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Esposa de paciente reclama de falta de estrutura da Santa Casa

06/06/2014

Esposa de paciente reclama de falta de estrutura da Santa Casa

Vera Lúcia Crispim, 59, denuncia falta de cardiologista em pronto-socorro; após ter atendimento e transporte negados, enfermeira levou o marido com arritmia no próprio carro até Piracicaba
Corredores da Santa Casa de Misericórdia de Capivari (Foto: Reprodução Facebook)
Plantão da Santa Casa não tem cardiologista, afirma médica à esposa de Sebastião Crispim, cujo atendimento foi negado na noite de sábado, 24 (Foto: Divulgação/Santa Casa de Capivari)

CAPIVARI – A enfermeira Vera Lúcia Crispim, de 59 anos, cujo marido precisou de atendimento cardiológico no pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de Capivari na noite de sábado, 24, ficou revoltada com o anúncio de que não haveria atendimento. Segundo ela, Sebastião Crispim, 77, deu entrada no hospital com sintomas de arritmia, mas não passou por avaliação médica por não haver cardiologista de plantão.

“A médica disse que a Santa Casa não tem mais cardiologista de plantão. Ela não soube explicar o porquê, só falou que lá não entra mais”, afirma Vera. Ainda de acordo com ela, a plantonista informou que não tinha autorização para chamar uma ambulância e transferir o paciente, nem para encontrar uma vaga nas UTIs da região. “Ela deve ter feito apenas o procedimento padrão combinado”, acrescenta.

Vera conta que o marido foi medicado na Semi-UTI e, em seguida, encaminhado a um quarto do Sistema Único de Saúde (SUS), mas continuou apresentando os mesmos sintomas. Sem contar com os serviços do hospital, a enfermeira voltou para casa, enquanto Crispim recebia soro, e entrou em contato com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Piracicamirim. Após relatar o caso, foi orientada a levar o marido imediatamente até Piracicaba.

“Então eu chamei meu filho, que mora em Itatiba, já passava de meia-noite. Pegamos o Sebastião na Santa Casa e o levamos com nosso próprio carro até a UPA. A plantonista chegou a dizer que o caso dele era gravíssimo, mas que ela não poderia fazer mais nada”, lembra. Segundo ela, ao chegar à cidade o médico realizou os exames necessários e constatou 250 de arritmia (frequência de batimentos por minuto).

“Ele aplicou uma medicação que eu já conhecia e perguntou por que a Santa Casa de Capivari não fez o mesmo. Pra mim, o plantão não tem orientação para isso e a Santa Casa não deve ter o remédio.” Sebastião Crispim teve alta no domingo, 25, e a esposa foi alertada que ele não pode ficar sem um cardiologista.

“Faz 24 anos que eu ‘corro’ com ele. Meu marido anda, fala e come pouco, toma muita medicação, ficou em coma uma vez e, infelizmente, é diabético e hipertenso: teve 22 infartos – o primeiro aos 35 anos. De Capivari a São Paulo ele não aguenta mais, é muito tempo dentro do carro. Ele está estável agora, mas e quando eu precisar de novo? O que eu vou fazer?”, questiona Vera.

Nota da redação

Procurada pelo jornal O Semanário, a Santa Casa de Misericórdia de Capivari não havia se pronunciado a respeito do ocorrido até o fechamento desta edição.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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