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Ah… a nossa “Pracinha”

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Ah! Ela de novo…a nossa Pracinha, no tempo em que era a única que tínhamos em nossa cidade, e que era o palco das muitas brincadeiras de criança, das algazarras dos meninos, dos bate papos de amigos, das serestas, dos encontros de namorados e do primeiro beijo.

Era mais ou menos assim: – À noite a gente se encontra lá na “Pracinha”! era assim que a chamávamos de forma carinhosa, e tal e qual a Praça da música do cantor, também a nossa tinha o pipoqueiro, e os casais de namorados, e muitas vezes até a Banda de música.

Quando os últimos raios do sol, iam pouco a pouco, se pondo, e a noite começava a se fazer presente, vinha o empregado da Companhia de Luz, Nêne Chiarini, cumprir seu mister diário, e com uma vara comprida com um acionador na ponta, ia embaixo de um dos postes que tinha um transformador de energia, e erguendo-a acionava a energia e como num passe de mágica, as luzes da Maurice Allain e da Praça da Bandeira eram acesas…

As luzes da nossa Pracinha, como se vê na foto acima, eram envolvidas em globos de vidro, colocadas em postes de metal, os quais, davam um toque de romantismo à iluminação, trazendo inspiração aos casais de namorados, para se declararem um ao outro…

Era para nós moradores, o local perfeito para estar, pois além de possuir sanitários para o público masculino e feminino, tínhamos várias opções comerciais, entre tantas, a de degustar um sorvete do Bar do Bastião Fabrício, um salgado do Bar do Nhô João, que ficava na esquina de baixo, onde a criançada aproveitava para ir assistir filmes na TV, a novidade da época.

Para vir para a cidade, era muito comum o uso de bicicletas, charretes, ou montarias em cavalos ou mulas, que muitos usavam para vir das fazendas Itapeva, Saltinho, Santa Rita, Leopoldina, São Bernardo, Anselmo, e também dos sítios, para a “cidade”.

Para suprir a falta de iluminação, quem usava bicicletas, estas eram servidas por farol, os quais eram alimentadas por potentes dínamos que geravam energia a partir do movimento das rodas. Os mais cuidadosos ao usar sua bicicleta, para não sujar as barras das calças e fazer feio, colocavam umas “presilhas” nas canelas, para que estas impedissem o contato das barras das calças com a graxa que azeitavam as correntes.

Havia um grande movimento como se fosse um “desfilar”, em que as moças e os moços iam e vinham na Maurice Allain, do cinema até a Pracinha, através do qual tinham oportunidade de trocar olhares através da “paquera”, como se dizia antigamente, e olha que disto resultou muitos casamentos…

O movimento na “Pracinha” perdurava até o momento em que o povo tinha à disposição abertas, as portas do comércio de bebidas, doces e salgados, pois, assim que estes começavam a fechar as suas portas para ir descansar, o pessoal também começava a se despedir para ir cada um para sua casa.

Mas meu caro leitor, ainda que exista outras praças na nossa ou em outra cidade, para quem viveu, como eu também vivi, dias ditosos como o acima descrito, a “nossa pracinha” sempre será a “única”…

COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
Envie sua colaboração para o colunista: [email protected]

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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