Opinião

Apneia do sono pode levar à morte

Shigueo Yonekura, especialista em sono pelo Hospital das Clínicas da USP e médico do Instituto de Medicina e Sono de Campinas e Piracicaba. www.institutodosono.com.br

Ronco, sonolência excessiva durante o dia, falta de memória, irritabilidade e dores de cabeça estão entre os principais sintomas da apneia do sono. A doença resulta em queda de qualidade de vida e em casos mais severos pode levar à morte por parada cardíaca.
Caracterizada pelo fechamento repetitivo da passagem do ar pela garganta durante o sono, a apneia pode interromper a respiração por até 60 segundos ou mais. São essas pausas respiratórias que fazem com que o indivíduo tenha pequenos despertares durante a noite, que interrompem o sono e prejudicam o descanso. Pacientes com mais de cinco pausas respiratórias por hora de sono já são diagnosticados com a doença. Quando esse número sobe para trinta o caso é considerado alarmante.
Estudos mostram que a doença está associada ao aumento na incidência de infartos do miocárdio, derrames cerebrais e arritmias cardíacas. A hipertensão arterial é encontrada em 60% a 80% dos que sofrem de apneia. Cerca de 30% das pessoas com hipertensão têm apneia e se o paciente não tratar a síndrome o controle da pressão alta fica mais difícil. A apneia do sono pode desencadear o aparecimento da diabetes e quem tem diabetes pode ter dificuldade no controle da glicemia. Os portadores de hipertensão arterial ou diabete que tem dificuldade de controlar , deve ser investigada para o diagnostico de apneia.
A apneia costuma ser mais grave nos homens com mais de 40 anos e nas mulheres a partir da menopausa. As chances de desenvolver a doença também aumentam em pessoas com excesso de peso, problemas nasais e retrusões mandibulares.
Diagnóstico da apneia
O diagnóstico preciso só pode ser estabelecido através da polissonografia, um exame realizado no laboratório do sono. O exame permite testar durante o sono os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação do oxigênio no sangue, os movimentos das pernas e outros parâmetros. As informações são registradas em um computador para análise do especialista.

Tratamentos
Existem vários tipos de tratamentos e cada caso tem que ser individualizado. Além do cirúrgico, pode ser usado um aparelho intraoral ou o CPAP. O último é parecido com uma máscara de inalação que injeta ar evitando ronco e eliminando a apneia do sono. CPAP tem como objetivo manter as vias aéreas permeáveis ao fluxo do ar durante a noite. O CPAP fica conectado a um compressor de ar que provoca pressão positiva para forçar sua passagem através das vias aéreas superiores. Os níveis de pressão da máscara devem ser ajustados individualmente depois de um estudo polissonográfico cuidadoso. Pressões adequadas podem aliviar os sintomas sem diminuir os riscos.

Sintomas
Ronco, perda da libido, acordar cansado mesmo que tenha dormido à noite toda, irritabilidade, sonolência diurna, falta de concentração, acordar com sensação de sufocamento, problemas de memória, acordar com dor no peito ou desconforto, depressão e ansiedade, boca seca e dor de cabeça ao acordar.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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