Editorial

Editorial – Promessas antigas, problemas atuais!

As velhas governanças continuam com as mesmas atitudes batidas. Ora eles aparecem com uma bacia cheia de agrados e falácias, ora eles somem deixando o povo a mercê do destino e do que foi mal administrado por mãos ociosas.
De um modo geral, educam a população, mas de maneira que ela não vá lhes incomodar. Não instigam o desenvolvimento do senso crítico nas crianças, para nunca os contrariar e continuar a alimentar todo o esquema de controle massivo.
Juntam-se aos montes, espalhafatosos e avarentos, promovendo reuniões de engravatados que diariamente assassinam os próprios deveres. Discutem a satisfação de ter a palavra e controlar uma massa de incultos, mas não por opção, por ter sido jogada às traças desde o começo, desde o genocídio tupiniquim.
A educação é, no sentido mais amplo da palavra, situações vividas e passadas para outras gerações, no intuito de agregar valores e conscientizar os novos hábitos. Porém, indiscutivelmente, nossos representantes políticos não conhecem muito seus deveres com o cargo que ocupam.
É vergonhoso assistir uma sessão de câmara e ver o desprazer de alguns vereadores por estarem lá, representando pessoas com as quais eles não se preocupam nem um pouco. Discussões cercadas de trâmites duvidosos, jogos entre partidos atrasando obras importantes e conquistas necessárias, pessoas que dão de ombros para a responsabilidade que é carregar uma população que morre nos hospitais sem equipamentos e medicamentos, e ainda assim, em gestos de solidariedades, essas pessoas fazem doações aos hospitais, que deveriam ser zelados e cuidados pela administração pública.
Alguns, de maneira hedionda e bizarra, tratam o povo com certa distância e temor, não pelo poder concentrado na população e sua destreza que pode mudar o rumo de qualquer administração, mas pela precaução de manter a própria saúde, física e mental, intocável. Não podemos também nos enganar, acreditando que o inimigo não mora ao lado, ele sempre se mantém mais íntimo do que imaginamos, até batendo em nossa porta e implorando por um voto.
Resolver os problemas dos municípios nunca foi um interesse lucrável, e todos sabem que quem promete mundos se preocupa em demasia com os fundos. O grande macete das prefeituras é deixar tudo pela metade, ainda mais nesse final de ano após as eleições, onde a administração pública se escondeu e já entrou no clima de Réveillon, esquecendo que o mandato vai até a próxima diplomação.
Bem como disse Vinícius de Moraes na canção Canto de Ossanha, “O homem que diz ‘dou’, não dá – porque quem dá mesmo não diz!”, podemos ver esse mesmo exemplo nas nossas cidades interioranas, sobram palavras, faltam ações.
Tudo continua do mesmo jeito que estava, ruas esburacadas e sem acostamentos, saúde pública clamando por piedade, cultura regional que é asfixiada pela falta de incentivo, população que se acostuma na mesmice esperando a morte chegar, e numa sagacidade tremenda, banhados no conceito de “vigiar e punir”, nossos prefeitos, vereadores e secretários conspiram para que a senhora dignidade seja depositada nas páginas envelhecidas de um livro qualquer.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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