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“Informação gera empatia, empatia gera respeito”: no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, mães compartilham desafios e conquistas

Entrevista com Daiana Keller e Roselaine Melo, presidente e vice da Associação das Mães Atípicas de Rafard (AMAR)

Nesta quarta-feira, 2 de abril, data em que se celebra o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, o foco se volta para a importância de promover o respeito, a inclusão e a compreensão das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em Rafard, essa luta tem nome e voz através da Associação das Mães Atípicas de Rafard – AMAR, formada por mães que decidiram transformar suas dores em movimento.

Em apenas dois meses de atuação, a associação já reúne 47 famílias e tem promovido encontros mensais, acolhimento e diálogo sobre políticas públicas voltadas à inclusão. Conversamos com Daiana Keller Casares Ribeiro, presidente da AMAR, de 36 anos, mãe do Lucas e do João Miguel, e com a vice-presidente, Roselaine Oliveira Melo, de 39 anos, mãe da Lívia.

Na entrevista, elas falam sobre o surgimento da associação, os principais desafios enfrentados pelas famílias atípicas em Rafard e as conquistas já alcançadas. O resultado é um relato emocionante e inspirador de força, união e esperança. Confira:

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Daiana e Roselaine estão à frente da Associação das Mães Atípicas de Rafard (AMAR)
Daiana e Roselaine estão à frente da Associação das Mães Atípicas de Rafard (AMAR)

 

O Semanário – Como surgiu a AMAR e qual é o papel da associação hoje?

Daiana/Roselaine – A AMAR nasceu de um grupo de WhatsApp criado pelas mães da nossa cidade como uma forma de rede de apoio. Com o tempo, vimos a necessidade de nos organizarmos formalmente. Hoje, a associação é um espaço de acolhimento para as famílias atípicas, não só com crianças autistas, mas também com outras deficiências. Atuamos como ponte entre essas famílias e suas necessidades.

 

O Semanário – Quais são os objetivos e ações que a AMAR tem promovido?

Daiana/Roselaine – Nosso principal objetivo hoje é levar conscientização para Rafard. Queremos que a população receba informações corretas para que haja uma inclusão real das nossas crianças em todas as áreas. Já realizamos reuniões mensais no Centro Cultural, sempre no primeiro sábado do mês, às 9h. Nessas reuniões, oferecemos recreação para as crianças, enquanto os pais participam dos encontros. Estamos organizando um cronograma de atividades e buscando espaços para realizar eventos.

 

O Semanário – Quantas famílias já fazem parte da associação?

Daiana/Roselaine – Atualmente, temos 47 famílias cadastradas. As portas estão sempre abertas para novas famílias. Basta comparecer às reuniões ou entrar em contato pelo WhatsApp (19) 98610-5427.

 

O Semanário – Qual a importância do Dia Mundial da Conscientização do Autismo para vocês?

Daiane/Roselaine – Essa data é fundamental. O autismo é uma realidade mundial, e em Rafard a demanda cresce. A conscientização torna a vida das nossas crianças mais leve, porque elas precisam e merecem ocupar todos os espaços como qualquer outra pessoa. O 2 de abril nos dá visibilidade. No dia a dia, muitas vezes, a importância das nossas crianças passa despercebida. Antes de qualquer diagnóstico, elas são crianças com direitos e deveres. A data passa, mas nossas crianças não.

 

O Semanário – Quais são os principais desafios enfrentados pelas famílias atípicas na cidade?

Daiana/Roselaine – São muitos e diários. Enfrentamos dificuldades com transporte, acesso a medicamentos, inclusão escolar, acessibilidade e falta de oportunidades de inclusão social. Ainda há filas de espera no SUS para diagnóstico e terapias. Famílias com plano de saúde conseguem atendimento mais rápido, mas essa não é a realidade da maioria.

 

O Semanário – O que falta para Rafard ser uma cidade mais inclusiva?

Daiana/Roselaine – Falta informação, conscientização e a compreensão do que é realmente inclusão. A cidade precisa repensar seus espaços e criar políticas públicas que garantam acessibilidade.

 

O Semanário – A associação já tem conquistas para comemorar?

Daiana/Roselaine – Sim, e muito! Conseguimos reunir dezenas de famílias que antes estavam isoladas, sem voz. Isso, por si só, já é uma grande conquista. Também tivemos, recentemente, a aprovação na Câmara Municipal de uma diretoria específica para atendimento ao TEA e à mobilidade, além de uma homenagem ao nosso trabalho.

 

O Semanário – Como a população tem reagido ao trabalho da AMAR?

Daiana/Roselaine – Temos recebido muito apoio e incentivo. As pessoas estão entendendo a importância da nossa causa. Claro, nem tudo são flores — algumas pautas geram embates, mas isso faz parte. Seguimos firmes e vamos continuar levando essas discussões ao poder público.

 

O Semanário – Que mensagem vocês deixam neste Dia Mundial da Conscientização do Autismo?

Daiana/Roselaine – Acreditamos muito na força da informação. Como dizemos na AMAR: “Informação gera empatia, empatia gera respeito. Conhecimento derruba preconceitos e promove respeito e inclusão.”

 

O Semanário – E para quem quiser ajudar a causa, como pode contribuir?

Daiana/Roselaine – As pessoas podem se tornar membros gratuitamente, divulgar nosso trabalho nas redes sociais, comparecer às reuniões e, principalmente, se colocar no lugar do outro. É preciso ajudar sem julgar, ter amor e respeito ao próximo. E, se possível, lutar conosco nessa causa tão linda pelas nossas crianças. Nosso Instagram é @amar_rafard2025.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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