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Conheça a história da uva Goethe

Semana retrasada falamos sobre a vindima da uva Goethe, e essa semana contaremos um pouco da história da uva Goethe, fruta que cresceu no Brasil sob mãos italianas em Santa Catarina.

A uva Goethe traz em seu DNA partes americanas e italianas. Edward S.Rogers, horticultor dos Estados Unidos, cruzou as uvas por volta de 1850, e deu o nome de Goethe, em homenagem ao escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832). Depois, levou a experiência para vários países.

O Sul de Santa Catarina tem um vinho e, naturalmente, uma uva das mais tradicionais do Brasil. A uva Goethe, de batismo inspirado no escritor alemão de mesmo nome, foi trazido por imigrantes europeus e resistiu até à fuga dos trabalhadores do campo. Foi resgatada pelos descendentes de imigrantes, que mantém a colheita e a produção de vinhos até os dias atuais.

No Brasil, quem trouxe as mudas da uva Goethe foi o italiano Giuseppe Caruso MacDonald, representante do governo italiano no Brasil. Inicialmente, ele as levou para os imigrantes que viviam no Sul catarinense. Mas com o sucesso do plantio, pouco tempo depois ele próprio se mudou para Santa Catarina e montou a primeira vinícola da região. Ali começou a produção do vinho Goethe.

Giuseppe Caruso MacDonald. Foto: Internet

A produção só aumentou com o tempo, e chegou ao seu ápice durante as décadas de 1940 e 1950, permanecendo até o início dos anos 1960. No entanto, a colheita das uvas ganhou um poderoso adversário: a extração de carvão mineral na mesma região levou os trabalhadores do campo embora. E os parreirais foram abandonados. Giuseppe Caruso MacDonald.

O resgate da uva Goethe foi feito justamente pelos descendentes dos imigrantes italianos que viveram no Sul catarinense. E que voltaram a plantar a tradicional uva.

A colheita é feita uma vez por ano, e com características muito peculiares desde a coleta até a produção do vinho.

Você sabia? “A Goethe é uma uva chamada ‘quilômetro zero’: ela tem que ser colhida em vinhedos perto de onde ela vai ser esmagada, e no mesmo dia, porque tem uma oxidação muito rápida”, explica Matheus Damian, vinicultor.

Érica Falsirolli Franchi

Érica Falsirolli Franchi, sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers/ Subseção Campinas e certificada internacionalmente pelo Centro Italiano di Analisi Sensoriale – CIAS INNOVATION.

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