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Mulher

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Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Permitam-me, queridos leitores, fazer uma pausa em minhas considerações costumeiras para escrever algumas curiosidades sobre a mulher e homenagear uma delas em especial.

Diz a Bíblia, que a mulher foi feita por Deus da costela de Adão, no findar da criação, quando os geneticistas só existiam no pensamento do Criador. Muitos riram, pois a clonagem é coisa recente. Ao despertar do sono profundo, o então anestesiado Adão, viu um presente, um monumento feminino, quase de sua altura (dizem os teólogos que o primeiro homem tinha 4,30 m), perfeita, lindona, sorrindo. Extasiado com o quadro, apaixonou-se – amor à primeira vista! Não segurou o entusiasmo, disse: “Esta é osso dos meus ossos, carne de minha carne” (Gn 2:23). Adão deu-lhe o nome de “Yshshah”. “Ish” é palavra hebraica, referente a homem, portanto, a etimologia confirma: a mulher foi criada a partir da costela do homem. O nome Adão veio do hebraico “adhamus,” ipsis litteris, é terra vermelha, humus. Os experts dizem que Adão deveria ser mulato bem corado.

Sendo assim, os brancos são desbotados e os negros muito coloridos.

Em grego a palavra (ge) é terra, daí Geografia; (guinê), é mulher, deste vocábulo temos ginecologia, genética. Portanto, a língua grega mostra que a palavra mulher veio da terra através de Adão. Em latim o termo “mulier” – “mulieris” significa frágil, suave, mole.

Aqueles que julgam ser a mulher sexo fraco devem tratá-la como a uma taça de cristal, com cuidado, gentileza e amor. Deus diz: “Maridos amai vossa mulher, não a trateis asperamente (Cl. 3:19). A Psicologia mostra que a mulher é mais emocional, e sentimental, o homem mais racional e calculista. Parodiando a música de Erasmo Carlos:
Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda. Faço parte da vida de uma delas e sei que a força está com elas. Vejam como é forte a que eu conheço, sua sapiência não tem preço; satisfaz o meu ego se fingindo submissa, mas no fundo me enfeitiça. Quando chego em casa querendo sua atenção, ela amamenta um, afaga outro, cuida do terceiro, são quatro homens dependentes de uma mulher.

A mulher é musa, inspiradora, faz múltiplas coisas simultaneamente, o homem, mesmo forte, não chega aos seus pés.

Muitas são as mulheres merecedoras de homenagem. Minha mãe casou-se com 13 anos, teve 7 filhos, comíamos sopa de fubá e serralha, mas em nossa mesa nunca faltaram os desvalidos. Ela fazia colchas e edredons de retalhos pequenos, colchões de palha e cortinados para doar aos mais pobres. Minha mãe, D. Tita, era uma guerreira, sempre assobiando e cantarolando, desembaraçando fios de algodão, fazendo crochês, e doces para vender.

Porém, hoje, quero destacar do anonimato, outra mulher, mulher de fibra ainda que tênue, agiu e resistiu como verdadeira heroína diante das agruras emocionais e desgastes físicos exigidos pelas circunstâncias inalienáveis. Falo de minha cunhada Célia Colombo Vendramim, a quem considero uma irmã. Minhas homenagens a essa mulher, que com denodo extremado, carinhosamente, com lágrimas, suor, noites insones intermináveis e extenuantes, cuidou do meu querido irmão Leogildo.

Só quem presenciou suas lutas pela sobrevivência do Gildo, tratando-o com amor, banhando-o, perfumando-o, comunicando-se insistentemente com os médicos, até molestando-os, pode aquilatar o caráter dessa fiel companheira e esposa extremada. Estive com meu irmão nos últimos meses do seu sofrimento, levando-o ao hospital e clínicas, passando noites cuidando dele, às vezes, conversando e confessando nossas travessuras juvenis e de juventude.

Ele teve oportunidade para revelar o valor grandioso que atribuía à sua esposa Célia. Na tristeza e na dor compreendemos, que dependemos um do outro, fortalecemos o amor fraterno recíproco que sentíamos. Apesar da tristeza foi bom o tempo que passamos juntos, unidos com um amor crescente, que se tornou tão forte e tão valioso como diamante. Foi bom porque presenciei sua intrepidez minha irmã Célia. Minha gratidão pelo carinho e maneira com que você cuidou do meu querido e saudoso irmão. Deus lhe pague, proporcionando-lhe a vida eterna, assim que Jesus voltar.

Gratidão

Quero, em nome de nossa família, agradecer a todos que nos consolaram na dor e luto que nos envolveram com o falecimento do Leogildo, amado por todos nós, irmãos, sobrinhos, esposa, filhos, netos, genro e nora. Orgulhamo-nos de seus beneméritos para com a Santa Casa de Capivari, seguindo os passos de nosso pai Emílio Vendramim, que construiu, sem ônus para a Santa Casa, a maternidade “Carmela Dutra”; ambos foram beneficentes de toda a sociedade e de nossa família.

Aproveito para externar nossa gratidão aos médicos e enfermeiros do Hospital Vera Cruz, bem como a própria Instituição, que pautando pela ética e bem do enfermo, sempre foi além de suas obrigações contratuais e da Clínica de Nefrologia Avançada que o atenderam, sem exceção, com profissionalismo e magnanimidade. Quero, por motivos pessoais destacar a forma atenciosa, paciente, bondosa e amicíssima da Dra. Heloísa Malfatti da CNA “Clínica de Nefrologia Avançada”. Deus os bendiga.

Aos jornais, ao Túlio, ao Rubens Souza pelos artigos, aos palestrantes e amigos que nos acompanharam nessa difícil jornada, confortando-nos. Nossa gratidão.

Família Vendramim

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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