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Energia gerada pela Raízen é cinco vezes maior que o consumo total da usina

Construída há mais de três anos na unidade Rafard do Grupo Raízen, no centro da cidade, poucos sabem do funcionamento ou até mesmo da existência da usina de cogeração de energia através da queima do bagaço da cana.
No início deste mês, a reportagem d’O Semanário realizou com exclusividade uma visita na unidade e conheceu os processos que levam à geração de energia elétrica, que é utilizada para abastecer o consumo de toda a usina e também exportar a produção excedente.
A Raízen é a maior produtora de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar, com capacidade instalada de aproximadamente 900 MW. A unidade Rafard, que recebeu investimentos de R$ 120 milhões para construção da usina de cogeração em 2009, está entre as 12 das 24 do grupo, que tem contrato para venda de energia, com capacidade instalada de aproximadamente 50 MW/hora. Segundo o supervisor de manutenção da empresa, Fabrício Leonardo da Costa, que acompanhou a reportagem durante a visita, hoje a usina de cogeração de energia elétrica de Rafard gera em média de 43 a 44 MW/hora, cerca de 5 vezes mais que o próprio consumo de toda a usina.
Costa explica que em época de safra são necessários de 8 a 9 MW/hora para abastecer o consumo total da usina e que em média, de 33 a 34 MW/hora são exportados (vendidos) para a CPFL – Companhia de Força e Luz, com a qual o grupo detém contrato. Na entressafra – dezembro a abril – não há geração de energia e a usina consome cerca de 2 a 3 MW/hora.

 

Produção
A energia elétrica é produzida por meio de processos de cogeração, onde a biomassa (bagacinho) resultante da moagem da cana é utilizada como combustível nas caldeiras para produção de vapor e energia. Fabrício informou que a Raízen está promovendo estudos para também utilizar a queima da palha, aumentando sua capacidade de geração.
“A Bioenergia é uma energia renovável que apresenta significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, com geração sazonal e excelente potencial de complementaridade ao perfil de geração hidrelétrico do Sistema Interligado Nacional”, complementou o supervisor.
Ele revelou também que toda a água utilizada no processo é tratada e reutilizada, reduzindo significativamente a quantidade do recurso natural.

Questionamentos
Após a visita, algumas perguntas foram encaminhadas à assessoria de imprensa do Grupo Raízen para complementar as informações, porém nem todas foram respondidas.
Indagada se a venda da energia excedente para a CPFL gera recolhimento de impostos para o município, a Raízen declarou que não abre valores e dados sobre impostos. O setor de tributação da Prefeitura de Rafard também não soube responder ao questionamento. O valor economizado mensalmente com a autossuficiência de energia e água na unidade Rafard também não foi revelado, bem como a quantidade de colaboradores em época de safra, expectativa de produção (açúcar/álcool/energia) e faturamento para a safra 2012.

Projetos Sociais
De acordo com a assessoria, “a Raízen, por meio de sua Fundação, marca presença na cidade de Rafard, com ações como o Teatro Raízen, que beneficia crianças e jovens das escolas públicas dos municípios onde estão instaladas as unidades de negócio da empresa. O projeto leva gratuitamente peças teatrais para os estudantes participantes. Além disso, a empresa realiza anualmente a campanha do agasalho e a mesma beneficia entidades de Rafard. No total, considerando todas as unidades produtoras e terminais de distribuição, funcionários da empresa arrecadaram 12.513 peças de roupa em 2012. Em 2011, os cursos profissionalizantes promovidos pela Fundação também beneficiaram a cidade de Rafard”.
A Raízen também trabalha em parcerias com entidades locais. A Fundação analisa os projetos recebidos e, de acordo com disponibilidade e objetivo das propostas, verifica a possibilidade de firmar uma parceria. Anualmente, realiza a sua Campanha de Natal, na qual os funcionários adotam cartas escritas por crianças da entidade e doam brinquedos. Em contrapartida, a empresa seleciona uma entidade e doa leite em troca de cada carta adotada.

Tamanho
A Raízen, empresa resultante da união entre Shell e Cosan, nasceu em junho de 2011 como uma das cinco maiores em faturamento do país, com valor de mercado estimado em US$ 12 bilhões e cerca de 40 mil funcionários, posicionando-se como uma das mais competitivas companhias na área de energia renovável do mundo. No Brasil, ela se configura como o primeiro player do setor sucroenergético totalmente integrado, com atuação em todas as etapas do processo: cultivo da cana, produção de açúcar e etanol, comercialização, logística interna e de exportação, distribuição e varejo.
O grupo possui 24 usinas com aproximadamente 65 milhões de toneladas de capacidade de moagem de cana-de-açúcar por ano, com produção de quase 2 bilhões de litros de etanol e 4 milhões de toneladas/ano. Estão incluídos os projetos de cogeração de eletricidade que acontece nas 24 unidades, das quais 12 já com contrato para venda de energia, com capacidade instalada de aproximadamente 934 MW. Distribuidora de combustíveis no Brasil com rede de 4.700 postos de serviço, 750 lojas de conveniência, atuação em 53 terminais de distribuição e no negócio de combustíveis de aviação em 52 aeroportos. Participação em empresa de logística de etanol (alcoolduto). Direitos de comercialização da Shell na Iogen Energy e 16.3% de participação na Codexis.
“Nascemos grandes e queremos ser ainda maiores. A Raízen tem porte, talento, recursos e tecnologia para atender às necessidades de nossos clientes, da sociedade e dos acionistas. Queremos ser reconhecidos globalmente pela excelência no desenvolvimento, na produção e na comercialização de energia sustentável”, diz seu presidente Vasco Dias.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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