Rubinho de Souza

Associação Cooperativa Mercado Collectivo do Trabalho de Villa Raffard

Folheando com dedicada atenção o livro Vida Social e Política de Rafard, escrito por Silveira Rocha, deparei-me com uma matéria interessante que trata da fundação e constituição da diretoria da “Sociedade Cooperativa de Consumo”, a qual relata o livro ter sido constituída no dia 15 de abril de 1917, visto que, naquele tempo, como nos dias de hoje a população de Vila Raffard, reclamava dos altos preços dos alimentos.

Buscando uma solução para a alta de preços, reclamada pelos moradores naquela época, não tardou para que homens dotados altruísmo e espírito público, comungando os mesmos ideais, se reunissem, entre eles, Domingos Brussan, Emílio Brassanese, Luiz Borghesi, Pedro Turatti, José Miguel Bósio, Ricardo Pasqualini, para fundarem uma cooperativa de consumo. Ideia ventilada na reunião, ideia concretizada pelos fundadores.

E, assim, depois de palmilhar os caminhos que se faziam necessários, foi fundada primeiramente, sob a razão social de “Associação Cooperativa Mercado Collectivo do Trabalho de Villa Raffard”. A sede da Associação Cooperativa (foto), foi inaugurada em 28 de abril de 1918, com missa e uma grande festa com fogos de artifício que foi abrilhantada pela Corporação Musical União Operária sob a batuta do sr. Paulo Pellegrini. A Ata de abertura, contou logo de início, com assinaturas de cinquenta e seis acionistas. Houve descerramento de placa de inauguração com o retrato do Dr. Girol em sinal de agradecimento.

cooperativa-rafard
Foto enviada pelo colunista

A vitória foi muito comemorada pelo povo de Villa Raffard, no entanto, como toda sociedade que é criada com o destino de bem servir, a ACMCT passou por maus bocados, amargando uma dura crise entre os anos de 1956 a 1958, que quase a fez fechar as portas. Entretanto, a muito custo, conseguiu se reerguer, graças à ajuda dada pelos franceses, proprietários da Usina Raffard.

Relembra Silveira Rocha em seu livro, que, se não tivesse os donos da Usina Raffard, intervindo na sorte dessa sociedade com tão nobre ideal, não teria sido possível a sua reabilitação, o que poderia causar grande frustração na diretoria, que herdaram a difícil missão de levar avante os ideais daqueles que foram seus fundadores, visto que já haviam passado o bastão aos seus descendentes.

A nova diretoria com o mesmo espírito elevado, restituiu o conceito que originou a Sociedade, reafirmando-a sobre bases sólidas, através de uma reorganização que se deu em 1959, quando então passou “nos termos em vigor a ser denominada “Cooperativa de Consumo dos Trabalhadores da Usina de Açúcar de Raffard”.

Como se pode perceber, são resgates de fatos marcantes de nossa cidade, onde os homens de grandes ideais, naquela época, colocavam em prática seus sonhos, irmanados que eram, e pensando sempre no bem dos seus semelhantes. Não tenho como engolir o que sempre ouvi do pessoal da “velha guarda”: – Não se fazem mais homens como antigamente!logo do fundo do baú raffard

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