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Farmácia municipal não vai mais fornecer insulina Lantus

28/08/2015

Farmácia municipal não vai mais fornecer insulina Lantus

Morador teve o pedido negado na última semana; Prefeitura disse que o medicamento não faz parte da tabela Rename
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Mais cara, insulina Lantus é a preferida pelos usuários
(Foto: Alex Adair/Flickr)

RAFARD | Rafardenses também estão sofrendo com a falta de medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da farmácia da Unidade Básica de Saúde (UBS). Um engenheiro químico de 39 anos, que não quer ser identificado, entrou em contato com o jornal O Semanário na tarde de sexta-feira, 21, para reclamar que teve o pedido de um remédio negado pela farmacêutica do posto de saúde.

O morador é diabético e recebe insulina Lantus gratuitamente há alguns anos. Ele relatou que, quando foi buscar o medicamento na última semana, a profissional disse que o poder público não vai mais oferecê–lo. Ela ainda recomendou que o munícipe abrisse um processo no Ministério Público para voltar a receber a medicação. “Isso é um absurdo. É um direito meu receber remédios pelo posto de saúde.”

A Lei Federal nº 11.347 de 27 de setembro de 2006, rege pela distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos através do SUS. Por sua vez, a Portaria nº 2.583 de 10 de outubro de 2007, define os medicamentos e insumos disponibilizados pelo SUS aos usuários portadores de Diabetes Mellitus através da Rename 2006, composta por: glibenclamida 5mg comprimido; cloridrato de metformina 500 mg e 850 mg comprimido; glicazida 80 mg comprimido; insulina humana NPH – suspensão injetável 100 UI/ml; insulina humana regular – suspensão injetável 100 UI/ml; e ainda, os insumos: seringas de 1ml, com agulha acoplada para aplicação de insulina; tiras reagentes de medida de glicemia capilar; lancetas para punção digital. Os insumos devem ser disponibilizados aos usuários do SUS, portadores de Diabetes Mellitus insulino-dependentes e que estejam cadastrados no cartão SUS e/ou no Programa de Hipertensão e Diabetes – Hiperdia.

Procurada, a Prefeitura informou que a insulina Lantus não faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), do SUS, cuja tabela contém os medicamentos que atendem às necessidades de saúde prioritárias da população e deve ser seguida pelos municípios. O governo municipal confirmou a informação passada ao morador e disse que tem seguido a tabela a fim de controlar os gastos públicos.

“O município tem seguido rigorosamente essa tabela, assim como outros municípios da região, e isso pode estar causando algum desconforto pela mudança que o município foi obrigado a fazer.” A Prefeitura frisou que “vai continuar trabalhando dentro de suas obrigações para conseguir o equilíbrio da gestão pública de forma responsável para ambas as partes: gestão do poder público e munícipes”.

De acordo com o site Diabeticool, a insulina Lantus é preferida pelos usuários diabéticos, uma vez que possui efeito terapêutico de longa duração (20 a 24 horas) e diminui as chances de ocorrerem os temíveis episódios de hipoglicemia.

Enquanto isso, a insulina NPH é de ação intermediária, sendo comum os pacientes terem que injetá-la ao menos duas vezes ao dia. Além disso, a NPH deve ser homogeneizada antes da aplicação e possui índices variáveis de absorção dependendo do usuário – todos estes fatores que a tornam mais complicada para uso. O principal “problema” da insulina glargina é o preço. De acordo com levantamento realizado pelo Diabeticool, o custo por ml da insulina Lantus é praticamente o dobro dos análogos NPH.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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