Opinião

Biografias – José Bonifácio

30/10/2015

Biografias – José Bonifácio

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

Coronel Bonifácio José Ribeiro de Andrada, um nobre português, segunda família mais rica de Portugal, político influente, casado com Maria Bárbara da Silva com quem teve 4 filhas e 6 filhos, dentre os quais, José Bonifácio nascido em Santos no dia 13 de junho de 1793. José Bonifácio, casou-se com Narcisa Emília O’Leary e deste casamento nasceram três filhas: Carlota Emília, Gabriella Frederica e Narcisa Cândida. O primeiro professor de José Bonifácio foi seu pai, que percebeu a nativa inclinação de seu filho aos estudos. Mudou-se para S. Paulo onde continuou seus estudos, chegando a entender onze línguas e falar seis fluentemente. Foi à Portugal para cursar a Academia Real de Ciências de Lisboa, onde foi convidado a participar como sócio da Academia. Devido aos seus dotes culturais, foi enviado pela Corte Real à França onde estudou botânica, química e mineralogia, e depois na Alemanha estudou matemática e mecânica, além de especializar-se em mineralogia. Ali teve colegas importantes como Humboldt e na Itália estudou com o físico Volta. Além disto, aperfeiçoou seus estudos na Noruega e Suécia. Ocupou elevados cargos em Portugal, donde voltou ao Brasil, morando com seu irmão Martim Francisco num sítio próximo à Santos.

D. João VI havia se retirado do Brasil e deixado seu filho encarregado do governo. Na Europa, Bonifácio foi bastante influenciado pela Maçonaria e tornou-se porta-voz do povo brasileiro reclamando sua autonomia e independência. É bom que se diga, Bonifácio era de espírito autoritário, caráter forte e resoluto, o que lhe custou a desaprovação de sua personalidade e também a exoneração de seu cargo na política por D. Pedro I. Já houvera vários movimentos em prol da independência como a Inconfidência Mineira (1798), a Revolução Pernambucana (1817) e o descontentamento dos brasileiros com as decisões portuguesas aumentava. O príncipe tinha de acalmar as divergências em quase todos os lugares. Apaziguados os paulistas, ele e a comitiva viajaram para Santos sobre equinos. Na volta, no dia 7 de setembro de 1822, um sábado, às 3 horas da tarde, recebeu ordens de Portugal, inclusive para voltar à corte de Lisboa. D. Pedro recebeu também algumas cartas dos paulistas pedindo-lhe que ficasse não faltando incentivo para proclamar a independência do Brasil. Sabemos que nesse sábado, às 15 horas, ele cortou os laços com a metrópole tornando o Brasil um país livre. Logo que soube do histórico “Fico” do Imperador, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde influenciou sobremaneira na nova política.

D. Pedro I não foi habilidoso, organizou seu ministério composto de portugueses, levando os brasileiros ao descontentamento e acirradas oposições ao governo. D. Pedro foi hostilizado em sua viagem às Minas Gerais, e ao voltar foi recebido com festas pelos portugueses que moravam no Rio de Janeiro em provocação aos naturais, acirrando as adversidades dos brasileiros, que gritavam: “morte aos portugueses”; e os atacaram com garrafadas e pedradas. Pouco mais de 8 anos de governo e D. Pedro I foi obrigado a abdicar do governo em favor de seu filho D. Pedro com apenas 6 anos de idade, no dia 7 de abril de 1831. Antes de voltar à Portugal, mesmo tendo deposto José Bonifácio, agora opositor, D. Pedro I o nomeou como tutor de seus filhos com a seguinte declaração: “Nomeio tutor de meus amados e prezados filhos ao muito probo, honrado e patriótico José Bonifácio de Andrada e Silva, meu verdadeiro amigo”.

Que declaração! Pelo menos uma escolha sensata! Seu tutor preparou Pedrinho, não só para os embates políticos, mas para ser um homem honrado, reconhecidamente culto. Em poucos anos de educação, anteciparam sua maioridade, em 23 de julho de 1840, para que apaziguasse as revoluções (Guerra dos Farrapos, Cabanagem, Sabinada, Malés) que ameaçavam a integridade territorial brasileira. José Bonifácio adestrou D. Pedro nos ensinos bíblicos, segundo declaração do imperador.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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