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Criatividade é o segredo para o Dia do Abraço em tempos de Covid

As dicas são os bilhetes, uma comida saborosa, os vídeos, um desenho, entre outras formas de demonstrar afeto.

Sábado, dia 22 de maio, é o Dia Internacional do Abraço, uma data que nasceu na Austrália, em 2004, com o simples propósito do ‘Free Hugs”, abraços grátis.

Desde março de 2020, com a chegada do Coronavírus, uma das recomendações para se proteger do contágio, é evitar o contato físico, seja um simples aperto de mão, até o bom e caloroso abraço.

“Uma pena, pois nesta pandemia, estamos com saudades de abraçar quem a gente gosta”, lamenta a servidora pública, Susana Mota Machado, de 41 anos.

Susana é mãe de duas filhas, a Natália, de 22 anos, e a Lorena, de apenas 6 anos. Desde o começo da pandemia, ela e as filhas mantém o isolamento social e não foram mais na casa dos avós maternos, que são do grupo de risco.

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Lorena, Suzana e Natália (Foto: Arquivo pessoal)

Sem poder abraçar, a psicóloga Carolina Marrone Lorencete, explica que as perdas causadas pelo distanciamento social, forçado pela Covid-19, não são só emocionais, mas também tem relação com a saúde.

“O abraço é uma forma de trocar sentimentos e emoções, e aumentar o vínculo entre as pessoas. Ele reduz o estresse, a ansiedade, aumenta o bem-estar, e ainda, ajuda baixar a pressão arterial e aumentar os níveis de dopamina e endorfina”, explica a psicóloga.

Se para os adultos está difícil lidar com o distanciamento social, explicar isso para as crianças é ainda mais desafiador.

“Minha filha é uma criança muito amorosa e comunicativa, e não foi fácil explicar que era preciso ficar um tempo longe dos amiguinhos, dos avós e das pessoas que a gente ama”, relata Susana, que teve que buscar formas de lidar com o assunto perante a filha mais nova.

No Dia do Abraço, Susana gostaria de poder realizar apenas um desejo.

“Desde que tudo isso começou, eu só vejo os meus pais de longe, no portão. Já que é o Dia do Abraço, eu gostaria de dar um abraço bem apertado neles, mas como não é possível, vamos continuar com as chamadas de vídeo, como fazemos todos os dias”.

Psicóloga Carolina Marrone Lorencete Alves (Foto: Arquivo pessoal)
Psicóloga Carolina Marrone Lorencete Alves (Foto: Arquivo pessoal)

Se não pode abraçar, pode criar

Já que não vai ser possível abraçar, o jeito é contar com a criatividade. Algumas formas de demonstrar afeto vão ajudar a passar pela data de um jeito mais leve.

A psicóloga Carolina Marrone dá algumas dicas, como deixar um bilhete para alguém especial, gravar uma mensagem de vídeo usando o celular, fazer uma comida saborosa e levar até o portão das pessoas especiais, mandar uma mensagem de voz, fazer um desenho carinhoso, mandar uma fotografia, entre outras ideias criativas.

“Infelizmente, nestes tempos de Covid-19, o abraço é uma porta aberta para a transmissão do vírus, então é preciso manter todos os cuidados, mas isso não quer dizer que não podemos demonstrar nosso afeto, então, vamos usar da criatividade”, incentiva.

Outra sugestão da psicóloga é não deixar de abraçar as pessoas que moram na mesma casa, e que possuem o convívio diário, mas para isso, ela explica que é preciso também adotar os cuidados de higienização.

“Se eu posso abraçar quem mora comigo, então não vou perder a oportunidade deste abraço, mas os cuidados são importantes, como chegar da rua e já trocar de roupa, tomar banho, deixar os sapatos do lado de fora e se tiver que sair usar máscara e muito álcool em gel. Se puder abrace e aproveite”.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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