20/02/2015
Editorial: Mito ou verdade
Fevereiro é o segundo mês do ano pelo calendário gregoriano. Tem a duração de 28 dias, a não ser em anos bissextos, em que é adicionado um dia. O nome fevereiro vem do latim februarius, inspirado em Februus, deus da morte e da purificação na mitologia etrusca.
Neste mês, eram realizados os sacrifícios e rituais de purificação em sua homenagem. Mito ou não, a verdade é que o visível aumento da criminalidade assusta e pelo que parece, dá sinais de que vai continuar crescendo se ações e investimentos não forem feitos urgentemente pelo Estado.
Diga-se de passagem, o Estado foi responsável pela instalação de um centro de progressão penitenciária há poucos quilômetros da cidade, um presente de grego que pode ser o reflexo de tal aumento na criminalidade na região.
Com capacidade para 1.080 presos, o CPP instalado na vicinal que liga Porto Feliz a Rafard já está superlotado, abrigando 1.311. Na última semana, mais três detentos fugiram e, até o fechamento da edição, não foram localizados. Esta é a segunda fuga nos últimos cinco meses. No total, doze homens fugiram e apenas dois foram recapturados, e um voltou espontaneamente. Informações nada animadoras.
O mês sangrento acumula ainda furtos de veículos, sequestros, golpes, diversas apreensões de drogas e traficantes e na última semana, um casal foi alvejado enquanto saia de casa para trabalhar, no bairro Santa Tereza D’Ávila, em Capivari.
O cenário tem se tornado paisagem comum em um dia a dia ao qual a população não faz questão de se acostumar, afinal, pelas bandas de cá todos os malefícios do progresso tem chegado antes mesmo de ele dar esperança de que um dia vai chegar.
Muitas vezes dá medo só de pensar que tal delinquência costuma ser tratada com certa condescendência por parte das autoridades, porque invariavelmente envolvem crimes considerados menores. É assim que a cultura da impunidade se fortalece, e os envolvidos, na maioria adolescentes, vão galgando degraus na criminalidade.
Difícil é imaginar o futuro deste país, onde a autoridade dos que atuam na repressão de tais delitos tem sido enfraquecida por leis vergonhosas, que crucificam os inocentes e beneficiam os bandidos. Em um país ‘sem leis’, eles fazem o que pode, e algumas vezes, até o que não podem.
Já a população, não pode se acostumar com a rotina de desonestidade, representada, na sequência dos pequenos furtos, por roubos de carros, assaltos, explosões de caixas bancários, arrombamento de casas, latrocínios e ameaças permanentes aos cidadãos. O Brasil precisa reconquistar o sossego, desde que as instituições estejam presentes na prevenção e na repressão aos delitos de rua que formam e aperfeiçoam a criminalidade.
Mudar é preciso! Antes que as coisas piorem, mais e mais!
Março é o primeiro mês da primavera, um evento lógico para se iniciar um novo ano, enfim, o carnaval passou, e o ano deve começar de verdade.
