03/02/2017

Empresários do Distrito Industrial de Rafard cobram melhorias nos serviços de telefonia e banda larga

RAFARD | Em tempos onde a tecnologia se torna ferramenta indispensável no dia a dia do cidadão, seja para se comunicar por voz ou texto, pagar uma conta ou acessar uma notícia, empresários do Distrito Industrial de Rafard (DIR) sofrem com o descaso das companhias de telecomunicações e banda larga.
Sem ter a quem recorrer, algumas indústrias utilizam serviços via rádio ou aparelhos 3G, que até podem suprir as necessidades básicas a usuários que desejam apenas acessar uma rede social ou aplicativos de mensagem, mas para o uso profissional, que exige mais banda, velocidade e tráfego, a coisa fica complicada.
Uma das empresas instaladas no DIR alugou um espaço no Centro de Rafard e transferiu o escritório apenas para utilizar os serviços de telefonia e banda larga com ‘um pouco mais de qualidade’, já que dependem disso para atender os clientes. Em outro caso, a empresa assumiu um investimento de cerca de R$ 1.500 por mês, num contrato de 36 meses, para a Telefônica Vivo levar a tecnologia fibra ótica com velocidade de 30 megabytes até a empresa.
O tema foi discutido amplamente na tarde da última quarta-feira, 1, no plenário da Câmara de Rafard, onde estiveram presentes cerca de 12 proprietários de empresas no Distrito Industrial, o Gerente de Articulação Institucional da Telefônica Vivo, Luiz Eduardo Daruiz Correa, o assessor do deputado Estadual Cauê Macris, Eudice Leite da Silva, representantes do Legislativo e Executivo.
Há mais de um ano, vereadores e empresários, por intermédio da ex-vereadora Daniela Calil Parra Anacleto e com apoio do deputado Macris, vem tentando melhorias na infraestrutura de telefonia e banda larga no parque industrial de Rafard. Um documento foi protocolado na Sede Nacional da empresa Telefônica Vivo em 2015, mas até o momento, pouco se evoluiu na direção de uma solução para os problemas.
A ideia apresentada por Correa, é que o município realize um levantamento real de quantas empresas do DIR necessitam e qual a velocidade da banda larga desejada, para que a Telefônica Vivo monte um projeto de orçamento coletivo. A mesma solução foi apresentada a empresários de Tietê, mas até o momento, segundo o próprio gerente da Vivo, não saiu do papel por divergências e desistências de alguns empresários. “O que a Telefônica pode oferecer neste momento é cada empresa assumir o custo de infraestrutura para levar a banda larga até a sua empresa ou criarmos um projeto coletivo, para que estes custos sejam divididos”, explicou.
Questionado sobre a flexibilidade dos planos e da possível inclusão de novos usuários, conforme a instalação de novas empresas no distrito, o gerente disse que não há essa possibilidade, já que a estrutura será criada para atender a demanda apresentada pelas atuais empresas.

Executivo
Presentes na reunião, o prefeito Ilson Donizete Maia e o vice Carlos Roberto Bueno, que também é diretor de Indústria e Comércio, explicaram que já existem conversas com o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, para projetos voltados a investimentos nesta área.
Uma nova reunião com os empresários e assessores do ministro está agendada para o dia 13 de fevereiro, às 19h, na Câmara Municipal.
Segundo Maia, é preciso atuar em conjunto para que os empresários não arquem sozinhos com o custo da tecnologia. “Vamos tentar recursos federais para que esta tecnologia seja implantada no nosso distrito sem onerar ainda mais os empresários”, disse o prefeito.

Reivindicações
Os empresários representando diversos setores da indústria, a maioria de empresas já instaladas no Distrito e outras que possuem áreas, mas ainda não construíram, aproveitaram o encontro para cobrar mais empenho e atenção do poder público no parque industrial rafardense.
Eles reivindicam melhorias na pavimentação asfáltica, já que algumas ruas ainda não são asfaltadas, no fornecimento de água e também a construção de um sistema de coleta de esgoto. O fornecimento de energia elétrica compatível com as necessidades da cada empresa foi uma das maiores cobranças. Em alguns casos, empresas estão alugando geradores para dar conta, já outras, trabalham com produção abaixo da capacidade.
Dois empresários que adquiriram áreas de terra na administração passada, acusaram a Prefeitura de Rafard de ter enganado com falsas promessas de infraestrutura. “Prometeram asfalto, água e energia, que é o básico de contrapartida do município para uma empresa se instalar, e nem isso a gente tem”, disparou o proprietário de uma empresa que planejava se instalar na cidade, gerando no mínimo 300 empregos. Ele disse que caso o poder público não apresente propostas concretas no prazo de 90 dias, vai instalar a empresa em outra cidade.
Segundo um dos empresários, além da precária infraestrutura oferecida pelo Distrito, a falta de auxílio da Prefeitura e saneamento básico tem causado dificuldades na conquista de licenças ambientais.
O diretor de Indústria e Comércio, Carlos Roberto Bueno, pediu a compreensão e apoio dos empresários, e disse que vai se reunir com todos para discutir as necessidades e traçar as melhorias no Distrito.
A presidente da Câmara Municipal, Angela Barboza, pontuou como positivo o encontro e sugeriu mais reuniões como esta. “Temos que seguir em busca para o que é melhor para Rafard, estaremos sempre à disposição”, concluiu.