Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Caminhoneiro e lavrador são os novos cristos

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Paulo – Hebreus 1:1-2

O apóstolo Paulo não conviveu com Jesus, mas teve um encontro espiritual com ele na estrada de Damasco, e informa que os profetas foram importantes no passado, porém, que agora alguém mais próximo de Deus tinha vindo nos trazer o código divino do amor, reformando essencialmente o velho testamento.

Falando do amor de Deus para com todos os Seus filhos, diz Jesus: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai Celeste, porque Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5:43-45).

Nos tempos atuais, a medicina viu que os médicos podem recomendar aos pacientes que adotem uma crença, uma fé, porque isto os fortalece contra diversas enfermidades, especialmente do coração, do câncer, da depressão…

Os especialistas observaram que pacientes que chegam ao hospital com problemas nas coronárias, como infarto ou isquemia, frequentemente apresentam personalidade competitiva, explosiva ou agressiva. Uma das formas de a hostilidade contribuir para problemas são os maus hábitos, e os agressivos, em geral, dormem mal, exercitam-se menos, bebem mais, fumam e aderem menos a tratamento de saúde.

O médium Chico Xavier comentou que o sentimento de ódio é um processo de auto–obsessão. Dessa maneira, precisamos abolir pensamentos de revide, de rancor, de ódio, que insistam em nos perseguir e se instalar em nosso emocional. É aí, então, que entra a prescrição do médico Jesus sobre o perdão.

Há registro de que alguns personagens de nossa história não perdoaram seus algozes, porém até fizeram prece por eles… não perdoaram porque não se sentiram ofendidos! Podemos citar Sócrates, Jesus, Estêvão e, mais modernamente, Mahatma Gandhi. Visto que não é o mal que nos fazem que nos faz mal, mas sim o mal que fazemos, que fica registrado em nossa mente e consciência.

Em 1979, no mês de fevereiro, o motorista de caminhão Francisco Quintanilha, em trabalho rotineiro, deixou Belém do Pará com destino a Brasília. Porém, ao aproximar-se do final de mais um árduo compromisso profissional, foi violentamente agredido, tendo sido encontrado morto na cidade goiana de Caturaí.

A resposta para o mistério de sua morte ocorreu quando sua família, residente em Araçatuba-SP, foi até Uberaba e lá recebeu uma carta consoladora e esclarecedora da sua nova vida, através da mediunidade de Chico Xavier. (1)

Entre tantas informações trazidas, o novo cristo, que é um caminhoneiro, afirma: “Deus me auxiliará para que, um dia, possa acolher os companheiros que me liquidaram a existência física”. Iluminado pela fé nos ensinos de Jesus, Francisco Quintanilha dá um exemplo marcante, revelando admirável compreensão e grandeza espiritual, propondo, com a mesma alegria que abriu a porta do caminhão para acolher seus dois algozes, recebê-los agora num abraço de irmão para a nobre reconciliação.

O senhor José Benedito de Oliveira, trabalhador rural, morador com a família na zona rural da cidade de Cunha-SP, passou uma prova das mais difíceis para um pai. Um criminoso matou suas filhas de 15 e 16 anos, depois da volta da escola, Juliana e Josely, com tiros na cabeça e no peito. (2)

Os pais eram casados há 19 anos e a família tirava a renda da produção rural. Na delegacia e perante os repórteres, o pai disse: “Perdoo de coração. Jesus diz que devemos perdoar e espero que ele não faça isso com outras pessoas”. Esse novo cristo, José Benedito de Oliveira, é um lavrador.

Um dia o líder africano Nelson Mandela escreveu: “Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar. A bondade humana é uma chama que pode ser ocultada, jamais extinta”.

(1) Reencontros – Chico Xavier / Diversos espíritos – Organizador: Dr. Hércio Arantes – Editora IDE.
(2) https://guiame.com.br/noticias/sociedade-brasil/apos-enterro-pai-diz-que-perdoa-assassino-de-filhas-no-interior-de-sp

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