Geral

Artigo – Pode e deve voltar!

Denizart Fonseca

Reafirmamos que Rafard pode e deve voltar a ser Uma Grande Família, embora os tempos sejam outros, muita coisa tenha mudado, com sua atual população aumentada por migrantes, da antiga pouco restando, a nós mais antigos que convivemos com grande número de pioneiros, cabe a responsabilidade de, ao menos tentar trazê-la de volta.
Dependendo da boa vontade da população, inteirando-se de sua história reverenciando a memória dos que aqui lançaram as primeiras mudas, sementes e plantas para a cultura, não apenas dos canaviais, como de árvores frutíferas, assim as primeiras luzes da educação religiosa, moral e cívica.
A primeira e grande colônia de imigrantes que então ocupou esta região, a italiana, trouxe, além de uma nova linguagem que passamos também a aprender e usar, os hábitos, costumes, e forma de alimentação, assim como prepará-la, usada em sua terra natal, aumentando os conhecimentos dos aqui residentes.
Naquela época onde todos se conheciam e respeitando se auxiliavam mutuamente, podia-se muitas vezes, ouvir da cerca de bambu que separava os quintais das casas, uma dizendo, após pronunciar o nome da vizinha “me empreste uma xícara de arroz, o meu acabou, depois eu devolvo”, no que era atendida prontamente recebendo de volta, assim que a amiga indo a venda comprasse, pedindo pra marcar na caderneta.
Facilitando então a compra a crédito – na caderneta – cujo pagamento seria feito impreterivelmente no fim do mês, ao chefe da família receber o ordenado, geralmente como operário da Societê de Sucrerie Brasiliêne ou Sociedade Brasileira de Açúcar, então de propriedade e administração de franceses.
Era uma vida tranquila e calma com tudo quanto modestamente à comunidade do pacato vilarejo necessitava para, com honestidade, respeito e consideração aos seus semelhantes, tendo a consciência tranquila, conviver desfrutando de saúde, alegria, amor fraterno e paz.
Havia na época; templos de orações para acolherem seus adeptos; Grupo Escolar; padaria; açougue; farmácias; lojas, armazéns; agência dos Correios; ferraria e carpintaria; fábrica de refrescos; cartório e dois pequenos bares na rua principal e como meio de transporte de passageiros e cargas bem como telégrafo, a Companhia de Estradas de Ferro Sorocabana, com as máquinas a lenha, famosas Maria Fumaça, mantendo três horários: pela manhã, à tarde e o noturno.
Em todos os quintais havia canteiros de verduras e hortaliças e não raro, um pé de fruta, bem como um pequeno galinheiro com as aves fornecendo carne e ovos para o consumo dos moradores.
Chácaras com pomares de jabuticabas, laranjas, mangas, pêssegos, figos e ameixas, enquanto em terrenos maiores os sitiantes plantavam frutas rasteiras como melão e melancia.
Como distração o povo assistia filmes mudos, no Cinema Para Todos, onde também, por algum tempo funcionou um rinque de patinação e no palco, o Grupo de Teatro formado por artistas amadores do lugar, se apresentava de quando em quando; nos Clubes Sociais e Esportivos, Elite e União, em cujas sedes os festejos carnavalescos eram concorridos e frequentados também por visitantes de cidades vizinhas se divertiam ao som de Jazz Bands formados por ótimos músicos. Os times de futebol dos dois Clubes com bons jogadores disputavam campeonatos na região, mantendo em suas sedes muitas taças e troféus neles conquistados.
Estamos transcrevendo o que, o coração dita, num desabafo cheio de saudade, sem citarmos nomes dos componentes dessa Grande Família, evitando assim o risco de, por um lapso de memória, omitirmos algum, na intenção de prosseguirmos relembrando um distante passado que os anos não trarão jamais.

Obs.: Com parabéns e votos de prossiga assim, já estamos sentindo os bons efeitos do eficiente trabalho desenvolvido pela atual administração.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?