Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Natal… Bruno, queimado numa fogueira

“Três coisas conduzem a Deus: a música, o amor e a filosofia.” Plotino

Natal, nascimento. O Natal mais importante para os ocidentais é o nascimento de Jesus.

Música é sempre bom, e no nascimento de Jesus houve “uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus” (Lucas 2:13).

Diversos estudos têm demonstrado que a música pode melhorar nosso humor e até afastar a depressão e a ansiedade. A música melhora o fluxo sanguíneo, diminuindo os níveis de hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol, e alivia a dor.

Segundo os pesquisadores, a música “ativa seletivamente” sistemas neuroquímicos e estruturas cerebrais associadas ao humor positivo, à atenção, ao bem-estar e à memória. Comparam os benefícios da música aos de meditação, oração, prática de yoga, com muitas vantagens em saúde mental.

O mandamento do Mestre é “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 15:12). A mensagem filosófica: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Ele, o Nazareno, filosofava dizendo de onde veio, por que veio e para onde iria: “Na casa de meu Pai há muitas moradas…” (João 14:2).

Plotino, que viveu de 205 a 270 d.C., foi um dos principais filósofos de língua grega do mundo antigo.

Influenciado por Platão e Aristóteles, presenteia-nos com essa bela definição de como nos aproximarmos do Arquiteto do Universo: “Três coisas conduzem a Deus: a música, o amor e a filosofia”.

Decorridos 1.600 anos do nascimento do menino Jesus, uma das bandeiras que sustentava estar a serviço e ser representante do Cristo na Terra – a Santa Inquisição Romana – cometeu uma atrocidade resultante da incompatibilidade entre a verdade filosófica e a verdade religiosa; deixando-se envolver pelo dogmatismo, perseguiu um homem, livre-pensador, que acreditava em Deus e praticava a ciência e a filosofia.

Em 17 de fevereiro de 1600, Giordano Bruno foi queimado vivo depois de dois julgamentos e seis anos de cárcere em Roma. Condenado à fogueira por oito heresias, entre elas: a crença no sistema heliocêntrico, na reencarnação, em vida em outros planetas, que Deus e o Universo são infinitos; seus livros foram queimados, mas suas ideias se perpetuaram. A condenação de Bruno ocorreu durante as reformas religiosas que aconteceram em toda a Europa no século XVI, pois ele tinha ideias próprias e acabou sendo persona não grata e mesmo excomungado nas três principais religiões cristãs – foi consenso –, a Igreja Católica Romana, a Igreja Luterana e a Igreja Calvinista. (1)

Fazemos coro ao ex-padre, escritor Emmanuel, quando orienta que “é preciso não engrossar hoje as amarras do preconceito, para que o preconceito não se faça crueldade amanhã, perseguindo em nome da caridade ou supliciando em nome da fé”. (2)

(1) Filme “Giordano Bruno”. Diretor: Giuliano Montaldo. Ano: 1973. (2) Emmanuel (Chico Xavier), “Justiça divina”, FEB.

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