Editorial

Editorial – A culpa é nossa

A Assembleia de SP abriu um edital para a renovação da frota de veículos dos Deputados. Cerca de 150 automóveis serão trocados. Foram tantas exigências, mas tantas exigências, que os coitados dos Deputados só poderão comprar… ops, usufruir do Corolla, da Toyota, que custa aproximadamente R$ 72,5 mil. Mas calma, os Deputados ainda preferem o Vectra, da General Motors. Generosos, não?
Sábios que são, fizeram pequenas exigências para o modelo do carro “Sedan médio”, com ano de fabricação 2013 e modelo 2013, de “comprimento médio igual ou superior a 4,5 metros”, “motor 2.0 de 4 cilindros, 16 válvulas, com potência igual ou superior a 150 cavalos”, injeção eletrônica, câmbio automático, biocombustível, com airbag duplo dianteiro e airbags laterais dianteiros, direção assistida e ar condicionado digital, entre outros. É, o dinheiro é nosso, mas os carros são para eles. Afinal, alguém tem que ser a mulher de malandro do Brasil. Quanto mais apanha, mais gama. Panelaço? Nem fogão a gente tem. E a comida? É pasto.
E a transição dos governos, tudo lindo, as dívidas pagas, muito dinheiro sobrando em caixa… Ah, acordei! Tem novo prefeito trocando o montante dos impostos pela luz, nem que seja no final do túnel, ou qualquer coisa que finja ser um milagre. Estão até comentando sobre um novo programa na TV feito especialmente para os políticos, “Diplomados Esperança”. Na hora de mexer na papelada do antigo governo e ver o angu que sobrou na panela política, as atuais administrações até tomaram um chazinho de maracujá, um Rivotril, pediram um carinho da vovó… porque quase que o coração não aguentou o peso dos elefantes brancos.
Mais de 70% dos 5.565 prefeitos conseguiram fechar o mandato e deixar os municípios quebrados. A Lei de Responsabilidade Fiscal parece ser uma criança indefesa, que apanha dessa figura insensata – prefeito inimigo do Estado – que a deixou com um tapinha nas costas. O Estado também merece crédito por tais irresponsabilidades, afinal, pouco ou quase nada fiscaliza os gestores durante as suas administrações.
E a Terra dos Poetas? Jesus, Buda, Ganesha, Thor, Hator, alguém nos acuda! Será que precisa jogar pó de pirlimpimpim na preguiça dos Juízes pra sair logo essa decisão? Tudo caminha para que aconteça uma nova eleição, só a cidade que não caminha. Falando em caminhar, é mais fácil nadar. Estamos na Veneza do Brasil, embarcações seriam os veículos oficiais desse recanto de matutos. Se armar a rede, é só bagrão que enrosca. Mentirinha… isso deve ter acontecido na enchente de 1970, hoje o que enrosca mesmo é o lixo. Em Capivari existe curva de rio até nos antros da Prefeitura, gente sagaz que dá nó em pingo de água.
Será que falta tanto discernimento para resolver essa questão das enchentes? É só oferecer casas populares em tempo recorde e está tudo certo? Poderíamos chamar isso de tapar o sol com a peneira, mas o tempo está tão nublado que seria como coar suco de acerola em cueca furada (Claro, ela não serve unicamente para guardar propina). Depois dizem em coletivas de imprensa que a estrutura municipal está abalada pela falta de verbas. Abalada mesmo está a estrutura da Santa Casa com essas chuvas, é tanta rachadura que dói no calo de quem precisa dos serviços do SUS (Sistema Ultrajante à Saúde).
E o povo brasileiro nem levanta a perna pra fazer a necessidade básica número 1, está tão domesticado que só late quando quer ganhar um ossinho pra ficar distraindo a mente. Falta-nos a sapiência de um bom patrão, temos que parar de tirar férias em regime fechado como os Juízes do Mensalão estão fazendo e gozarmos da liberdade constitucional nos dada por direito, assim como Cachoeira está gozando, no sentido literal do prazer em burlar o sistema.
Infelizmente , a culpa também é nossa!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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