Leondenis Vendramim

Judaísmo e sua história

A história do judaísmo e do povo judeu é diferente de outros povos, pois é construída sobre o Velho Testamento, um relato desde o Bere-shit, (Gênesis) isto é, desde o início. Deus criou todas as coisas e depois, Adão e Eva.

Após o dilúvio, Sem, um dos filhos de Noé, gerou a Héber de cuja linhagem veio Abrão (Pai), (ver Gn. 11:1 – 27). Abrão (Pai) teve um filho com a sua serva Hagar chamado Ismael a pedido de Sara que era estéril. (Gn. 16:1-4)
Na velhice, Sarah (Minha Princesa) e Abraão (Pai exaltado) tiveram Isaque (21:1-2), o filho prometido por Deus. Isaque casou com Rebeca que teve Esaú e Jacó. Após sua escravidão no Egito, por 400 anos, os descendentes de Jacó estabeleceram-se em Canaã, de onde expulsaram grande parte dos cananeus.

Como Jacó (enganador) teve seu nome mudado para Israel (vencedor), seus descendentes são israelitas e os de Ismael são ismaelitas ou árabes. Um dos filhos de Jacó chamava-se Judá (29:35), muito influente, por isso os israelitas, são judeus, ou hebreus (por serem da linhagem de Heber). Enfatizem-se, tanto judeus quanto árabes, são descendentes de Abraão, este de Heber (Gn. 11:15) e este de Sem. Assim, ambos os povos são semitas.

Jacó morava na terra de Canaã, seus filhos eram pastores. Certo dia levaram suas ovelhas para pastarem em Siquém, cidade cananéia, mas a pastagem estava escassa, então foram pastorear em Dotã, não muito distante. Jacó enviou seu filho mais novo, José, com 17 anos de idade, para obter notícias deles. Por ciúmes seus irmãos o colocaram numa cisterna, com intuito de matá-lo. Passando uns caravaneiros comerciantes seus irmãos venderam-no como escravo. (Gn. 37: 12-36) No Egito, trabalhou na casa de Potifar, capitão da guarda egípcia.

Preso inocentemente interpretou sonhos de prisioneiros e depois de Faraó. Como foi tido por muito inteligente e capacitado, foi colocado como um poderoso governante. Estocou trigo em abundância no tempo de fartura, e na escassez, vendia-o. Trouxe sua família livrando-a das privações. Seus familiares ficaram no Egito 450 anos, dos quais, 400 como escravos fabricando tijolos. Nessa condição esqueceram sua cultura, sua língua e sua religião.
Moisés, da linhagem levita, criado no palácio real dos Tutmósis I e II, pela princesa Hatshepsut (1504-1486).

Esteve sob a educação egípcia por 40 anos. Tornou-se muito culto, poliglota, hábil nas artes marciais. Orientado por sua mãe Joquebede até os oito anos, preparou-se para libertar seu povo da escravidão. Precipitado, matou um egípcio e fugiu para Midiã, onde pastoreou ovelhas de seu sogro Jetro, por 40 anos. Deus o enviou de volta para libertar seu povo. (Ex.3:1-10) Após as 10 pragas sobre os egípcios e muitas lutas, Faraó consentiu. Os hebreus saíram com muito gado, roupas, tecidos, ouro, prata e outros minérios cedidos pelos egípcios. (Ex. 12: 35-36) Foram guiados e protegidos no deserto por uma coluna de fogo que os aquecia à noite e uma nuvem que os protegia durante o dia. (Ex. 13:21) Instruídos no deserto por Deus através de Moisés, Arão e pelos levitas, tornaram-se cultos, monoteístas. (Dt. 6:4) Deu-lhes também a lei dos dez mandamentos, que guardando-a, tornar-se-iam sábios. (Dt. 4:6)

Moisés escreveu o Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia), alguns salmos e o livro de Jó. Estes livros foram a base para a formação da nação judaica e para a conquista da terra prometida por Deus (Gn.12:1-2) e tornar-se numa grande nação. (Gn 15:5-7)

Estes livros instruíram-nos quanto à higiene (Dt. 23:121-14) alimentos saudáveis (Lev. 11), cuidar dos pobres (Lv. 19:10), relacionamento e moral entre familiares (Lv. 18:6-19 ), a respeito de sexo ilícito (Lv. 18:22-23 e Dt. 22:5), acerca da lepra (Lv. 13 e 14).

Os escritos de Moisés, entre 1490 e 1484 a.C., são notáveis pois o mundo desconhecia quaisquer informações sobre esses temas, os hebreus foram educados no politeísmo cercados por povos politeístas. Só podia ser orientação divina! No Brasil o conhecimento sobre higiene pessoal e pública começou a ser ensinado em 1926, mas até 1845 há relatos de que se jogavam dejetos de urinóis pelas janelas nas ruas para engordar porcos. Era frequente a presença de dezenas de urubus comendo restos de comidas e de animais mortos. Gilberto Freire relata que os negros eram enterrados nos cemitérios e nas praias em covas rasas, às vezes com o braço fora, ou mesmo, jogados nas praias. Quando a maré subia levava a imundície para o mar, ou a limpeza pública era feita pelos urubus. Pessoas nuas, homens e mulheres, tomavam banho nos rios. A praia era onde não se podia passear. (Sobrados e Mucambos, v. 1, p 195). Ainda hoje, há cidades com grande número de casas com esgoto a céu aberto.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?