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Com hospitais lotados, pacientes Covid lutam pela vida à espera de uma vaga na UTI

A ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o tratamento da Covid-19, em Capivari, continua em 100%. Desde que atingiu a lotação, em 8 de fevereiro de 2021, os números não reduziram mais.
Além das UTI’s lotadas, os casos de contaminação pelo Coronavírus continuam subindo. Na última quinta-feira (20), o município registrou a marca de 107 mortes confirmadas pela Covid, desde o início da pandemia.

Neste mês, de 3 à 20 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou 14 boletins do Coronavírus, todos eles com 100% de ocupação dos leitos de UTI.

Em Capivari, esses leitos de UTI para pacientes Covid são mantidos através da compra do serviço no Hospital Unimed. No entanto, quando não há disponibilidade, os pacientes entram para Central de Vagas, que regula as transferências do Sistema Único de Saúde (SUS) para outros hospitais da região. O agravante é que esses hospitais também seguem com as UTI’s lotadas.

Segundo a Prefeitura de Capivari, até a tarde de quarta-feira (19), 6 pacientes Covid aguardavam por uma vaga de UTI, seguindo internados na Santa Casa de Misericórdia da cidade. Sem vagas na Unimed, eles estão na Central de Vagas e aguardam transferência para outros hospitais da região.

“Todo paciente que necessita de UTI fica inserido nos sistemas de regulação de vagas [Central de Vagas e CROSS] e é transferido para unidade hospitalar que dispuser de leito”, informa a nota.

Em muitos casos, sem previsão de leitos de terapia intensiva, famílias de pacientes buscam na Justiça o direito por uma vaga de UTI. Foi o que aconteceu com a moradora de Capivari, M.A.A.B, de 64 anos, vítima da Covid-19.
Segundo familiares, ela estava internada na Santa Casa, e desde o dia 11 de maio, aguardava por uma vaga de UTI. Em sete dias de espera, o quadro se agravou e ela morreu na manhã da última terça-feira (18), mesmo dia em que a família iniciou o processo judicial.

Os familiares da moradora afirmaram, que mesmo sem a resposta por um leito de UTI, a paciente recebeu da equipe médica e da enfermagem da Santa Casa de Capivari, todos os cuidados possíveis durante a permanência no hospital.

Outro paciente acometido pelo Coronavírus, E.R.S., de 60 anos, teve um pouco mais de sorte e conseguiu vencer a doença na estrutura disponibilizada pela Santa Casa. Ele conta que foi internado no domingo (9), e ficou na fila por um leito de UTI durante 4 ou 5 dias.

“Graças a Deus, às orações de todos os familiares e amigos, e também a atenção, cuidados e profissionalismo de toda equipe da Santa Casa, venci essa doença e tive alta no domingo (16).

Em contraponto, o Estado de São Paulo divulgou na última quarta-feira (19), que a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado é de 79% e na Grande São Paulo é de 76,9%.

Entre histórias de perca e superação, fica o alerta sobre a fragilidade do serviço público de Saúde, neste momento, com foco na região de Piracicaba, que enfrenta uma escassez de leitos de UTI Covid.

Há uma necessidade emergencial de que a representatividade política busque alternativas e cobre apoio dos governos estadual e federal para enfrentar essa pandemia sem precedentes.

Até quando pacientes e familiares devem sofrer as consequências da ineficiência da gestão pública em todas as esferas?

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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