Opinião

Filosofando: A história, a arqueologia e a profecia de Daniel

No século 19 desenvolveu-se um criticismo à Bíblia, principalmente sobre o livro de Daniel por parte de ateístas e evolucionistas, porém, foi nesse tempo que houve descobertas arqueológicas, que elucidaram vários pontos bíblicos que eram questionados.
Daniel foi para o cativeiro babilônico no ano 605 a.C., levado por Nabucodonozor, aos dezoito anos, mostrou possuir caráter inflexível, impoluto (ver Dan. 1), fruto de sua educação doméstica. Ao escrever seu livro Daniel revelou-se profundo conhecedor dos fatos babilônicos, alguns dos quais se perderam depois do Séc 6 a.C., nenhuma fonte conhecida, além de Daniel, registrava-os. Um dos maiores enigmas apontados pelos críticos foi a citação de Daniel (cap. 5:2) ao nome do rei de Babilônia Belsazar, durante a invasão persa (553-552). Nenhuma fonte conhecia-o, além do historiador Josefo e o livro apócrifo de Baruc, e ainda, vários documentos referentes à queda de Babilônia traziam na lista dos reis babilônicos tendo Nabonid como o último rei. Alguns críticos do séc 19, diziam que Belsazar, escrito em fontes cuneiformes, eram invenções de um escritor Daniel que viveu nos tempos dos Macabeus (séc 2 d. C.).
Em 1861 H.F. Talbot publicou num texto, no Journal of the Royal Asiatic Society, v 19, p. 195, que se encontra no templo da deusa Lua, em Ur, uma oração de Nabonid em favor de seu filho primogênito Bel-shar-usur, identificado como Belsazar. Talbot relacionou novos argumentos, em 1875, esclarecendo mais ainda a identificação de Belsazar. Em 1882, Teófilo G. Pinches publicou num texto a crônica de Nabonid, escrita pelo rei, enquanto estava em Tema, no Oeste da Arábia, fazendo menção ao correinado de Belsazar (Transactions of the Society of Biblical Arquaelogy, v.7, p. 150. Nos anos sucessivos mais documentos descobertos pela arqueologia trouxeram maiores esclarecimentos. Em 1916 Pinches publicou um texto no qual Nabonid e Belsazar fizeram juntos um juramento, estabelecendo Belsazar como vice-rei. Em 1924, Sidney Smith publicou o “Verse Account of Nabonidus” (hoje no museu Britânico) que tornou claro que Nabonid confiou seu reinado ao seu filho mais velho, Belsazar. Muitas outras descobertas da Arqueologia e a História vêm então confirmando o livro de Daniel como veraz. (ver SDABC, v. 4, p 807).
Uma das profecias mais fascinantes de Daniel, quando confrontadas com a História e nosso cotidiano, está no cap.2, e as repetitivas dos cap. 7, 8, 9…
No segundo ano do seu reinado (605 -604 a. C.), Nabuconodozor sonhou, porém, esqueceu o que sonhara, embora ficasse muito perturbado. Chamou seus adivinhos, mágicos, feiticeiros, os profissionais que o frustraram porque não conseguiram revelar o que o rei sonhara e a interpretação do mesmo. O rei decretou a morte de todos os seus “sábios”, e Arioque, prendeu a Daniel, um dos sábios da corte, a fim de matá-lo. Este, judeu, temente a Deus pediu prazo para orar, pedindo esclarecimento ao seu Deus, o que lhe foi concedido. Então Daniel disse: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque d’Ele é a sabedoria e a força…, dá sabedoria aos sábios… revela o profundo e o escondido…(vs 20-23). Então Daniel contou ao rei o que ele havia sonhado e deu a interpretação (vs. 28-35). O rei sonhara com uma enorme estátua. A cabeça da estátua era de ouro, e Daniel disse: “tu és a cabeça”. O ouro representava a riqueza do seu império. Nabucodonozor foi o maior construtor do seu tempo, construiu o Jardim Suspenso, uma das 7 maravilhas do mundo antigo, as muralhas com 26m de largura, os enormes templos, a avenida suspensa, usou tijolos vitrificados. A cabeça mostrava liderança, bem como a posição de ser o primeiro império a partir do tempo de Daniel. Depois dele viria outro império, inferior à Babilônia, na riqueza, representado pelos braços e peito da estátua representando a união da Pérsia e Média. Ciro tomou o poder da Média e em 539 a.C. derrotou Babilônia e matou seu rei Belsazar. A profecia fala de que seguiria um 3º império, o ventre da estátua era de bronze (v 39) inferior em valor mas que dominaria o mundo conhecido de então. E a história, além de confirmar os impérios anteriores nos dá detalhes do império grego, formado por Alexandre, o Grande. Os soldados gregos possuíam armas, elmos e escudos de bronze. O cap. 8:8 nos dá detalhes da conquista de Alexandre e de sua descrição, como jovem conquistador e morreria jovem, na sua maior força seria quebrado e em seu lugar subiriam 4 governantes (Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco); Alexandre começou a conquista com 20 anos e morreu com 32, vítima de embriaguez e malária, seu reino foi dividido pelos generais acima.
As pernas e os pés, seriam de ferro e barro representando o 4º reino, Roma. que, com suas falanges férreas, arrasou Cartago e todos que se lhe opuseram ou concorreram com seu comércio no “Mare Nostrum”, Mediterrâneo (v 40). No v 41-43, revela o ponto fraco do império romano (pão, vinho e circo permitiram as invasões bárbaras, dando origem aos países europeus) que jamais se uniriam, não haveria mais império. A história mostra que houve tentativas, por meio de casamentos ou invasões (tentativas do império Austro-Húngaro, Napoleão Bonaparte, Mussolini, Hitler, na Guerra Fria com a Rússia e EUA), mas a profecia continua inquebrantável. O barro não se liga com o ferro, e assim os países não se unirão politicamente, nem mesmo o ecumenismo e a globalização consegui-lo-ão. E, frisa, uns serão fracos, outros serão fortes, como o barro e o ferro.
No v 44 nos diz que nos dias destes reis, Deus levantará outro reino eterno, que esmiuçará os demais e completa com o v 45, todos os reinos serão feitos pó, porque a Rocha (representa Cristo Dt 32:4,15,18; Sl 19:14; Ro 9:23; 1Pe 2:8) cairá sobre eles todos. No dia da vinda desta Rocha, então será fundado um reino que jamais se desfará.
E Daniel acrescenta: “Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto” e nos fez saber também o que acontecerá. Que Deus maravilhoso que conhecendo o futuro nô-lo descortina para que saibamos com certeza, o que acontecerá no final da história do nosso mundo.
Então disse o imperador Nabucodonozor ao ouvir a interpretação de seu sonho: “Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e revelador dos mistérios…”
Com estas declarações modernas dos arqueólogos surgiram livros como: “E a Bíblia Disse a Verdade”; “A Bíblia Tinha Razão”; Deuses Túmulos e Sábios” Os cientistas, em grande número, tem crido que há um Desígnio Inteligente na natureza, i,é, um Deus Mantenedor.
Como não crer num Deus Supremo, Onisciente, que nos revela o futuro? Lembramos a advertência de Jesus “Digo-vos pois agora, antes que aconteça, para que quando acontecer acrediteis que Eu sou” João 13:19. “Crede no Senhor nosso Deus e estaremos seguros, crede em seus profetas e prosperareis” 2 Cr 20:20.

 

Por Leondenis Vendramim
Professor de Filosofia, Ética  e História

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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