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Com início de mais uma safra, moradores voltam a cobrar solução para conter ‘bagacilho’

Época de safra da cana-de-açúcar e tempo seco são sinônimos de problemas desagradáveis para a população rafardense. Com o tempo seco neste período do ano, os efeitos das queimadas são percebidos com mais intensidade. É o caso das alergias, da má qualidade do ar, dos problemas respiratórios, irritação nos olhos e dos transtornos causados pelo cisco e poeira, que invadem as casas nos dias de queima da cana-de-açúcar.

No período de safra, os moradores de Rafard e região convivem com os efeitos das queimadas, uma prática ainda adotada por produtores que utilizam o fogo para limpar as folhas secas e verdes da cana-de-açúcar.

Além do cisco preto, existe um outro problema, os chamados ‘bagacilhos’, que são fragmentos que se dissipam do bagaço da cana-de-açúcar pelo ar.

Desde 2016, a Raízen vem atuando para minimizar os impactos, com a instalação de barreiras físicas para evitar que o bagaço se espalhe pela cidade, no entanto, as ações não foram suficientes.

Registro do leitor Roberto Andreotti mostra ‘bagacilho’ acumulado no quintal da sua residência (Foto: Roberto Andreotti)
Registro do leitor Roberto Andreotti mostra ‘bagacilho’ acumulado no quintal da sua residência (Foto: Roberto Andreotti)

Na última semana, o morador Roberto Andreotti, registrou certa quantidade de bagacilho acumulado no quintal da sua casa. Inconformado com a situação, que se arrasta há anos, ele escreveu para a reportagem d’O Semanário. Confira a íntegra:

“Mais uma safra foi iniciada. A esperança dos moradores próximo a usina, de que este ano seria solucionado o problema do bagacinho dispersado por toda a região, parece que ainda não foi solucionado. Esta semana, com a virada do vento, presenciamos a grande quantidade de bagaços que caíram. Isso resulta em gastos de mais água para lavar, a respiração dos idosos e crianças tendem a piorar, aumentando os sintomas alérgicos, já que estamos com escassez das chuvas, as casas, ruas e comércio tem sofrido muito com isso. Uma empresa do porte da Raízen, a maior produtora de álcool e açúcar do país, bem que poderia solucionar esse problema em definitivo, que tem afetado a cidade e seus moradores. Seria um grande presente a todos e ficaremos muito grato por assim reconhecerem e tomarem as providências. Sendo só o que nos oferece, deixamos o nosso muito obrigado”, escreveu Andreotti.

Segundo informações, o prefeito de Rafard, Fabio dos Santos, deve se reunir com representantes da Raízen, nesta sexta-feira (27). No encontro, deve ser anunciada a instalação de novas telas de contenção, mais finas e que vão cobrir uma área maior, na tentativa de conter a dissipação do bagacilho e solucionar o problema. A obra deve ficar pronta em julho deste ano.

Nota oficial

Depois da divulgação desta notícia, a assessoria da Raízen emitiu uma nota oficial sobre a visita de representantes do governo municipal. Confira a íntegra.

“A Raízen informa que realizou nesta sexta-feira, 27 de maio, uma reunião com a Prefeitura e a Divisão de Meio Ambiente de Rafard (SP) para conhecimento das medidas de contenção do bagacilho no município. Na ocasião, a companhia detalhou como vem utilizando as melhores técnicas para mitigação dos impactos no entorno de suas operações. A empresa, que dispõe de gerenciamento e monitoramento do resíduo, prevê ações para evitar imprevisibilidades a longo prazo, como a ampliação das telas de proteção, sempre buscando garantir a saúde e segurança da população. O time da Raízen está em contato as autoridades e comunidade para suporte e esclarecimento de eventuais dúvidas.”

Túlio Darros

Jornalista (MTB: 63932/SP), diretor proprietário do Jornal O Semanário Regional, e publicitário, sócio proprietário da Syna Publicidade

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