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Aumento da renda e do consumo no país impulsiona empresários da classe C a montar o próprio negócio

Recente levantamento aponta que 55,2% dos pequenos negócios no Brasil são geridos por pessoas da classe C. Diferentemente dos países mais ricos, em que o empreendedor geralmente é da classe econômica mais alta, no Brasil, somente 37,5% das pequenas empresas são gerenciadas pelas classes A e B, enquanto as D e E respondem por 7,3% dos empreendimentos.
De acordo com o SEBRAE (Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário), que encomendou o estudo ao Instituto Data Popular, uma das explicações para esse cenário é o aumento da renda e do consumo dos brasileiros. Entre os anos de 2003 e 2011, 32 milhões deixaram as classes D e E rumo à C, passando a ter acesso a bens que não possuíam antes. E com o mercado aquecido, a nova classe C – considerada pelos pesquisadores como a das famílias com renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 – está mais otimista e animada para abrir novos negócios, já que viu a vida melhorar.
Quanto à escolaridade, apenas 24% dos empreendedores concluíram o ensino superior, enquanto 51% estudaram até o ensino médio e 25%, até o fundamental. Já em relação à faixa etária, 48,7% têm entre 31 e 49 anos, 28,8% têm até 30 anos e 22,4% têm mais de 50 anos.
“Em busca da independência financeira e de querer ser seu próprio patrão, muitos desejam abrir um negócio. Além do mais, a legislação brasileira facilitou a abertura e o fechamento das empresas, reduzindo a burocracia e a carga tributária dos pequenos”, explica Glauco Pinheiro da Cruz, consultor e diretor do Grupo Candinho Assessoria Contábil (www.candinho.com.br).
A pesquisa do SEBRAE também mostra um dado pouco animador: cerca de 54% desses empreendedores ganham o equivalente a até três salários mínimos por mês (R$ 1.866) e 64,7% faturam até R$ 60 mil por ano. E com o faturamento mensal médio de R$ 5 mil, com baixa margem de lucro, muitas destas empresas não têm perspectiva de crescimento, tampouco de longevidade, com mais risco de fechar precocemente. Somente 2% delas faturam mais de R$ 3,6 milhões por ano, enquanto 24,4% estão na faixa de R$ 60 mil a 360 mil e 8,9% entre R$ 360 mil e 3,6 milhões.
“Constatamos que as principais causas de mortalidade são: falta de planejamento prévio adequado para a abertura do negócio, falhas na gestão empresarial, postura empreendedora pouco desenvolvida, inexperiência no ramo de atividade escolhido e influência de problemas pessoais sobre o empreendimento. Então, recomendamos que os empreendedores se programem bem antes de abrir seu negócio para evitar cometer esses mesmos erros”, aponta o especialista do Grupo Candinho Assessoria Contábil.
Entre 2009 e 2012, dobrou o número de micro, pequenos e médios empresários inscritos no Supersimples, o sistema simplificado de tributação das micro e pequenas empresas (MPEs). Nos cinco anos do sistema em vigor, mais de 6,5 milhões de pessoas jurídicas – incluindo 2,5 milhões de empreendedores individuais – aderiram a ele. Mecânicos, doceiros, cabeleireiros, manicures, vendedores de roupas e cosméticos e fotógrafos, entre outros, são alguns dos profissionais participantes, com direito a emitir nota fiscal, acessar crédito mais barato e manter seu negócio totalmente legalizado.
“Em meados deste ano, a presidente Dilma Rousseff anunciou que as micro e pequenas empresas que aderiram a esse regime são responsáveis por um em cada quatro empregos com carteira assinada no Brasil. A pequena empresa é reconhecida como base da economia brasileira, então nada mais justo do que investir cada vez mais no seu fortalecimento, já que os menores são maioria em todo o mundo e grandes geradores de renda, riqueza e oportunidades de trabalho”, explica Glauco Pinheiro da Cruz.
O Supersimples é um regime diferenciado de tributação, menos burocrático e com impostos reduzidos, o que facilita a entrada e permanência no mercado formal. Nele, os oito tributos (IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS, INSS, ICMS e ISS) são pagos com uma só alíquota mensal, mediante documento único de arrecadação. Hoje, podem recolher impostos pelo Supersimples os empreendedores com rendas anuais de até R$ 60 mil (individuais), R$ 360 mil (microempresas) e R$ 3,6 milhões (pequenas empresas). É também permitido contabilizar as receitas com os produtos exportados separadamente das conseguidas no mercado interno. Assim, uma empresa de pequeno porte pode faturar até R$ 7,2 milhões por ano e permanecer enquadrada no regime se tiver faturado pelo menos a metade com exportações.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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