E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir. (João 11:43-44 )
Já se passou o tempo em que a solidão me machucava. Realmente, nestes quilômetros desta grande jornada, sua ilustre companhia, tem me ensinado algo que eu sempre buscava: autoconhecimento.
Assemelho-me a uma criança recém-matriculada no primário: Contempladas são as novidades e temidas são tais atividades: provas, coleguinhas, professores que passam a conhecer nessa jornada extensa.
Acabara eu de ingressar em um período de preparação para as dissertações e narrativas futuras que se resumem em um Best Seller íntimo chamado Vida?
Os dias têm sido abreviados, emendados à calamidade dotada de valores já perdidos pelas altas doses de marasmo e egocentrismo.
Aprecio realmente esta exímia solidão de uma noite de verão.
Tenho sido presenteado com tal fase de exame, que confronta os atributos de minha existência, restaurando a minha essência conforme o favor imerecido do Mestre por mim.
Neste momento, em meio à quietude de meu lugar secreto, no refúgio caloroso dos braços do Pai, com atenção posso apreciar as melodias de meu coração, entender e decifrar os gemidos de meu espírito. Ansioso, eu estou, pelo momento em que o Mestre venha com Sua doce voz ordenar: Saia para fora!
Falta pouco tempo para eu poder voar! É o tempo derradeiro desta observação!
A solidão tão temida tem me ensinado, o silêncio desta fase calmamente me propiciado, as maiores experiências e análises pertencentes somente a mim e ao meu Senhor! Mas o que posso vir a adiantar nas linhas desta narrativa: O momento de voar está prestes a chegar.
Já repararam as gaivotas no céu anil a voar? Livres, de norte a sul, leste a oeste enchem de ânimo os nossos olhos com seu dançar.
O que tem nos impedido então? Creio que o medo do desconhecido, nossa tempestade interior que nos afasta da busca de nossos sonhos, afirmo isto com exatidão.
Todo voo possui riscos, mas como algo é conquistado sem a existência deles? Como um barco atravessa o oceano sem a força do vento, e sem em diversas vezes superar ondas tão grandes?
Saia para fora!
É tempo de buscar os sonhos guardados nas gavetas no armário de seu coração.
Saia para fora!
Em teu lugar secreto, o Senhor te fortalece, em meio a sua humana solidão.
Saia para fora!
Já há muito tempo na gaiola você já se dispôs a descansar, em meio às grades já não
é mais tempo de se lamentar.
A Pedra foi tirada, a voz do Mestre ordenou. Deixe para trás o medo de voar! Saia
para fora!
