Arnaldo Divo Rodrigues de CamargoColunistas

Codependência, a doença do controle

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Codependência é a doença que familiares e amigos desenvolvem tentando controlar a vida daquele que está em uso e/ou abuso de álcool e outras drogas, ou com compulsão em jogos, sexo, compras, e outras dependências.

Essa doença – codependência – também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio, assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo codependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito sérias, emocionais e físicas.

Eis alguns sintomas da codependência:

• Preocupação exagerada com outras pessoas.

• Dizer sim quando quer dizer não.

• Tentar que outros façam as coisas à “minha maneira”.

• Evitar ferir os sentimentos das pessoas e, com isso, ferir a si mesmo.

• Acreditar em mentiras, manipulações e depois se sentir traído.

• Desejar vingança e punição.

A codependência envolve um sistema vicioso de pensar, sentir e comportar-se como controlador e resolvedor da vida alheia, esquecendo-se de si mesmo, e isso causa um sentimento de dor e depressão.

E pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais saudáveis.

Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança é tomar consciência de que o usuário ou compulsivo desenvolveu uma doença (dependência/adicção); em seguida, aceitar o problema (muitas famílias vivem isso; não negar ou subestimar essa realidade); por fim, procurar ajuda.

Esses nossos familiares em compulsão e obsessão pelo uso e abuso de álcool ou drogas resvalaram na sombra da ilusão de prazer e fuga da realidade, e, despojados de equilíbrio e esperança, pedem ajuda silenciosamente: mesmo não querendo tratamento, eles (na grande maioria) voltarão para casa e para os braços dos pais e outros familiares, demonstrando depressão e insegurança.

Essa é a hora de fazer uma intervenção, com o apoio da família, se possível com orientação de um profissional, para que o dependente aceite um tratamento clínico, com internação para desintoxicação, cuidando da conscientização e da espiritualidade.

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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