Carta do Leitor

Carta do Leitor – Política aos Políticos

Permitam os políticos, e principalmente os eleitos, dirigir-me a vocês com a finalidade de apelar para uma boa administração. Gosto tanto da etimologia das palavras que escrevi o livro “A Curiosa Origem das Palavras) – esgotado – peço vênia para usá-la.
A palavra política é composta dos termos gregos ‘poli’ que significa cidade e ‘taexnes’ que é arte, sabedoria, técnica, capacidade; assim política é a arte, a sabedoria para administrar uma cidade ou estado, e por extensão governador, administrador. Há também as derivadas: politano (cidadão) policial, soteropolitano (cidadão de Salvador); polido que significa educado, gentil, refinado, liso cavalheiro, brilhante. Os gregos denominavam cidadão àquele que era instruído, e portanto educado, gentil, tinha sabedoria e morava na poli. Quem morasse às margens da poli não era cidadão. Só os cidadãos podiam votar e ser votados. Etimologicamente o político deve ser polido, educado, capacitado.
Transferindo para o latim, a palavra ‘urbe’, cidade urbano cidadão. Da mesma forma quem morasse na urbe era urbano, cidadão, culto, capacitado, educado, gentil. Quem morasse fora da cidade, nas vilas era vilão (não tinha essa conotação de bandido, com o tempo foi mudando o significado). No Brasil colonial quem morava na cidade era culto, cidadão que praticava cidadania e quem morava às margens da cidade era o marginal (também não era o bandido).
Na Grécia, só os polites, em Roma só os urbanos e no Brasil só os cidadãos eram políticos. Os analfabetos, as mulheres, os pobres não podiam se candidatar e nem votar. Eram tidos como incapacitados.
Aristóteles escreveu que o homem é um animal político, quer governar ou ser governado. Ele também ensinou o pragmatismo que no século 19, influenciou em John Dewey e James Willian. O pragmatismo defendia um conhecimento prático, não só teórico. É bom que se diga que conhecimento são as instruções que temos, e sabedoria é a capacidade para praticar os conhecimentos para aquilo que é bom e útil. Assim o político precisa ter conhecimento e sabedoria. Quanto mais conhecimento sem sabedoria, pior é a pessoa. É melhor um ignorante do que um homem instruído na prática do mal. Quanto mais instruído e menos sábio é um político, mais ele rouba e ultraja a moral. Quem conhece os dez mandamentos pode tê-los de cor, mas o sábio, os pratica. S Paulo diz: “Os simples conhecedores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” Ro 2:13.
Bem fariam os políticos eleitos para administrar a cidade, o prefeito e seus secretários (executivo), os vereadores (legislativo) aterem-se a isto. Na divulgação de seus projetos para governar a cidade para o bem do povo mostraram seu conhecimento, agora chegou o momento de revelar se têm sabedoria. Vocês serão avaliados e cobrados antes pela prática do que pelos discursos.
O político sábio é aquele que ordena a cidade com bons princípios, com urbanidade que luta para que seu povo tenha boas escolas a fim de que sejam cidadãos de bom caráter, profissionais capazes, que honrem seu torrão natal. Que nossos líderes eleitos sejam exemplo de honestidade e trabalho, impolutos, escorreitos, dignos dos votos que receberam. E ao concluir seu mandato possam sair com dignidade como verdadeiro líderes de quem seu povo possa se orgulhar.
Que Deus abençoe nossos políticos eleitos para que sejam sábios em sua administração, lembrando que todo governador é colocado por Deus para conduzir seu povo para o progresso e bem estar, sem exacerbar nos impostos e governando em nome do Grande Deus que a todos governa com amor e justiça. Praza o Céu com as condutas de nossas autoridades.

Enviada por
Leondenis Vendramim
Professor de História, Ética e Filosofia

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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