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Cine Paratodos – Parte 1

logotipo do fundo do báu raffardCine Paratodos - Parte 1

Ao passar pela Praça de Capivari quarta-feira à noite, assustei-me ao ver uma longa fila em frente ao cinema, mas logo me dei conta do porquê…é que estava sendo exibido o filme “Rei Leão” versão 2019, e imediatamente me veio à mente, os tempos do Cine Paratodos de Rafard…

O lindo prédio onde funcionou o cinema de Rafard, na verdade foi originalmente pensado e construído para abrigar o “Circolo Italianni Uniti”, onde se reuniam os imigrantes italianos e seus descendentes, cuja atuação no desenvolvimento da cidade foi de vital importância.

O conhecidíssimo casal que nessa época gerenciava o empreendimento de Genaro Vigoritto, eram o senhor José Gimenes e sua esposa Dona Terezinha, que além de ficar na bilheteria, vendia balas que ela mesma fazia, enquanto ele recolhia os bilhetes na entrada.

Segundo relata José Maria de Campos, em seu livro “Marechal da Vitória” o cinema contava com dois projetores sonoros, cuja operação ficava por conta dos irmãos Forti, Júlio, Lídio e Hermes, sendo um em cada máquina e outro no apoio, quando arrebentava o filme, o que era comum acontecer nesse tempo.

Mais tarde, com a saída de Lídio e Hermes, quem assumiu como operador dos projetores foi Joel Benedito, e muito depois Heitor Turolla, ambos alunos de Júlio Forti.

Outros personagens inesquecíveis para quem frequentou o Cine Paratodos são Bimbo Braggion e Marino Basso, que atuaram na bilheteria e recolhimento dos bilhetes.

Era muito comum a molecada, depois de apagar as luzes para dar início à exibição do filme, tentar furar o bloqueio que Bimbo fazia atrás daquela cortina vermelha, mas sem sucesso, pois ele ficava com um olho no filme e outro na porta de entrada, e ali não passava nem mosquito…

Figuras marcantes, que na época eram os responsáveis por manter a ordem e disciplina no estabelecimento, foram Pedro Soldado, que era Policial Militar, e Carlos Marreto, Comissário de Menores. O respeito por estes homens era tão grande, que para nós moleques, era como se fossem nossos pais nos fiscalizando… bastava um olhar deles, para que a gente ficasse em silêncio, quieto…

Os filmes vinham em rolos, trazidos de São Paulo, pela Viação Caprioli, sendo exibidos primeiro em Capivari e só depois em Rafard, visto que não era comum a frequência de moradores de Rafard em Capivari e vice-versa, pelo fato de existir grande animosidade entre estes, desde a “guerra da emancipação”.

O prédio que ainda existe, anteriormente era muito bonito, com grandes janelas em formato de arcos, tendo elevação lateral em todo entorno e também outra elevação na parte superior que lhe dava ares de um teatro, sendo o local mais usado para grandes eventos e solenidades.

Grato pela companhia de sua leitura. Semana que vem se Deus deixar tem a parte II.

COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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