Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Chico Xavier e os padres

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Chico Xavier nasceu em 02/04/1910 em Pedro Leopoldo e desencarnou em 30/06/2002 na cidade de Uberaba, também no Estado de Minas Gerais, vivendo uma existência simples, porém iluminada, principalmente para nós que apreciamos as belezas de seus ensinamentos, nas páginas psicografadas (escritas por homens “mortos” – espíritos).

Sua produção literária será estudada no futuro nas escolas e universidades e apreciadas pelas demais religiões. Seu primeiro livro de poemas – Parnaso de além-túmulo – foi muito bem aceito pela Academia Brasileira de Letras, por vários de seus imortais. Inclusive neste livro encontramos dois poetas capivarianos (Rodrigues de Abreu e AA – Amadeu Amaral) entre brasileiros e portugueses que ditaram seus poemas pelas mãos do médium mineiro.

O jovem poeta, Rodrigues de Abreu, que desencarnou com apenas 30 anos, vítima da tuberculose, era muito espiritualizado e compreendo que aceitava a imortalidade da alma, no seu livro Casa Destelhada, compara a casa ao corpo, e a alma ao inquilino da moradia. E em seu livro Noturnos afirma “E há tantas vidas como a meia-noite”.

Quando católico, Chico participava das celebrações na igreja e, inclusive, conversava com seu padre sobre as visões e conversas que tinha com as almas dos mortos, recebendo carinho e aconselhamento espiritual. Depois que aceitou o espiritismo, foi visitado por diversos padres e madres católicas.

Chico Xavier foi um devoto de Maria de Nazaré e mesmo depois que se converteu ao espiritismo continuou sua admiração pela alma da mãe de Jesus. Tanto que em suas orações pediu uma mensagem a Maria através do seu protetor Emmanuel (ex-padre Manoel da Nóbrega). E um dia o seu guia trouxe o recado de Maria, que Chico anotou carinhosamente: “Isso também passa”. Ponto final.

Nos momentos de lutas e dificuldades, confie em Deus, porque isso também passará.
E como espírita e médium praticante recebeu muitas mensagens dos espíritos daqueles que foram padres e outras autoridades da igreja. Uma dessas passagens lindas é a do Pai Nosso, do espírito Monsenhor José Silvério Horta, que se encontra no livro citado acima.

“Pai Nosso, que estás nos Céus
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor,
Seja o Teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor.

Venha ao nosso coração,
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da redenção.

Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila e nem erra.
Nos Céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.

Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito de luz, no carinho
Do pão espiritual.

Perdoa-nos, meu Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniquidade e de dor.

Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.

Com a proteção de Jesus
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.

Que a nossa ideal igreja,
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do vosso amor … Assim seja.”
Rodrigues de Camargo

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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