais sempre ouço pessoas idosas elogiando, porém falta competência na gestão da UBS (Unidade Básica de Saúde), por perder exames, não comunicarem pacientes das consultas, ou seja, não existe manutenção preventiva de ambulâncias, além da demora na licitação de medicamentos.

Lazer – Perdemos uma grande oportunidade de transformar as instalações da antiga Agroquímica num parque ecológico, mas ainda podemos desfrutar de outros espaços como a Fazenda São Bernardo, Ponte da Leopoldina que são de fácil acesso.

O Semanário – Considerações finais.

Bragalda – Acredito que Rafard pode ser uma cidade melhor. É preciso mudar o pensamento e parar de achar que tudo é obrigação da Prefeitura. É preciso fazer a nossa parte como cidadão, dar valor as coisas que são nossas. Não adianta ficar reclamando se nem cumpro com o meu dever. Vejo uma sociedade vivendo em grupos separados, cada qual para si, precisamos se organizar, discutir ideias e tentar colocá-las em prática juntos, caso contrário nada vai mudar. Deixo essa pergunta para a reflexão dos leitores: O que eu estou fazendo para que minha cidade seja melhor? O que vou deixar de bom para as gerações futuras?

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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