Rubinho de Souza

Notícias do jornal O Progresso

Na sua edição do dia 27 de Agosto de 1944, quando a população mundial, sofria as agruras da Segunda Guerra mundial, com o sistema financeiro internacional estava despedaçado, visto que as maiores potências do mundo ainda estavam em guerra, e mais preocupadas com avanços bélicos que econômicos, o jornal “O Progresso” do brilhante jornalista José Miguel Bósio, preocupado com a economia doméstica das famílias de Vila Raffard, usava seu jornal, como arma para lutar pelos direitos dos cidadãos, colocando em discussão na época os preços das passagens dos trens da Estrada de Ferro Sorocabana (foto da época).

Abaixo, transcrevo na íntegra a abordagem de Bósio sobre o tema. Vale a leitura para conhecimento, e relembrar a história:

“Há pouco tempo a Estrada de Ferro Sorocabana, aumentou o preço das passagens: medida muito acertada na atual emergência em que nos encontramos, contudo, cabe-nos interpretando o sentimento da população local, solicitar à egrégia direção da portentosa ferrovia, um melhor estudo, e, se possível, uma redução nos preços das passagens de Rafard a Capivari, e vice-versa.

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Foto enviada pelo colunista

Antes do último aumento, a passagem entre esta localidade e a sede municipal, $0,60 e $0,40, respectivamente para primeira e segunda classe. Agora com o aumento, e levando-se em conta um mínimo de quilômetros, as taxas subiram a $2,40 e $1,40.

Ora, a distância entre as duas localidades, não atinge a quatro quilômetros, e, portanto, cremos que é possível um barateamento nas passagens, pois, considerando as distâncias com referência ao preço das passagens de segunda classe, houve um aumento na passagem Rafard-Capivari de $0,25 por quilômetro, enquanto que daqui a Mombuca, houve um aumento de apenas $0,10 por quilômetro.

Temos convicção segura de que a esclarecida direção dessa ferrovia, estudará essa questão, estabelecendo um preço cabível, ou seja, na mesma base: $0,10 por quilômetro (a passagem de segunda classe Rafard-Capivari, viria a custar, no máximo $0,80).”

Atentem que o jornal criticou, mas também apontou soluções para o impasse que se deu à época com o aumento abusivo das passagens. Só não sabemos se ele obteve êxito. Mas na nossa vida, muitas e muitas vezes, somos tal e qual o passarinho que molhava o seu biquinho na água e sobrevoava a floresta em chamas, e fazia cair o pingo d’água nas chamas, e quando outro animal retrucou dizendo: – Será que ele pensa que sozinho conseguirá apagar o fogo? Ao que o passarinho todo orgulhoso, respondeu: – Tenho certeza que não, mas terei a consciência tranquila por estar fazendo a minha parte…

Grato pela companhia de sua leitura. Se Deus deixar, semana que vem eu volto.logo do fundo do baú raffard

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