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Inverno deve ter dias de tempo seco e mais doenças respiratórias

Crianças são as que mais sofrem; incômodo maior é no nariz, boca e vias respiratórias

O alerta vem do Ministério da Saúde. O tempo seco e a baixa umidade do ar, tão frequente nos últimos dias, exigem mais cuidados com a saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a umidade relativa do ar ideal para os dias de inverno fica na faixa entre 50 a 80%.

Já que isso não está acontecendo, a situação é preocupante, e acende o sinal vermelho.

Na última quinta-feira (19), por exemplo, a umidade do ar, segundo o site Climatempo, chegou à 18% no período da tarde, com temperatura máxima registrada de 32 graus.

Com dias de Verão, em pleno Inverno, as mudanças bruscas nas temperaturas contribuem para as doenças respiratórias. O ar seco causa incômodo nos olhos, nariz, boca e no trato respiratório.

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Dra. Marcele Fernandes de Oliveira, otorrinolaringologista (Foto: Arquivo pessoal)

“O tempo mais seco, deixa também mais ressecada a mucosa, que é o tecido que reveste todo nosso nariz, boca e via aérea”, diz a médica otorrinolaringologista, Dra. Marcele Fernandes de Oliveira, especialista nos cuidados das áreas do nariz, face, garganta e ouvidos.

A profissional explica, que sem a lubrificação ideal, os microrganismos, que geram as infecções, seguem se proliferando com mais facilidade, pois sobrevivem por mais tempo em ambientes secos.

As queixas nos consultórios por doenças alérgicas, ligadas ao trato respiratório, só aumentam. São casos de resfriado, gripe, rinite alérgica, infecções de garganta, bronquite, pneumonia, entre outros. Nesta lista de infecções, as crianças são as que mais sofrem.

“As crianças, por conta da pouca idade, são muito afetadas, seja por ainda não terem uma memória imunológica preparada para esses processos, ou por terem muito contato com outras pessoas ao brincar, por compartilharem brinquedos, levando as mãos na boca com maior frequência, ou ainda, por alguns dos pequenos não saberem assoar o nariz de forma adequada”, explica a médica.

Algumas ações podem ajudar a respirar melhor e amenizar o desconforto do tempo seco. A principal orientação da Dra. Marcele é a lavagem nasal com soro fisiológico. Ela indica também lavar bem as mãos e usar álcool em gel para evitar a propagação dos microrganismos, evitar o uso, antes de lavar, de cobertores e roupas que ficaram muito tempo guardadas, e principalmente, tomar bastante água durante o dia para evitar a desidratação.

Outras dicas também são válidas, como o consumo de alimentos mais leves e saudáveis, para evitar a retenção de líquidos e aumento da pressão arterial. Utilizar o umidificador de ar ou espalhar baldes de água pela casa, principalmente no quarto, também pode ajudar, e é importante, ainda, evitar exposição ao sol, hidratar a pele, evitar locais fechados e a prática de exercícios físicos nos horários mais quentes do dia.

A piora com as queimadas

Uma prática criminosa e que não ajuda em nada na qualidade do ar destes dias de tempo seco e nenhuma chuva, são as queimadas.

Mesmo sendo um ato criminoso, a prática de atear fogo em terrenos baldios, montes de lixo, áreas de plantação ou até mesmo na beira das estradas e rodovias, ainda é comum e quase todos os dias se repete em municípios, como Rafard.

Na semana passada, um incêndio de grandes proporções, na popular de Rafard, próximo ao Conjunto Habitacional Lurdes Abel, causou danos materiais e ainda deixou o ar ainda mais seco e poluído por vários dias.

“Foram mais de quatro horas de trabalho para conter o fogo, e a cidade ficou toda cheia de fumaça por vários dias, um verdadeiro transtorno, principalmente, para os moradores próximos da área que pegou fogo”, afirma o chefe da Defesa Civil, Vicente Sampaio de A. P. Neto.

Vicente Neto explica que a prática de atear fogo, em vários pontos da cidade, ainda é muito comum em Rafard. Vários focos de pequenos incêndios já tiveram que ser contidos desde o inícios dos dias mais secos deste ano.

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Vicentinho, chefe da Defesa Civil de Rafard, durante combate à incêndio em Rafard na semana passada (Foto: Arquivo pessoal)

“São casos em lotes particulares, em que o proprietário decide atear o fogo, ao invés de fazer a limpeza, são moradores que queimam lixo em terrenos baldios e têm também os casos de pequenos incêndios de caráter criminoso. São várias ocorrências, mas é preciso que a população se oriente de que o fogo é sempre a pior opção, e que ele vai se espalhar rapidamente por conta do vento e do tempo seco”, alerta Vicentinho.

Sobre o risco de queimadas nas áreas de plantio de cana-de-açúcar, a empresa Raízen, responsável pela produção na usina de Rafard, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não pratica a queima de cana e que segue estritamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, o qual determina a eliminação do uso do fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo.

Segundo dados fornecidos pela empresa, na safra atual, no período do mês de abril até a última quarta-feira, 19 de agosto, sete focos de incêndio foram registrados nas áreas da Raízen, próximas ao município. Todos eles, segundo a empresa, contidos a tempo para que não houvesse riscos do fogo se alastrar.

Para evitar os possíveis focos de incêndio, mais comuns durante o período seco da safra, a empresa afirma que opera, em Rafard, com o monitoramento ativo do canavial, além disso, promove campanhas de prevenção, com foco nos moradores das regiões próximas às áreas de plantio.

Este ano, a Raízen promove a campanha “Quem ama a terra, não chama o fogo”, que busca reforçar práticas de combate e prevenção a incêndios. As ações envolvem a distribuição de folhetos próximo das unidades produtoras, além de cartilhas educacionais ilustrativas, materiais virtuais, faixas e panfletos, que detalham as principais medidas adotadas pela Raízen.

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Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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