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‘Há 20 anos que não fazia tanto frio por aqui’, diz gestor do Centro de Monitoramento

Com a temperatura despencando, os últimos dias do mês de julho serão os mais frios do ano. É o que afirmam os especialistas do tempo desde a semana passada.

O frio chegou mesmo na grande maioria dos estados brasileiros, graças a uma massa de ar polar intensa. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é a terceira de grande porte registrada no Brasil neste ano.

Segundo dados do Centro de Monitoramento Paulista (CMP), da região de Piracicaba, existe a possibilidade de geadas e a sensação térmica abaixo de zero. As temperaturas começaram a reduzir drasticamente, em até 80%, desde a manhã da última quarta-feira (28).

“Para quem estava com saudades do frio dos anos 90, ele apareceu e ainda vai ficar por alguns dias. Há 20 anos que não fazia tanto frio por aqui”, conta o gestor ambiental, Rodrigo Possobom, que há 12 anos está à frente dos estudos e dados meteorológicos do CMP.

Sobre o frio intenso causado pela massa de ar polar, Possobom alerta que é importante tomar cuidados com a saúde.

“Nos dias mais gelados do ano, a sensação de frio fica ainda mais intensa nos horários da inversão térmica, das 5h às 7h30, em que os termômetros nas manhãs frias podem chegar em dois graus negativos, é preciso cuidado com as baixas temperaturas”, revela.

O Centro de Monitoramento prevê que a manhã mais fria está prevista para esta sexta-feira (30), quando deve ocorrer a maior atuação da massa polar sobre os municípios paulistas.

A passagem desta intensa frente fria de inverno ainda deve se estender durante o fim de semana, começando a esquentar, bem lentamente, na segunda-feira, 1º de agosto.

“No início da semana as temperaturas voltam a subir, mas ainda não é o fim do inverno. Até setembro, antes do fim da estação, ainda estão previstas mais duas frentes frias, que não serão tão intensas como esta, mas é bom ficar atento”, finaliza Possobom.

O profissional faz ainda um alerta aos prejuízos que o frio intenso pode causar aos produtores de alimentos. Em regiões como a de Piracicaba, as fortes geadas e temperaturas abaixo do comum, causam estragos nas plantações de cana-de-açúcar, milho e hortaliças. Também é importante reforçar os abrigos dos animais durante as madrugadas geladas.

Vulnerabilidade

Se está frio para quem está no conforto de casa, preparado para enfrentar a ‘friaca’ com aquecedores e cobertores, imagina para as famílias mais carentes e os moradores em situação de rua. São ele os que mais sofrem. Por conta disso, as prefeituras correm contra o tempo para arrecadar cobertores e organizar ações de acolhimento.

Em Rafard, de acordo o Serviço Social, uma força tarefa foi montada em parceria com o Fundo Social de Solidariedade, para intensificar a coleta e a distribuição de agasalhos e cobertores.

A Guarda Civil também deve intensificar as rondas, realizando abordagens a moradores de rua. Um plantão com agentes do Serviço Social foi montado e deve permanecer até o fim dos dias mais frios.

Mombuca é outro município que se antecipou. Nos dias 26 e 27 de julho, uma campanha emergencial de coleta de cobertores foi liderada pelo Fundo Social de Solidariedade. Na quarta-feira (28), as doações foram entregues às famílias carentes.

Já em Capivari, a Operação Frente Fria está promovendo ações de acolhimento. Essas ações estão ligadas à Secretaria de Desenvolvimento Social, que mantém uma equipe de trabalho noturno nas ruas. Eles estão orientando moradores para que busquem abrigo junto aos seus familiares.

Nos casos em que o munícipe não tenha para onde ir, ele é conduzido à um abrigo provisório, com cobertores e colchões, onde pode passar a noite aquecido.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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