Com raras exceções o ser humano luta pela sua vida, e embora aprove a eutanásia para os doentes terminais, quer distância dela. Ele quer “pão, circo e vinho” e luxúria, mas não quer morrer (mesmo que lhe digam que o paraíso o aguarda). A história referente a este assunto tem muita curiosidade para nos contar. Os idos séculos 13 a 15 têm alguns fatos interessantes. Diz o grande historiador Sérgio Buarque de Holanda que “… as ideias mágicas alimentam constantemente a mais conhecida literatura filosófica e teológica” Visão do Paraíso, p. 4. Os portugueses eram um povo aventureiro, ávido por contos fantasiosos. Criam ser eles, um povo santo, sua língua divina, cujo país fora fundado pelo semideus Ulisses por ordem de Deus mesmo antes da criação do Mundo, portadores da única religião certa. Não deviam sequer trabalhar, isto era para os inferiores. Liam os relatos de viagens pelo Oriente.
Os relatos sobre o rei persa Midas (tudo o que tocava virava ouro); de Marco Polo sobre o Califa de Bagdá que tinha uma reserva de ouro, prata, pérolas e torres de joias; do Grã Cã, imperador que cunhava moedas de ouro, que acumulou enormes riquezas; do sacerdote cristão e imperador famoso Preste João que possuía um verdadeiro paraíso nas longínquas terras orientais, trancafiado por cortinas de ferro e montanhas, guardado por homens com um olho na nuca e outro na fonte e outros monstros horrendos. Esse paraíso era riquíssimo, mais do que qualquer outro. Creram nas próprias mentiras que relatavam com tanto entusiasmo. Descobriram no Oriente o Éden, cujos rios continham muito ouro, entre suas árvores havia a Árvore da Vida, quem bebesse das águas desses rios 3 vezes em jejum ficaria livre de todas as enfermidades e teria aparência e vigor da juventude.
Pedro Mártir de Aghiera, muito velho, mal podia andar, tomou dessa água e lhe foi um elixir, renovou-o como se tivesse 32 anos. Ele casou-se novamente e teve vários filhos. O feito tornou-se tão propalado que as viagens para o Oriente tiveram, com frequência, a companhia de padres crentes nesse desfrute, dos quais, o Papa Leão X possuía lista. (ver Visão do Paraíso, p. 25 e 26) Portugal empreendeu várias viagens em busca desse Éden, oferecendo aos aventureiros: riqueza, fama, vida fácil, sexo livre e vida revigorada.
Os teólogos Pedro Lombardo e Tomás de Aquino disseram que o paraíso deveria ficar nas montanhas tão elevadas que tocavam a esfera da Lua. Os viajores Cristóvão Colombo, Vasco da Gama e tantos outros tinham como escopo, antes, a descoberta do Éden aurífero, cujas montanhas reluziam ouro, os leitos dos rios de ouro e suas águas o elixir da juventude, e depois, a catolicização dos povos.
Com as descobertas das terras americanas, os europeus encontraram por aqui o verdadeiro paraíso. Descobriram muito ouro e muita prata; o historiador Cleber C. Prodanov diz que daria para construir uma estrada calçada com prata. do Peru à Espanha além do mais, notaram que a América tinha a forma de um coração, Localizaram o Éden no Brasil com mais certeza, pois aqui ninguém ficava doente, havia índios com 114 anos, o clima era ótimo e “tudo o que se planta dá”. Os jesuítas: Manuel da Nóbrega, Pero Gandavo, Simão de Vasconcelos e Dr. Antônio de Leon Pinelo afirmaram estar aqui os rios do Paraíso (Prata, Madalena, Amazonas e Orenoco), aqui também estava a árvore do bem e do mal que era o maracujá. O fruto da vida eterna era a laranja, passou a ser a banana, e até o abacaxi. (Recomendo a leitura dos livros: “Visão do Paraíso” de Sérgio Buarque de Holanda, e “Do Imaginário á Santa Inquisição” de Leondenis Vendramim).
Quem não gostaria de viver no Paraíso edênico, feliz, saudável, eternamente, na companhia de santos anjos e humanos, num clima perfeito, bons frutos e flores imperecíveis, na presença de Deus? Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância” João 10:10. “Se queres entrar na vida eterna Guarda os mandamentos” Mat 19:17. Se você crê nas palavras de Cristo, siga Seus conselhos e terá a eternidade paradisíaca. (Sobre o paraíso ler: Gen 2:8-17; Isa 11:5-9; 35; 65:17-19,22-25; 66::22-23; Apo 21 2 – 22).
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