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Homens do Exército

23/03/2018

Homens do Exército

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

ARTIGO | Um fato ocorrido perto de nossa região, na Rodovia Anhanguera, com autoridades que deveriam ser os repressores das drogas chamou a atenção.

A notícia dá conta de que uma equipe do Denarc (Polícia Civil de São Paulo) prendeu dois soldados do Exército que transportavam três toneladas de maconha em um caminhão militar. A prisão ocorreu na região de Campinas.

Os dois militares pertenciam a uma base de Campo Grande (MS). Um terceiro militar conseguiu fugir e outros dois civis que davam guarda, escoltavam o caminhão, também foram presos (Folha de São Paulo, edição de 28/08/2016).

Ainda bem que são exceção, esses soldados, pois o exército é uma das instituições em que a população brasileira “bota fé”.

Alguns anos atrás participei de um congresso em Campinas, na Unicamp, sobre a liberação da maconha. E me surpreendi com o público presente, de ativistas pela liberação do uso recreativo, grupos pela liberação para uso medicinal, entre estudantes, terapeutas, professores, médicos e advogados.

Quando o ativista diz que “todo mundo usa”, ele está citando apenas uma minoria em relação à totalidade populacional (no Brasil, segundo a última pesquisa da Unifesp, de 2012, o índice de quem fuma diariamente é de 0,7%). Os usuários se juntam e acham que o mundo inteiro fuma maconha. Não está aí, já, uma distorção da realidade? Um médico, um advogado, um professor podem ser a favor da liberação da maconha, mas e todos os outros?

Uma pesquisa do instituto Datafolha aponta que a população, em sua maioria, é contra a liberação: “Legalização da maconha: 77% contra; 20% a favor; 2% não sabe/não respondeu”.

Acredito que esse advogado, professor ou médico que são favoráveis não gostariam de ter um filho viciado em maconha ou usando outras drogas por ter tido esta como porta de entrada; não gostaria de ver o filho parando de estudar, de cumprir seus deveres, e se fechando em um mundo próprio, isolado das outras pessoas.

Também nunca atendi famílias nem tive conhecimento de pais que ficassem felizes e realizados porque seu filho fumar maconha ou outras drogas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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