Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Mãe do Chico Xavier na Terra e no Além

Dentre as muitas trovas que os poetas do Além trouxeram pelas mãos mediúnicas de Chico Xavier, quero destacar esta preciosidade de autoria do espírito Manoel Ricardo Júnior:

“Tudo o que é belo no mundo / Deus garante, enquanto houver

Alma que aceite os espinhos / Do ofício de ser mulher”.

Essa outra consideração sobre o espírito que reencarna na condição feminina é do espírito Emmanuel, que foi o anjo da guarda do médium:

“O homem é o pensamento. / A mulher é o ideal.

O homem é a oficina. / A mulher é o santuário.

O homem realiza. / A mulher inspira.

Compreender a gloriosa missão da alma feminina, no soerguimento da Terra, é apostolado fundamental do Cristianismo” (1).

Feliz a mulher que aceita a missão de ser mãe, aproveitando os talentos que Deus concede, um dos maiores dons, o dom da vida, o dom de materializar na Terra um novo corpo para a alma velha reencarnante que volta em busca do aperfeiçoamento e da redenção. Sua dedicação e seu amor geram a confiança e consolidam a estrada do novo ser.

Voltando ainda à poesia, o espírito feminino de Delfina Benigna da Cunha, pela psicografia de Chico, no livro Trovas do outro mundo, FEB, assim se expressou sobre a mulher quando se doa na missão de mãe:

“Mulher quando se faz mãe, /Seja ela de onde for,
Por fora é sempre mulher, / Por dentro, é um anjo de amor”.

Chico Xavier, que manteve uma relação muito estreita com sua mãe, quando no corpo e depois, quando ela retornou à vida espiritual deixando o menino órfão aos cinco anos de idade, conta que sua mãe sempre o amparou do Além e apareceu para se despedir dele quando este já estava com 86 anos, dizendo-lhe:

“– Meu filho, após tantos anos de estudo no mundo espiritual estou me formando assistente social. Venho me despedir e dizer que não mais vou aparecer a você.

“– Mas a senhora vai me abandonar?

“– Não, meu filho. Imagine você que seu pai precisa renascer e disse que só reencarna se eu vier como esposa dele. Fui falar com a Cidália, sua segunda mãe, que criou vocês com tanto carinho e jamais fez diferença entre os meus filhos e os dela. Ela contou-me que também precisa voltar à Terra. Então eu lhe disse:

“– Cidália, você foi tão boa para meus filhos, fez tantos sacrifícios por eles, suportou tantas humilhações… Nunca me esqueci quando você disse ao João Cândido que só se casaria com ele se ele fosse buscar meus filhos que estavam espalhados por várias casas para que você os criasse. Desde minha decisão de voltar ao corpo, tenho refletido muito sobre tudo isso e venho perguntar-lhe se você aceitaria nascer como nossa primeira filha?

Abraçamo-nos e choramos muito.

“Quando me despedi dela, perguntei-lhe: – Cidália há alguma coisa que eu possa fazer por você quando for sua mãe?

“Ela me disse: – Dona Maria, eu sempre tive muita inclinação para a música e não pude me aproximar de um instrumento. Sempre amei o piano.

“– Pois bem, minha filha. Vou imprimir no meu coração um desejo para que minha primeira filha venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano.”

E explicou o espírito dona Maria João de Deus: “Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele por aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000”.

E Chico indagou: “Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente?”.

Ao que concluiu a generosa alma: “São os sacrifícios do amor… Até um dia, meu filho…” (2).

(1) Diversos autores/Chico Xavier. Mãe – Antologia mediúnica do Natal. O Clarim. (2) Extraído do livro Momentos com Chico Xavier, de Adelino Silveira, Editora GEP.

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