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César Moreira avalia saúde pública de Rafard

01/08/2014

César Moreira avalia saúde pública de Rafard

Entre os assuntos abordados, prefeito defendeu a decisão de fechar a UBS à noite; Moreira diz que ‘as críticas fazem parte da democracia’
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Prefeito acompanhou a reforma da Unidade Básica de Saúde (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rafard)

RAFARD – A saúde pública tem sido alvo de críticas nas últimas semanas em Rafard. Recentemente, a prefeitura diminuiu o horário de atendimento da Unidade Básica de Saúde (UBS) devido à falta de médico e transferiu os atendimentos noturnos para a Santa Casa. Com isso, os gastos com repasse ao hospital de Capivari aumentaram de R$ 12 mil para R$ 30 mil por mês.

A medida, que não foi vista com “bons olhos” por parte da população rafardense, é justificada pelo prefeito César Moreira (PMDB) em entrevista exclusiva ao jornal O Semanário. Segundo ele, o município recebeu várias notificações do Conselho Regional de Enfermagem por ficar aberta à noite sem nenhum médico. “A unidade não poderia funcionar sem a presença do médico e o município seria autuado se não cumprisse a regra”, explica.

Mesmo com a realização de concursos públicos e aumento salarial da categoria, Moreira diz que não foi possível alcançar a quantidade necessária de profissionais. Então, a saída foi aumentar o repasse e, durante as 12 horas diárias que a UBS ainda se manterá aberta, se comprometer em oferecer um atendimento com qualidade máxima, conforme as exigências do Ministério da Saúde.

Jornal O Semanário Regional: Que nota o senhor dá para a saúde de Rafard hoje?

Antônio César Rodrigues Moreira: Trata-se de uma pergunta bastante delicada, uma vez que temos melhorado muito a saúde de Rafard, mas por outro lado temos ainda muito caminho a ser trilhado. De um modo geral, pelas novas contratações, novos veículos, novos equipamentos e melhorias na infraestrutura geral da saúde que estamos fazendo, daria nota sete.

Os três pontos que faltam para atingirmos dez dedico à falta de profissionais disponíveis no Brasil, o que justifica nossa dificuldade para a contratação de médicos; às eventualidades e adversidades do dia a dia, como atraso ou falta, justificadas ou não, de médicos, falta de recursos, atrasos em obras e entrega de medicamentos por empresas terceirizadas; dificuldades em conseguirmos cirurgias e exames que dependem do Estado ou do SUS etc.

O Semanário: A saúde tem sido alvo de críticas nos últimos dias. O que o senhor tem a dizer a respeito?

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Prédio da UBS recebeu pintura geral (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rafard)

César Moreira: As críticas fazem parte da democracia e existem em todo lugar; me dou bem com elas quando são construtivas. O que me entristece é que na boca de algumas pessoas existem somente críticas, sem que um resultado positivo sequer seja divulgado. Mas faz parte, nem por isso os números da saúde deixam de ser positivos em relação a atendimentos e boa qualidade.

Somente nos quatro primeiros meses de 2014, por exemplo, tivemos 1.050 atendimentos na fisioterapia, 8.148 consultas com clínico e especialidades, cerca de mil consultas com o pediatra, pelo menos 1.500 radiografias foram tiradas, cerca de mil consultas na área de odontologia, em torno de 500 ultrassonografias feitas, mais de 18 mil procedimentos de enfermagem, mais de dez mil exames laboratoriais realizados e por aí vai.

O Semanário: O senhor falou em números positivos, mas existe um comparativo que indique o que realmente melhorou?

César Moreira: Fizemos um comparativo entre os anos de 2012 e 2013 para uma autoavaliação e constatamos que aumentamos os investimentos em mais de R$ 15 mil somente na aquisição de medicamentos. Tivemos um aumento também no número de pacientes transportados em relação a 2012. Segundo dados registrados e fornecidos pela diretoria, houve aumento de mais de sete mil pacientes transportados. Os números do primeiro quadrimestre de 2014 mostram ainda que houve cinco mil atendimentos a mais do que o primeiro quadrimestre do ano passado.

O Semanário: E a estrutura física da saúde, ou seja, de prédios e equipamentos públicos, considera que houve avanços?

