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Editorial: Para os nascidos antes de 1986

01/08/2014

Editorial: Para os nascidos antes de 1986

Foto: Adrian/SXC
Foto: Adrian/SXC

Algumas reflexões exercem grande poder no contexto da atual realidade em que vivemos. Vale a pena abrir o baú e relembrar os bons e velhos tempos, que nem sempre são tão velhos assim.

Nesta edição, brindamos os leitores com a reflexão “Para os nascidos antes de 1986”, de autoria de Maro Mannes. É tocante, simples e atual, e não necessariamente é válida apenas para os nascidos antes de 1986. Boa degustação!

“De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebê eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo, altamente tóxicas, que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas à prova de crianças, ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas numa boa.

Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes, cotoveleiras e joelheiras, e olha que mertiolate ardia mais do que ácido! Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos de segurança e airbags, ir no banco da frente era um bônus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não de garrafa, que na época nem vendia. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e outras porcarias, mas dificilmente engordávamos porque estávamos sempre loucos para brincar na rua com os amigos. Partilhávamos garrafas e copos com dezenas de colegas e nunca morremos disso.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pela rua mais íngreme, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar algum tipo de freio.

Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.

Não tínhamos Play Station, X Box, nada de 100 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, celulares, computadores, DVD, Chat na Internet. A TV pegava no máximo Globo, SBT e Manchete!

Tínhamos amigos e para vê-los era só ir pra rua. Caíamos de muros e de árvores, nos cortávamos, até partíamos ossos, apertávamos as campainhas dos vizinhos, fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Tudo isso sem ninguém processar ninguém!

Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamãe ou o papai nos levassem.

Criávamos jogos com simples paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam era do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.

Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns! Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças! Para todos os outros que não têm a idade suficiente, pensei que gostariam de ler acerca de nós. Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho… E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.

A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades e nasceram em 1986, ou depois, chamam-se “jovens”!

Nunca ouviram “we are the world”. Para vocês sempre houve uma só Alemanha e um só Vietnã. O HIV sempre existiu. Os CD’s sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco.

Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo foi um Deus da dança. Acreditam que “Missão Impossível” e “As Panteras” são filmes da atualidade. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão preto e branco e quem tinha era rico.

Agora vamos ver se estamos ficando velhos:

Entendes o que está escrito acima e sorri? Precisas dormir mais depois de uma noitada? Os teus amigos estão todos casados? Se surpreende ao ver crianças tão a vontade com computadores? Se lembra da novela “dancing days”? Encontra amigos e falas dos bons e velhos tempos? Vai encaminhar este texto para outros amigos porque achas que vão gostar?

Se a resposta é ‘com certeza’ para a maioria dos, ‘sim, estamos velhos’… Mas tivemos uma infância maravilhosa.”

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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