Editorial

Editorial – Elegendo com cabrestos e grilhões sem pensar no depois

O trono que agora sossega as ancas dos políticos maldispostos a trabalharem pela população, se um dia existiu tal pensamento semeado nessas ociosas hipérboles inflexionadas, deve ser o mesmo em que a Monarquia Brasileira sustentou suas crises e ruiu esperando que o povo aceitasse a degradação moral e cívica de sua realidade.
A falsa ideologia do poder concentrado no cargo, crédito consumado pela pequenez criada pelo próprio indivíduo, devido a sua reduzida capacidade de elevar-se diante da sociedade, tem resultado em catastróficas atitudes tomadas pelos seres em questão.
Faz-se o que se dá na telha, colocando todo o telhado em risco de desabamento, quando por via do Legislativo, os projetos, indicações, moções, elegias e requerimentos, alguns tendenciosos e improdutivos para o município de onde eles estão sendo decretados, são aprovados pelos domadores de um povo inculto pela história de seu “descobrimento e evangelização”.
A República surgiu com o maior enfoque na Democracia, não apenas para mudar o nome e designar um novo desenho da bandeira com uma frase blasé, mas para mostrar que o povo é quem realmente tem a voz, mesmo ainda que adormecido e submerso diante de tanta manipulação.
Oriundos de um sistema contemplativo ao ego, muitos se submetem aos mais inusitados e desequilibrados pronunciamentos verborrágicos da insensatez, onde designam a vergonha alheia a assistir o império criado pela própria imaginação infanto-fútil, usada para amordaçar e vigiar cada passo do eleitor, que não pode perder a linha tísica de raciocínio e se libertar do mundinho onde foi colocado a morrer confinado numa caixa de temores, pois o alimento ofertado em troca do voto é a anulação de seus direitos, previamente descritos e raramente usados, pelo Estado.
A casa das máquinas, ou seja, a câmara dos vereadores, está sendo usada em conformidade aos delírios engravatados dos pronomes de tratamento para a criação de, chamemos assim, valores excepcionalmente inúteis ao sadio viver da população, onde cada representante do povo carrega em sua bagagem a tendência de ser reconhecido, e não difundir o conhecimento das arbitrariedades impostas no leito onde foram paridas.
Cabrestos e grilhões fazem parte do visual contemporâneo, e são companheiros dos eleitos para dinamizar o enfoque das suas funções nefastas, controlar o pensar e desumanizar o ser.
Proclamam no palanque a diversidade dos projetos, mas demonstram no cotidiano a precariedade dos mesmos. Essa é a sina do vaivém político, que não consegue atingir o campo neutro de suas avaliações e acabar com a vaidade dos eleitos, que certamente montam suas perspectivas de renda extra em cima das inverdades que contam. O voto, essa grande arma de calibre espesso e fatal, poderia ser usada para aniquilar a pujança imposta pelos domadores, mas ainda não foi engatilhada para seu uso correto e certeiro.
Por fim, se ficou difícil de cair na arapuca e engolir a chumbada que estava parada à frente do nariz, recomendamos a leitura com o auxílio do Senhor Aurélio, companheiro daqueles que não sabem interpretar os próprios atos, e que trazem em si, como as pedras brutas que custam a pensar, a falta de explicação de cada ação desenvolvida pelos Senhores Falastrões que se amamentam ininterruptamente da casa das máquinas.
Viva a República! Viva Zumbi dos Palmares!
E consciência aos que ainda não a encontraram.
Bom feriado!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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