César Moreira: Poucos municípios da região têm uma infraestrutura como a nossa em suas unidades básicas. Neste ano, estamos realizando a pintura geral do prédio, fizemos colocação de bloquetes no estacionamento, colocamos pisos e revestimentos em salas existentes, estamos realizando melhorias em ambientes de atendimento; no Centro Odontológico construímos novo banheiro, demos uma solução para problemas de infiltração na parede, realizamos a reforma no telhado, fizemos uma nova área coberta, pintura geral do prédio dentre outras melhorias.

O Semanário: E em relação aos equipamentos, houve investimento?

César Moreira: Em 2013, investimos mais de R$ 60 mil e compramos cadeiras, freezer para vacinas, aparelhos ginecológicos e dezenas de outros itens. Neste ano, as aquisições foram maiores ainda: compramos respirador pulmonar, eletrocardiógrafo, equipamentos de primeiros-socorros, aparelho de fisioterapia, gerador de energia para a unidade, nobreak para sala de vacinas, bomba a vácuo odontológica, computadores, torneira com sensor para sala de curativos, compressor de ar isento de óleo para o Centro de Odontologia etc.

O Semanário: Sobre o atendimento e a quantidade de profissionais disponíveis, o senhor considera suficiente?

César Moreira: Acredito que para sermos melhores, temos que investir sempre. E é o que também estamos fazendo em relação aos profissionais. Além da nossa Unidade Básica, iniciamos na semana passada um Programa Saúde da Família (PSF) e contratamos para o funcionamento dessa unidade um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e oito agentes comunitários de saúde.

Contratamos recentemente também mais dois médicos plantonistas e uma médica ginecologista. Como aumentamos também o horário de funcionamento da farmácia, contratamos mais uma farmacêutica, além de dois novos dentistas.

O Semanário: Quais são as inovações da sua gestão para a saúde?

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Moreira diz se dar bem com críticas, desde que elas sejam construtivas (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rafard)

César Moreira: Além de tudo o que já foi citado, temos uma nova listagem de medicamentos, com novo e amplo estoque; os médicos estão receitando medicamentos preferencialmente que constem na farmácia municipal, para que os munícipes possam garantir seu medicamento sem custo; nossas receitas se tornaram digitais a partir deste mês; e criamos um Conselho Municipal de Saúde (CMS), para uma gestão mais participativa.

Depois, adquirimos uma ambulância, um veículo para a Vigilância Sanitária e uma van para o transporte de pacientes. Além disso, aumentamos o salário do médico para atrair mais profissionais e aumentamos em nossa gestão de R$ 12 mil para R$ 30 mil mensais o valor do repasse para a Santa Casa de Capivari, a fim de oferecer o pronto-atendimento.

O Semanário: Foi por causa do aumento do repasse à Santa Casa que Rafard fechou a unidade no período noturno?

César Moreira: Também por esse motivo, mas não somente. Rafard estava sem médico no período noturno há algum tempo, mas mantinha a unidade aberta 24 horas. Estava sem médico pela dificuldade de encontrar profissionais disponíveis, um problema enfrentado em todo o Brasil. Desta forma, o município foi notificado diversas vezes pelo Conselho Regional de Enfermagem que a unidade não poderia funcionar sem a presença do médico e que o município seria autuado se não cumprisse a regra.

A cidade ainda fez diversas tentativas de contratação, realizando concursos públicos, mas não alcançou a quantidade necessária de profissionais. Prestes a ser multado por funcionar sem médico, com dificuldades para contratar esses profissionais e pagando um valor maior para que a Santa Casa atendesse as urgências e emergências de Rafard, optamos por ficar somente com o atendimento da Santa Casa após as 19h, devido à melhor infraestrutura para atender no período noturno.

O hospital de Capivari já estava sendo pago para realizar o serviço e nós continuamos a cumprir nosso papel de Unidade Básica de Saúde (UBS) que somos, ou seja, que tem a obrigação de bem atender no mínimo oito horas por dia, especialmente atendimentos de prevenção e de baixa complexidade. Lembrando que atenderemos 12 horas diárias – além da exigência mínima do Ministério para unidades básicas.

O Semanário: Se a pessoa precisar de atendimento noturno, como deverá proceder a partir de agora?

César Moreira: Apesar de fechada, a unidade mantém um guarda, um motorista e uma ambulância na unidade para que a população possa ser encaminhada ao pronto-socorro da Santa Casa, para ser atendida. Aqueles que não têm condições de locomoção devem entrar em contato pelos telefones 3496-1572 e 3496-1566, ou ainda pelo número 192, para que a ambulância da prefeitura faça o encaminhamento.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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