Rubinho de Souza

Nosso Rio Capivari está morrendo

Dia desses, folheando alguns documentos antigos que foram enviados pelo sr. Heitor Turolla, deparei com um escrito em 1987, pelo engenheiro Dr Gilberto T. Ruffolo, que passei a ler sobre o Rio Capivari, e lembrei que hoje durante minha caminhada matinal, ao passar pela ponte da avenida Pio XII, reparei que, a meu juízo o nosso Capivari está cada dia que passa, mais maltratado e agonizante, pelo descaso que se arrasta, durante décadas dos vários municípios, ao longo de todo o seu percurso.

Você sabia, caro leitor, que o Capivari nasce dentro do município de Jarinu, e no seu percurso, atravessa os municípios de Louveira, Vinhedo, Valinhos, Campinas, Monte Mor, Elias Fausto, e só depois de passar por esses municípios é que chega a Capivari, em seguida Rafard, seguindo para Mombuca e Tietê, onde desemboca no rio do mesmo da cidade, pela sua margem direita?

E que muitos desses municípios citados acima, já se abasteceram no passado, através de captações das águas que eram limpas e próprias para consumo, diretamente do próprio rio? Entretanto à medida que a poluição foi tomando conta e degradando a qualidade das águas do Capivari, estas captações foram sendo desativadas por motivos óbvios.

É inegável que cada ano que passa, o nosso rio, vem sofrendo um acelerado processo de deterioração, dado o alto grau de industrialização e urbanização em expansão que vem ocorrendo em sua bacia, notadamente em suas cabeceiras, principalmente na região de Campinas, onde o crescimento demográfico é um dos maiores do Estado.

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Foto enviada pelo colunista

O descaso para com um rio que antigamente foi tão rico de peixes e de outras formas de vida aquática, e que era também local para piquenique e até de passeio de barcos (na foto: Yolanda de Biasi, Zuna, Dinassandra Rolin e Carlos Benedito De Biasi. Rafard, 1953), hoje tudo isso aniquilado pelo mau uso em todo seu curso, está matando o nosso Capivari, que está sucumbindo aos poucos.

Tudo isso, leva-nos a concluir que as vazões mínimas registradas no Capivari, continuarão em declínio, e em particular, as águas semi estagnadas, provocadas pelo remanso da barragem da Leopoldina, funcionam como local propício à proliferação de pernilongos, que fatalmente continuarão cada vez mais a invadir as cidades de Capivari e Rafard, nas épocas mais quentes do ano.

Somente uma ferrenha vontade política, e união dos nossos gestores, pode mudar o estado atual do nosso rio, que é deprimente, e se poderá através dos órgãos estaduais competentes, buscar uma solução que será benéfica em todos os sentidos, visto que se no passado muitas guerras se deram por petróleo, e num futuro, não muito longínquo, a briga entre governos, será por água de boa qualidade.

O objetivo deste artigo é chamar todos aqueles que também assim pensam à reflexão, para que alertem aos que têm o poder de buscar soluções para mudar o atual estado das coisas, e assim fazendo, possam merecidamente ter seu nome gravado na história das nossas cidades.logo do fundo do baú raffard

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