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Fim da novela: Depois de 20 anos, Prefeitura assina convênio para construção de 146 casas populares

30/05/2014

Fim da novela: Depois de 20 anos, Prefeitura assina convênio para construção de 146 casas populares

Moradias serão construídas no fim do ano; prefeito, César Moreira, deu os créditos da conquista ao engenheiro civil Alécio Polo
Rafard apresenta déficit de mil casas, segundo Moreira (Foto: Túlio Darros/O Semanário)
Rafard apresenta déficit de mil casas, segundo Moreira (Foto: Túlio Darros/O Semanário)

RAFARD – A Prefeitura Municipal assinou na tarde de quinta-feira, 22, convênio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para a construção de 146 casas populares. O investimento em habitação, que será de mais de R$ 13 milhões, era esperado pela população há pelo menos 20 anos. Cabe agora à prefeitura pagar o desmembramento dos lotes e doá-los à Caixa Econômica Federal, além de realizar o processo licitatório da terraplenagem e de toda a infraestrutura.

Segundo o prefeito, César Moreira (PMDB), depois de enfrentar problemas com a documentação, foi preciso refazer o projeto e provar a necessidade das casas populares para a CDHU. “A gente entrou na prefeitura pensando que estava tudo certo, mas o projeto inteiro teve que ser abortado, pois as 202 casas inicialmente previstas não caberiam no terreno”, conta. “Considerando que recomeçamos do zero, conseguimos a aprovação em tempo recorde”, acrescenta.

As moradias serão construídas num terreno de aproximadamente 29,2 mil metros quadrados (Rua Eugênio Tezoto – Popular) e cada uma terá 200 metros quadrados, sendo 56 de área construída, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e mais uma área com alicerce pronto para as famílias que queiram construir outro cômodo. O início da obra está previsto para o fim do ano.

Para Moreira, a conquista em curto prazo se deve ao profissionalismo do engenheiro civil Alécio Polo. “Ele antecipa o acontecimento e isso nos ajudou muito. Acredito que se fosse outro engenheiro a documentação não sairia esse ano. O Alécio é competente, conhecedor e trabalhador. Nunca perdeu um convênio de engenharia”, elogia o prefeito. Polo foi um dos responsáveis pela construção de 323 casas populares em Capivari.

No entanto, as próximas etapas da obra serão supervisionadas por outro profissional. “Nós vamos contratar outro engenheiro para acompanhar tudo, porque o Alécio já tem muito serviço”, explica Moreira. Segundo ele, idosos, pessoas com deficiência e funcionários da Polícia Militar têm preferência na ocupação das casas, enquanto a outra porcentagem, não especificada, será sorteada pela Caixa.

Habitação e economia

Rafard apresenta um déficit habitacional de pelo menos mil casas, entretanto, um segundo projeto paralelo está em andamento e visa à construção de 418 novas residências, segundo César Moreira. O investimento vem por meio de iniciativa privada numa área localizada atrás da extinta empresa Agroquímica. “O empresário Airton Lemes, sem dúvida um homem lutador, que sabe das necessidades do município, comprou uma área de terra e já está dando entrada no Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Portanto, eu acredito na proposta dele”, diz.

Lemes também está construindo um novo distrito industrial na cidade, a fim de combater outro problema: a arrecadação do município, que gira em torno de R$ 25 milhões por ano. Moreira afirma não ver outro caminho para aumentar a renda, senão a vinda de novas indústrias. “Se o mundo está sendo industrializado, porque Rafard vai ficar parada no meio? Vamos acompanhar a maré. Não tem outra saída”, destaca.

Segundo ele, “Rafard vai começar a se desenvolver. Se tudo correr bem, a Copa do Mundo não atrapalhará em nada. Temos chances de, em poucos anos, essa cidade passar a ter de 15 a 20 mil habitantes, em virtude das indústrias que estão nos procurando. Com isso, a arrecadação poderá dobrar. Hoje, a renda é baixa e, com a demanda de coisas para fazer, foi ficando tudo parado. Mas não condeno os prefeitos anteriores. É questão de dinheiro para manter a cidade. Tudo é muito caro”.

Ainda de acordo com Moreira, os baixos salários impostos pela prefeitura não atraem profissionais de fora e, na cidade, não há currículos que preencham os requisitos previstos em lei. “Não é a gente que não quer contratar, não há pessoas preparadas. Eu gostaria que os jovens rafardenses se aperfeiçoassem na área administrativa, porque eu prefiro dar emprego para a ‘turma’ daqui”, esclarece.

Com a vinda de novas indústrias, explica, a Prefeitura Municipal terá condições de oferecer salários melhores e condições de trabalho aos servidores públicos, visto que somente a Isover – empresa ligada à Saint-Gobain e que está se instalando em Rafard – “injetará muito dinheiro na economia”, melhorando “bruscamente” a situação.

Falta de comunicação

De uns tempos para cá, os atritos entre Executivo e Câmara Municipal estão cada vez mais constantes. Questionado a respeito, César Moreira afirma que já tentou encontrar alguém para intermediar a comunicação, sem sucesso. “Está faltando diálogo entre nós. Na correria do meu dia a dia, que é enorme, não tenho tempo de fazer essa parte, de conversar diretamente. Já perguntei aos vereadores se alguém pode fazer isso por mim, pois ninguém está mais interessado em ver a cidade bem do que o prefeito e os vereadores”, garante.

Ele admite que os parlamentares têm razão ao cobrar as inúmeras demandas da cidade, mas frisa que é preciso entender que o caixa da prefeitura não tem dinheiro para fazer tudo o que pedem. “Se criarmos muitos funcionários, ou não teremos mais condições de repassar aumentos ou começaremos a demitir pessoas”, exemplifica. “Mas eu preciso sentar com eles e falar sobre o problema, afinal, quem não gostaria de ter todos os funcionários que é preciso?”

E, em relação às promessas de campanha, Moreira diz ter feito muitas coisas, mas o povo não vê. “Faz apenas um ano e cinco meses que estou aqui. Minha administração ainda não terminou e tudo o que prometi será feito. Estamos trabalhando firme e os vereadores estão se dedicando, correndo atrás de verbas, a gente vê o esforço. Ao mesmo tempo, acho que atrás de cada crítica deveria vir uma possível solução. Não esperar acontecer para criticar e, sim, me aconselhar antes. Eu sou um só, não consigo olhar tudo”, conclui o prefeito.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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