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Ainda, Capivari VIII

09/02/2018

Ainda, Capivari VIII

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Sabe-se, por um lado, que muitas famílias de Capivari, a partir dos anos 30, fixaram-se em regiões do país que passavam por um processo de expansão, como o Oeste Paulista e o Norte do Paraná. Assim, há notícias de ramos da família Armelin em Presidente Prudente, Pellegrini em Londrina, Quagliato em Ourinhos, Waldemarin em Penápolis.

Há também a possibilidade de que vieram de novo para o Brasil (acontecido entre outros, com os Freguglia e os Favotto), fica difícil saber quantos eram esses repatriados, e qual o motivo do seu retorno.

A esse respeito, uma história pitoresca foi relatada pelas irmãs Capóssoli. Seu irmão Romário, que integrou a Força Expedicionária na Itália, era responsável pelo suprimento de víveres à frente de batalha. Romário tinha pintado no capô do jipe que dirigia o nome de sua terra: Capivari – São Paulo. Um dia, uma senhora que já o havia visto passar outras vezes lhe faz sinais de longe. Quando Romário se aproxima a senhora lhe conta que tinha passado na infância numa fazenda em Capivari, antes do retorno da família à Itália.

O mais surpreendente para Romário foi, ao voltar ao Brasil, saber por seu cunhado Carlos Colnaghi que aquela senhora tinha sido sua companheira de infância em Mombuca.

A menos de relatos como esse, é quase nula, a informação que se tem sobre o repatriamento de migrantes que tivessem vivido em Capivari.

Os imigrantes e o sentimento de italianidade

Nos periódicos relativos à época de chegada dos primeiros italianos a Capivari, encontraram-se alguns registros sobre a criação de uma Sociedade de Mútuo Socorro Giuseppe Mazzini. Em 1901, por exemplo, a Gazeta de Capivari noticiava, em seu número de 22 de setembro, uma festa promovida por essa sociedade para comemorar o Vinte de Setembro, a data da unificação da Itália:

“Quase todas as casas de italianos acham-se embandeiradas e enfeitadas de troféus e galhardetes dando assim, um festivo aspecto à praça, destacando-se o sobrado, onde funciona aquela sociedade.

As quatro horas da tarde saiu a percorrer as ruas da cidade um numeroso préstito, composto de sócios da Giuseppe Mazzini de grande massa popular acompanhada da Banda Carlos Gomes.”

Mais a frente, em 1912, foi criada a União Nazionalista Italiana di Capivary, cuja Comissão Provisória era constituída por Antonio Palumbo, Marcello Calvitti, Donato Armelin, Giuseppe Tofanelli, Giuseppe Conforti, Domenico Lazzarin, Antonio Paulon, Balduino Colaneri, Francisco Palma, Pasquale Tuccori, Rosario Capóssoli e Giovane Leone.

Mas a vocação dosa italianos em Capivari não era a criação de grupos segregados, não era fechar-se em torno de uma “colônia” italiana. Ao contrário, os imigrantes italianos estavam, desde o primeiro momento, abertos à integração, como se observa mais adiante.

Os imigrantes e o trabalho

No projeto inicial deste livro pensou-se em fazer uma seção que descrevesse a contribuição cultural dos italianos à cidade de Capivari.

Recebemos uma contribuição importante, de Maria Augusta Bastos de Mattos, que vai transcrita na próxima seção. Antes, porém, consideramos necessário tecer considerações sobre a forma pela qual o imigrante italiano se relacionava com o trabalho. (segue).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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