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Fazenda Capoava resguarda construções do século XIX

As cidades de Capivari, Rafard, Porto Feliz e toda a região sofreram forte desenvolvimento pelo plantio da cana de açúcar. As histórias dessas cidades estão concretadas em engenhos e fazendas que agruparam diversas expedições fluviais (monções).
A portofelicense e fotógrafa Ticiele Checa, que atualmente mora na Inglaterra e veio passar alguns dias na sua cidade natal, resolveu fotografar a Fazenda Capoava, que fica próxima a Porto Feliz e que foi um grande polo colaborador do desenvolvimento da região pela indústria canavieira.
Ticiele lembra com carinho dos anos em que estudou na Fazenda e dos 4 anos em que sua mãe lecionou português e inglês na escola da pequena comunidade que se formou no local com o passar dos anos. “Em 2004 eu era muito interessada em biologia e alemão. Estudava bastante e adorava também colocar em prática aquilo que absorvia. Minha mãe chegou em casa com algumas espigas de milho que tinha ganhado dos alunos. Ela me pediu pra ajudar a descascar, e eu fui encontrando lagartas. Peguei duas para criar, coloquei no aquário da minha falecida mini tartaruga e acompanhei todo o processo de metamorfose”, contou.
A fotógrafa, que sempre zelou pelo contato com a natureza e criou sentimentos de apreço pelos animais, finalizou a lembrança: “Fiz muitos vídeos e fotos enquanto a lagarta ia evoluindo. Achei linda a transformação. O mais interessante disso tudo, é que depois que ela saiu do casulo, ela voltou ao mesmo local alguns dias depois para me encontrar. Acredito que ela tenha voltado porque eu deixei tudo como sempre foi, não movia nada do lugar, eu pegava muito o casulo na mão e ficava observando com uma lupa por horas, talvez também porque ela tenha sentido o meu contato com o casulo”.
Sempre ligada ao alemão, Ticiele resolveu criar seu nickname (apelido, mais habitual para o contato com outras pessoas na internet) baseada nessa experiência, onde pode ser encontrada também nos meio virtuais por “Schmetterling von Gott”, que em português significa “Borboleta de Deus”.

Fazenda Capoava
Por volta do final do século XIX, o governo imperial brasileiro queria incentivar a criação de engenhos centrais de açúcar. Neste caminho, empresários franceses compraram usinas em Piracicaba, Porto Feliz, Villa de Raffard (Capivari), Lorena e Cupim (Campos, Estado do Rio).
Esses empreendedores enviaram a São Paulo, em 1903, o engenheiro de artes e manufaturas J. Piccard, ex-diretor de usina de açúcar de St. Julien (próximo a Troyes), com a incumbência de inspecionar as usinas brasileiras, fazer um projeto de melhorias técnicas e planejar futuras ampliações.
Deste trabalho surgiu, em 1907, a Societè de Sucreries Brasiliennes (Sociedade Brasileira de Açúcar), reunindo numa única empresa as seis usinas. Esta companhia exerceu, até 1960, liderança na produção do Estado de São Paulo, principalmente no que diz respeito à formação tecnológica, na ajuda e afirmação da liderança de São Paulo na produção de açúcar, e no domínio da manufatura e na pesquisa.
A tecnologia francesa, as marcas francesas e a nomenclatura francesa, passaram a ser comuns no linguajar dos brasileiros.

A Fotógrafa
Ticiele Checa, nascida em Porto Feliz, é filha de um agricultor e de uma professora. Desde menina é escritora e apaixonada por leitura, compõe músicas e adora tocar instrumentos musicais (violão, contrabaixo, bateria, gaita), fala quatro línguas (Inglês, Alemão, Italiano e Espanhol), adora viajar pelo mundo, adora fotografia, animais e tudo o que se diz respeito à natureza!
Começou a fotografar na infância, até chegar a fazer cursos e adquirir sua própria máquina profissional que anda com ela em todo lugar por onde vai.
Não perde a oportunidade de fotografar os momentos. Produziu fotos de shows dos cantores brasileiros Luan Santana, Michel Teló (turnê em Londres). Fotografa também para empresas imobiliárias e fez lindas imagens para o PEMA (Parque Ecológico Municipal de Americana), das quais já foram publicadas no site pelo Parque Ecológico da cidade.
Atualmente trabalha em seu próprio estúdio fazendo o que mais gosta, fotografar!
Pretende publicar em breve um dos quatro livros de suas histórias infantis.
Um pouco de Tici
Ticiele entrou em contato com a reportagem d’O Semanário no início desta semana autorizando a publicação de suas fotos no jornal, caso houvesse interesse. O bate-papo rendeu uma entrevista onde ela conta um pouco de sua história e sua paixão pela fotografia. Confira:
Jornal O Semanário Regional – Ticiele, da onde surgiu seu interesse em se mudar para a Inglaterra?
Ticiele Checa – Surgiu através do aprendizado da língua, desde adolescente quando comecei a aprender línguas, queria aprimorar e pegar fluência.

Semanário – Qual a sua formação profissional?
Ticiele – Tenho um pouco de tudo, estudei Fotografia, Programação, Literatura, e vários idiomas.

Semanário – Há quanto tempo você trabalha com fotografia?
Ticiele – Faço fotos desde minha adolescência, trabalhei algum tempo em uma loja de Fotografia aqui e agora trabalho na minha empresa mesmo, já tem um ano.

Semanário – O que mais você gosta de fotografar?
Ticiele – Tudo! Tudo o que atraem os meus olhos, eu não perco tempo, vou e fotografo.

Semanário – O que te levou a fazer essas fotos da Fazenda Capoava?
Ticiele – O fato de eu ter estudado lá fez com que eu tenha um olhar especial pela Fazenda Capoava.

Semanário – Fazendo um paralelo, você consegue dizer as diferenças que existem no Brasil e na Inglaterra sobre a conservação do Patrimônio Histórico?
Ticiele – Sim, infelizmente no Brasil não há interesse em preservar prédios que fizeram parte da história, já aqui na Europa eles têm castelos medievais totalmente intactos, os prédios são muito antigos, mas muito conservados e em uso. É muito bacana.

Semanário – A educação cívica britânica é muito diferente do que a brasileira?
Ticiele – Sim, extremamente diferente. Aqui a questão cultural é ensinada e praticada desde bem pequenos e isso faz toda diferença!

Semanário – Gostaria de deixar algumas considerações finais?
Ticiele – Primeiramente a Deus, pela vida. Ao Túlio Darros (Diretor) e Bruno Bossolan (Redator) do Jornal O Semanário, e a todos os leitores! Muito Obrigada pela atenção! Espero que apreciem!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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